Compartilhar
Informação da revista
Vol. 96. Núm. 4.
Páginas 439-446 (julho - agosto 2020)
Compartilhar
Compartilhar
Baixar PDF
Mais opções do artigo
Visitas
4303
Vol. 96. Núm. 4.
Páginas 439-446 (julho - agosto 2020)
Artigo Original
Open Access
Sarcopenia in children and adolescents with chronic liver disease
Sarcopenia em crianças e adolescentes com doença hepática crônica
Visitas
4303
Ionar Figueredo Bonfim Rezendea,b,
Autor para correspondência
ionar.nutricionista@yahoo.com.br

Autor para correspondência.
, Maria Ester P. Conceição‐Machadoc, Viviane Sahade Souzac, Elisana M. dos Santosd, Luciana R. Silvaa,e,f
a Universidade Federal da Bahia (UFBA), Instituto de Ciências da Saúde, Programa de Pós‐Graduação em Processos Interativos dos Órgãos e Sistemas, Salvador, BA, Brasil
b Centro Universitário Estácio da Bahia, Salvador, BA, Brasil
c Universidade Federal da Bahia (UFBA), Escola de Nutrição, Departamento de Ciência da Nutrição, Salvador, BA, Brasil
d Centro Universitário Estácio da Bahia (CUEFBA), Nutrição, Salvador, BA, Brasil
e Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Faculdade de Medicina (Famed), Departamento de Pediatria, Porto Alegre, RS, Brasil
f Universidade Federal da Bahia (UFBA), Complexo Hospitalar Universitário Professor Edgard Santos (HUPES), Serviço de Gastroenterologia e Hepatologia Pediátricas, Salvador, BA, Brasil
Este item recebeu

Under a Creative Commons license
Informação do artigo
Resume
Texto Completo
Bibliografia
Baixar PDF
Estatísticas
Tabelas (2)
Tabela 1. Diferença de média por sexo do IMC, massa muscular e da força de preensão manual, de acordo faixa etária, de pacientes pediátricos atendidos em ambulatórios de referência para doença hepática em Salvador, Bahia, 2017
Tabela 2. Características demográficas, clínicas, antropométricas e de composição corporal segundo presença ou ausência de sarcopenia de pacientes pediátricos, atendidos em ambulatórios de referência para doença hepática em Salvador, Bahia, 2017
Mostrar maisMostrar menos
Abstract
Objective

To investigate the occurrence of sarcopenia in children and adolescents with chronic liver disease.

Methods

A series of cases, with patients aged 6‐19 years of both genders, who were treated in Liver Outpatient Clinics. Weight, height, muscle strength (assessed by manual grip strength), and muscle mass (estimated through dual‐energy X‐ray absorptiometry) were measured. Sarcopenia was diagnosed based on the simultaneous presence of muscle mass and muscle strength déficits, defined as the values below the mean for muscle mass and strength of the studied population, according to gender. A descriptive analysis (mean and standard deviation) was performed, and the difference of means was calculated by Student's t‐test.

Results

A total of 85 patients were studied, mostly females (64.7%), with a mean age of 11.7 (SD=3.4) years. Sarcopenia was identified in 40% of the patients. Muscle strength déficit was found in 54.1% of the subjects, and 50.6% showed muscle mass déficit. The mean muscle mass for males was higher than that for females (6.07; SD=1.22kg/m2vs. 5.42; SD=1.10kg/m2; p=0.016). However, there was no significant difference in sex‐related muscle strength (male=0.85; SD=0.52 kgf/kgm2 and female=0.68; SD=0.30 kgf/kgm2; p=0.113).

Conclusion

The research findings identified that sarcopenia is a condition found in pediatric patients treated at a public referral institution for chronic liver disease.

Keywords:
Sarcopenia
Muscle mass
Muscle strength
Liver diseases
Children
Adolescents
Resumo
Objetivo

Investigar a ocorrência de sarcopenia em crianças e adolescentes com hepatopatias crônicas.

Métodos

Série de casos, constituído por pacientes entre 6 e 19 anos, de ambos os sexos, acompanhados em ambulatórios de especialidade em hepatopatias. Foram feitas medidas de peso, altura, força muscular (avaliada pela força de preensão manual) e a massa muscular estimada a partir da absorciometria por dupla emissão de raios X. O diagnóstico de sarcopenia baseou‐se na presença simultânea de déficit de massa muscular e de força muscular. Adotaram‐se como déficit os valores abaixo da média para massa e força muscular da população estudada, segundo sexo. Realizou-se análise descritiva (média e desvio‐padrão), bem como a diferença de médias com o teste do t de Student.

Resultados

Foram estudados 85 pacientes, a maioria do sexo feminino (64,7%), com média de 11,7 (DP=3,4) anos. A sarcopenia foi identificada em 40% dos pacientes, 54,1% apresentaram déficit de força muscular e 50,6% déficit de massa muscular. A média da massa muscular para o sexo masculino foi maior do que no feminino (6,07; DP=1,22kg/m2 vs 5,42; DP=1,10kg/m2; p=0,016). No entanto, não houve diferença significante para força muscular com relação aos sexos (masculino=0,85; DP=0,52 kgf/kgm2 e feminino=0,68; DP=0,30 kgf/kgm2; p=0,113).

Conclusão

Os achados da pesquisa identificaram que a sarcopenia é uma condição presente em pacientes pediátricos atendidos em uma instituição pública de referência para doença hepática crônica.

Palavras‐chave:
Sarcopenia
Massa muscular
Força muscular
Hepatopatias
Crianças
Adolescentes
Texto Completo
Introdução

A doença hepática crônica (DHC), em pacientes pediátricos, é acompanhada por declínio estrutural e funcional progressivo do fígado, decorrente da fibrose e posterior necrose hepatocelular.1 Dessa forma, o controle e o tratamento das complicações associadas à DHC, principalmente em estágios avançados da doença, permanecem como alicerces da terapia, na população pediátrica, uma vez que o transplante hepático, tratamento mais eficaz, nem sempre é possível de ser feito.2

Nesse sentido, além do acompanhamento dos parâmetros da função hepática, a avaliação do estado nutricional, principalmente da composição corporal, representa uma medida extremamente importante. Essa avaliação permite mensurar a adiposidade e a massa muscular esquelética,3 identificar alterações nutricionais, como a sarcopenia e a obesidade sarcopênica.4,5

A sarcopenia é uma síndrome caracterizada pela diminuição progressiva e generalizada da massa e força do músculo esquelético.6 Embora tradicionalmente seja uma condição relacionada ao envelhecimento, pesquisadores7,8 demonstraram que pacientes pediátricos podem desenvolver essa condição. Assim, seu diagnóstico é importante na avaliação e acompanhamento de pacientes com DHC, uma vez que a perda de massa magra está associada ao mau prognóstico, tanto no pré como no pós‐transplante.9,10

A patogênese da sarcopenia é multifatorial, mas pode estar relacionada à síntese proteica diminuída, ao catabolismo acelerado na insuficiência hepática e à redução da atividade física que acompanha pessoas com doença crônica.11

Para o diagnóstico de sarcopenia, recomenda‐se que o déficit de massa muscular6 seja mensurado por tomografia computadorizada (TC), ressonância magnética (RM) ou absorciometria por dupla emissão de raios X (DXA). Esse último é um método especialmente bem usado no paciente pediátrico.6 Outros métodos, como a bioimpedância4,6 e a antropometria,3,6 podem ser usados como opção para mensurar a massa muscular, uma vez que os métodos considerados padrão‐ouro são mais caros. Por outro lado, para mensurar a força muscular, estudos recentes desenvolvidos em adultos cirróticos12,13 e crianças saudáveis e hospitalizadas14,15 demonstram que a força máxima de preensão manual (FPM), medida pela dinamometria manual (DM), é considerada um marcador útil da massa muscular esquelética, com valor prognóstico nessas populações.

A sarcopenia é um novo conceito em pediatria e essa temática está pouco explorada na literatura, principalmente em crianças e adolescentes com hepatopatia crônica. Na literatura consultada, são poucos os estudos7,8 que avaliaram a sarcopenia na população pediátrica e os autores usaram como critério diagnóstico apenas o déficit de massa muscular avaliado pela TC. O presente trabalho objetivou investigar a ocorrência de sarcopenia por meio da avaliação da massa e força muscular em pacientes pediátricos, atendidos em ambulatórios de referência para DHC em Salvador, Bahia.

Métodos

Série de casos, parte de uma pesquisa mais ampla, intitulada Hepatopatia crônica em crianças e adolescente: parâmetros de avaliação nutricional e composição corporal, feita em pacientes pediátricos com DHC, acompanhados em ambulatórios de tratamento clínico (ATC) e de transplantados (AT), do Serviço de Gastroenterologia e Hepatologia Pediátrica, Complexo Hospitalar Professor Edgard Santos (C‐Hupes), da Universidade Federal da Bahia (UFBA, Brasil), feito de fevereiro de 2016 a março de 2017.

Participaram do estudo maior 194 pacientes. No entanto, foram elegíveis para o presente estudo aqueles entre 6 e 19 anos, de ambos os sexos, com ou sem cirrose, que preencheram os critérios necessários para feitura da DXA do corpo inteiro e da DM. Crianças menores de 6 anos apresentam dificuldade de manter‐se em decúbito pelo tempo necessário para feitura da DXA16 e também devido à dificuldade de identificação da mão dominante,17 por isso não fizeram parte do presente estudo. Os pais e/ou responsáveis que concordaram em participar assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido; e os adolescentes assinaram o Termo de Assentimento. Incluíram‐se pacientes com as seguintes etiologias: atresia biliar, cisto de colédoco, colangite esclerosante, síndrome de Alagille, hepatite autoimune/HAI, hepatite viral, Alfa1 antitripsina, doença de Wilson, lipase ácida lisossômica LAL‐D, Niemann Pick, tirosinemia, glicogenoses. Excluíram‐se pacientes com síndromes genéticas, paralisia cerebral, doenças neurológicas ou osteoarticulares, concomitância com outras doenças crônicas, membros amputados, patologia anterior ou presente nos membros, história de trauma prévio ou com atraso no desenvolvimento motor.

O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa do C‐Hupes da UFBA, sob o parecer n° 1.360.091/2015, e executado de acordo com a Resolução N°466/2012/Conep/CNS/MS.

Informações sobre idade, sexo, procedência, dados clínicos, como diagnóstico da DHC, biópsia hepática, uso de corticoide, foram coletadas do prontuário do paciente. Para os adolescentes, o estágio de maturação sexual foi avaliado por pediatras e, posteriormente, foram classificados em pré‐púberes (masculino: estágios de maturação sexual 1 e 2; feminino: estágio1), púberes (masculino: estágio 3; feminino: estágio 2) e pós‐púberes (estágios 4 e 5 em ambos os sexos), de acordo com o estágio de maturação sexual proposto por Tanner.18

Medidas antropométricas e da força preensão manual foram feitas durante a consulta, nos ambulatórios por nutricionistas treinadas. Os participantes foram categorizados nas seguintes faixas etárias: < 10 anos; ≥ 10 e ≤ 14 anos e >14 anos.

Dados antropométricos: as técnicas adotadas para aferição do peso e da altura foram as sugeridas pelo Manual de Orientação da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP).19 Calculou‐se o índice de massa corporal (IMC)20 e adotou‐se a classificação do estado nutricional antropométrico, segundo recomendações do Sisvan (Norma Técnica do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional) 2011,21 adaptados da World Health Organization (2007),20 considerando o IMC para idade (IMC/I): magreza (Escore‐z <‐2); eutrofia (Escore‐z ≥ ‐2 e ≤ +1), sobrepeso (Escore‐z ≥ +1 e < +2) e obesidade (Escore‐z ≥ +2).

Força de preensão manual: foi avaliada com o dinamômetro manual da marca Jamar© e expressa em quilogramas/força (kg/f). O participante se posicionou sentado em uma cadeira, sem apoio para os braços, com os pés totalmente apoiados no chão, com quadril junto ao encosto da cadeira. O braço permaneceu paralelo ao corpo, ombro aduzido, cotovelo fletido a 90° e antebraço em posição neutra, punho entre 0° a 30° de extensão e 0° a 15° de desvio ulnar.22 Devido às suas características ergonômicas, foi possível ajustar o dinamômetro para o tamanho da mão da criança e do adolescente. Foram feitas três mensurações consecutivas, alternadas entre o lado dominante e não dominante, com intervalo mínimo de um minuto entre elas e o maior valor foi usado como o valor máximo da FPM, independentemente da dominância. A fim de ajustar as mudanças na maturação e no tamanho do corpo dos pacientes, foi calculada a força de preensão manual relativa da seguinte forma: força de preensão manual relativa (FPMr) = FPM final (FPMF)/IMC.14

Análise da absorciometria por dupla emissão de raios X (DXA): esse exame foi feito em uma clínica especializada, por médico experiente no procedimento. A composição corporal foi estimada por DXA (GE Lunar Prodigy DPX‐NT), com o software GE, ajustado para determinar o índice de composição corporal. Os participantes ficaram em decúbito dorsal, com a bexiga vazia e sem objetos de metal e outros itens que pudessem interferir na análise (inspeção, leitura, varredura), conforme procedimento recomendado pela Sociedade Internacional para Densitometria Clínica (ISCD).16

Fez‐se uma DXA de corpo inteiro para medir a massa muscular esquelética apendicular (ASM), juntamente com a informação de sexo, idade e altura. A massa muscular dos quatro membros (braços + pernas), definida como ASM,23 foi fornecida pelo software GE da DXA. A partir da ASM, calculou‐se o índice de músculo esquelético (SMI), ajustado para altura quadrática (SMI = ASM/altura2).23

Diagnóstico de sarcopenia

Para o diagnóstico de sarcopenia, considerou‐se a presença simultânea de déficit de massa muscular (MM) e de força muscular (FM).6 Para o déficit de massa e força muscular, foram considerados valores de SMI e FPMr menores do que a média da população estudada.24

Análise estatística

Os dados foram digitados no programa EpiData (versão 3.1) e as análises foram efetuadas no pacote estatístico R (versão 3.5.1). Foi feita análise descritiva (média e desvio‐padrão), bem como a diferença de médias, com o teste t de Student. A normalidade das variáveis SMI e FPMr, de acordo o sexo, foram testadas pelo teste de Shapiro‐Wilk. Para variáveis categóricas, foram calculadas as frequências relativas e absolutas e foi feito teste do qui‐quadrado de Pearson ou teste exato de Fisher. Considerou‐se nível de significância de 5% (p < 0,05).

Resultados

Foram incluídos no estudo 85 pacientes; a maioria era do sexo feminino 64,7% (55/85), com média de 11,7 (DP = 3,4) anos, 70,6% (60/85) adolescentes. Desses, 71,7% (43/60) encontravam‐se no estágio púbere de maturação sexual e 15% (9/60) no estágio pós‐púbere.

Das etiologias apresentadas pelos pacientes, a atresia biliar 28,2% (24/85) foi a causa mais frequente das DHC, seguida da hepatite autoimune 21,2% (18/85). Dos 28 pacientes (32,9%) que apresentaram cirrose pelo exame histopatológico, 23 foram classificados como Child‐Pugh A (82,1%), quatro como B (14,3%) e um como C (3,6%) e nenhum paciente apresentou edema e/ou ascite no momento da avaliação.

A média do SMI no sexo masculino foi significantemente maior do que no sexo feminino (6,07; DP = 1,22kg/m2vs. 5,42; DP = 1,10kg/m2; p = 0,016). No entanto, não houve diferença estatística significante com relação à FPMr entre os sexos (0,85; DP = 0,52 kgf/kgm2vs. 0,68; DP = 0,30 kgf/kgm2; p = 0,113).

A tabela 1 apresenta a diferença de média segundo a faixa etária e o sexo, para o IMC, massa muscular e força de preensão manual absoluta e relativa dos pacientes.

Tabela 1.

Diferença de média por sexo do IMC, massa muscular e da força de preensão manual, de acordo faixa etária, de pacientes pediátricos atendidos em ambulatórios de referência para doença hepática em Salvador, Bahia, 2017

Faixa etária (anos)  IMC (kg/m2)ASM (kg)SMI (kg/m2)FPMF (kgf)FPMr (kgf/kgm2)
    Média (DP)  pa  Média (DP)  pa  Média (DP)  pa  Média (DP)  pa  Média (DP)  pa 
<10      0,995  0,015  0,069  0,617  0,795
Masculino  16,5 (1,02)  8,7 (1,23)  5,5 (0,95)  6,8 (3,20)  0,4 (0,18) 
Feminino  19  16,5 (3,09)  6,9 (1,52)  4,6 (1,04)  6,3 (2,13)  0,4 (0,15) 
≥10 e ≤14      0,574  0,636  0,564  0,749  0,803
Masculino  15  20,0 (3,62)  12,7 (3,47)  5,9 (1,11)  15,5 (7,79)  0,81 (0,45) 
Feminino  29  20,7 (3,62)  13,1 (2,69)  5,8 (0,96)  16,2 (5,60)  0,78 (0,24) 
>14      0,899  0,22  0,302  0,311  0,27
Masculino  21,7 (4,92)  17,6 (4,55)  6,7 (1,45)  27,7 (13,27)  1,3 (0,57) 
Feminino  22,0 (3,81)  15,0 (3,39)  6,1 (0,64)  22,2 (6,56)  1,0 (0,24) 

ASM, massa muscular esquelética apendicular; FPMF, força de preensão manual final; FPMr, índice de força de preensão manual relativa; IMC, índice de massa corporal; SMI, índice de músculo esquelético.

Dados expressos em média (DP).

a

Teste t de Student.

Foi identificado que a ASM e a FPMF aumentaram com o avançar da idade, em ambos os sexos. No entanto, para o sexo masculino, a diferença na média, tanto da ASM quanto FPMF, foi significante, apenas ao comparar as faixas etárias < 10 com ≥ 10 e ≤ 14 anos (p = 0,001, p = 0,002, respectivamente). Para as faixas etárias ≥ 10 e ≤ 14 anos com > 14 anos, houve diferença estatisticamente significante apenas para FPMF (p = 0,011). No sexo feminino, foi encontrada diferença significante para ASM entre as faixas < 10 com ≥ 10 e ≤ 14 anos (p = 0,000). Para a FPMF, houve diferença significante entre as faixas etárias < 10 com ≥ 10 e ≤ 14 anos (p = 0,000) e entre ≥ 10 e ≤ 14 com > 14 anos (p = 0,013).

A frequência de sarcopenia foi identificada em 40% (34/85) dos pacientes. Ao avaliar individualmente as variáveis que caracterizam a sarcopenia, foi identificado que 54,1% (46/85) dos pacientes apresentaram déficit de força muscular (FPMr) e 50,6% (43/85), déficit de massa muscular (SMI).

A tabela 2 apresenta as características demográficas, clínicas, antropométricas e de composição corporal dos pacientes segundo presença ou ausência de sarcopenia. Vale ressaltar que entre os pacientes com sarcopenia em uso de corticoide, nenhum apresentou sobrepeso ou obesidade. (Dados não apresentados na tabela).

Tabela 2.

Características demográficas, clínicas, antropométricas e de composição corporal segundo presença ou ausência de sarcopenia de pacientes pediátricos, atendidos em ambulatórios de referência para doença hepática em Salvador, Bahia, 2017

VariáveisSarcopênicosNão sarcopênicosp valorc
Sexo          0,262 
Masculino  14  41,2  15  29,4   
Feminino  20  58,8  36  70,6   
Faixa etária (anos)          0,000 
< 10 anos  19  55,9  11,8   
≥ 10 anos  15  44,1  45  88,2   
Desenvolvimento puberal          0,019d 
Pré‐púbere  33,3  6,7   
Púbere + Pós‐púbere  10  66,7  42  93,7   
Uso de corticoide          1,0 
Sim  17,6  17,6   
Não  28  82,4  42  82,4   
Cirrose          0,572 
Sim  10  29,4  18  35,3   
Não  24  70,6  33  64,7   
Estado antropométrico (IMC/I)          0,472 
Magreza + Eutrofiaa  27  79,4  37  72,5   
Sobrepeso + Obesidadeb  20,6  14  27,5   
Força muscular (FPMr)          0,000 
Baixa  34  100  12  23,5   
Adequada  39  76,5   
Massa muscular (SMI)          0,000 
Baixa  34  100  17,6   
Adequada  42  82,4   

IMC/I, índice de massa corporal para idade.

a

Pacientes classificados segundo o IMC/I com magreza e eutrofia, respectivamente (8,8%, n = 3; 70,6%, n = 24).

b

Pacientes classificados segundo o IMC/I com sobrepeso e obesidade, respectivamente (11,8%, n = 4; 8,8%, n = 3).

c

Teste do qui‐quadrado de Pearson.

d

Teste exato de Fisher.

Discussão

Este artigo identificou que a sarcopenia é uma condição presente entre crianças e adolescentes com DHC, atendidos em uma instituição pública de referência para essa doença, na cidade de Salvador, Bahia. Vale ressaltar que nos ambulatórios de tratamento clínico e de transplantados são assistidos pacientes com DHC, procedentes de todo estado da Bahia e de estados vizinhos, numa faixa etária na qual o crescimento, o desenvolvimento e, sobretudo, o estado nutricional e a massa muscular adequados são muito importantes.

Poucos estudos7,8 foram identificados com abordagem de sarcopenia em crianças e adolescentes com hepatopatias e os respectivos pesquisadores demonstraram ser a sarcopenia uma das complicações mais comuns nessa população, presumivelmente com piores resultados clínicos e nutricionais.

Os resultados do presente estudo evidenciaram que pacientes pediátricos com DHC apresentaram perda importante de massa e força muscular. Essa condição, consequentemente, pode resultar em comprometimento de múltiplos sistemas fisiológicos, além de afetar adversamente a qualidade de vida de crianças e adolescentes com DHC e de comprometer a sobrevida pós‐transplante, à medida que as reservas de massa e força muscular esquelética são perdidas.7,10,14

Estudo conduzido por Mangus et al.,7 na cidade de Indianapolis, IN, quantificou as reservas de massa muscular e de gordura corporal de 81 pacientes pediátricos com doenças crônicas em estágio final, por meio da tomografia computadorizada. Entre os 35 pacientes que cursavam com insuficiência hepática, 23,0% apresentaram redução da massa muscular, frequência menor do que a encontrada no presente estudo (50,6%). Essa diferença pode ser justificada, pois os pontos de corte usados por Mangus et al.7 são apresentados a partir do SMI em cm2/m2, enquanto, no presente estudo, o SMI foi apresentado em kg/m2; também, possivelmente, porque o diagnóstico de sarcopenia envolve outros critérios, como a diminuição da força muscular e/ou desempenho físico, e não apenas a massa muscular.6 Além disso, a frequência da sarcopenia pode variar amplamente entre os estudos, tanto na população idosa, adulta, quanto a pediátrica, a depender do sexo do paciente, estágio da doença, critério aplicado para diagnosticar a sarcopenia e os pontos de corte usados.2,4–6,11,14,24–26

Dentro da amostra avaliada no presente estudo, a maioria dos pacientes diagnosticados com sarcopenia pertencia ao sexo feminino. Essa maior frequência pode ser justificada pelo fato de a maioria dos pacientes ser eutrófica e Child‐Pugh A, portanto sem comprometimento significativo do metabolismo hormonal (testosterona)11 e, possivelmente, porque o sexo masculino também dispõe de uma maior quantidade de testosterona, hormônio responsável pelo crescimento muscular.27 Além disso, culturalmente, por os meninos terem atividade física mais vigorosa do que as meninas.28 No entanto, vale ressaltar que os níveis de testosterona declinam com a disfunção hepática e podem não estar associados à sarcopenia nessa população.11

Com relação ao estado antropométrico, identificou‐se que a maioria dos pacientes com sarcopenia apresentou eutrofia e a magreza esteve presente em poucos pacientes, de acordo o IMC/I. Esse índice não é um bom parâmetro para investigar o estado antropométrico, uma vez que avalia a massa corporal total sem considerar a distribuição dos compartimentos corporais, o que pode não refletir o real estado antropométrico dos pacientes pediátricos com DHC.1,7,8

No entanto, apesar de o déficit nutricional comprometer a massa e força muscular, a alta frequência de sarcopenia identificada no presente estudo pode ser justificada pelo ganho de tecido adiposo, processo que pode acontecer como um mecanismo fisiológico compensatório da perda de massa magra.7 Vale ressaltar que uma condição denominada obesidade sarcopênica, ou seja, a presença simultânea do excesso de peso e sarcopenia, tem sido alvo de investigação, principalmente em pessoas com doenças crônicas.7

Também foi identificado que o aumento da ASM com relação à faixa etária foi mais acentuado para o sexo masculino, notadamente naquelas faixas etárias consistentes com o rápido acúmulo de massa muscular que ocorre na puberdade.27,28 Esses achados também foram identificados em estudos com crianças e/ou adolescentes saudáveis.4,5,25

O aumento da FPMF, identificado nos pacientes, também revelou diferenças significantes em relação aos sexos e entre algumas faixas etárias, especialmente no sexo masculino, o que corrobora os resultados dos estudos feitos em crianças brasileiras17 e na República Tcheca.14 Esse achado pode ter influência por estar associado ao início da puberdade, quando o aumento da força máxima de preensão manual entre os sexos pode ser distinto pela ação androgênica da testosterona28 e também pela diferença no aumento de força muscular que ocorre no sexo masculino durante o estirão do crescimento, em relação ao sexo feminino.28

Os valores encontrados para massa e força musculares absolutas e relativas nos pacientes avaliados, no presente estudo, foram menores do que aqueles identificados nos estudos feitos em crianças e adolescentes saudáveis,5,14,25,29 principalmente com relação à força muscular relativa.14,17 Essas descobertas reforçam a contribuição da presente pesquisa pela produção de dados informativos adicionais quanto aos valores referentes à massa e à força muscular esquelética dos pacientes pediátricos com DHC.

Optou‐se, neste estudo, por usar as medidas relativas da massa muscular (SMI) e da força muscular (FPMr) para o diagnóstico de sarcopenia, em vez das medidas absolutas (ASM;FPMF), de modo a ajustar as mudanças relacionadas ao processo de maturação e tamanho do corpo que ocorrem na faixa etária estudada.14

Devido à falta de consenso sobre a avaliação de sarcopenia e à ausência de critérios para população pediátrica, principalmente com DHC, no presente estudo foi adotada a recomendação do Grupo de Trabalho Europeu sobre Sarcopenia em Pessoas Idosas (EWGSOP),6 que considera a presença simultânea de déficit de massa e força muscular esquelética para diagnosticar sarcopenia. Vale ressaltar que também não há um ponto de corte padrão para avaliação das variáveis necessárias ao diagnóstico de sarcopenia, em pacientes pediátricos hepatopatas, e que os estudos disponíveis em populações distintas usaram diversos pontos de corte. Assim, no presente estudo, foi usado o protocolo proposto por Amparo et al.,24 o qual estudou indivíduos adultos com doença crônica e adotou valores abaixo da média da população estudada, para considerar o déficit de massa e de força muscular esquelética.

Embora a sarcopenia seja uma condição que esteja, principalmente, associada à população idosa, resultados de estudos evidenciaram que essa condição pode ser identificada na população adulta2 e pediátrica,7,8 principalmente quando cursam com doenças crônicas.7,8 O presente estudo contribuiu com os dados para literatura da área, ao identificar que a sarcopenia é uma condição frequente em pacientes pediátricos com DHC, em acompanhamento ambulatorial.

Nesse sentido, a avaliação de sarcopenia pode representar uma ferramenta útil na avaliação do estado nutricional do paciente hepatopata pediátrico. Dessa forma, o déficit de massa e de força muscular possivelmente pode contribuir para avaliar a reserva proteica usada durante os períodos catabólicos, a fim de manter as necessidades nutricionais e a função corporal dos pacientes com DHC, especialmente em estágios avançados da doença.30

Acredita‐se que o comprometimento muscular também pode ser um indicador importante da gravidade da doença hepática e, dessa forma, o desenvolvimento de estudos futuros, nessa população, com o propósito de avaliar a possibilidade de adicionar a sarcopenia aos critérios prognósticos convencionais serão importantes, como marcador do estado nutricional.

Algumas limitações neste estudo merecem consideração. Primeiro, o tipo e tamanho da amostra não permitiram extrapolar os resultados para outras populações. Dessa forma, recomenda‐se que sejam feitos estudos posteriores com amostra probabilística e de tamanho maior. Outra limitação é a ausência de ponto de corte para classificar déficit de força e massa muscular em pacientes pediátricos com DHC.

No entanto, vale ressaltar a contribuição fornecida pelo presente estudo, enfatiza‐se que os resultados são os primeiros dados da massa e da força muscular esquelética, derivados da DXA e da DM, para ilustrar a variação relacionada ao sexo e à faixa etária da ASM, do SMI, da FPMF e do FPMr, assim como para estabelecer o diagnóstico de sarcopenia em pacientes pediátricos hepatopatas.

Conclui‐se que a sarcopenia foi identificada nos pacientes do presente estudo, é importante a sua avaliação.

Conflitos de interesse

Os autores declaram não haver conflitos de interesse.

Referências
[1]
C.T. Dornelles, D. Santetti, M.I. Wilasco, C.O. Kieling, H.A. Goldani, T.R. Silveira.
Risco nutricional e desnutrição em crianças e adolescentes com cirrose: o papel da avaliação nutricional.
Rev AMRIGS., 56 (2012), pp. 51-56
[2]
G. Belarmino, M.C. Gonzalez, P. Sala, R.S. Torrinha, W. Andraus, L.A. D’Albuquerque, et al.
Diagnosing sarcopenia in male patients with cirrhosis by dual‐energy X‐ray absorptiometry estimates of appendicular skeletal muscle mass.
J Parenter Enteral Nutr., 20 (2017), pp. 1-12
[3]
R. Thibault, C. Pichard.
The evaluation of body composition: a useful tool for clinical practice.
Ann Nutr Metab., 60 (2012), pp. 6-16
[4]
N.J. Fuller, M.S. Fewtrell, O. Dewit, M. Elia, J.C. Wells.
Segmental bioelectrical impedance analysis in children aged 8‐12y. 2. The assessment of regional body composition and muscle mass.
Int J Obes., 26 (2002), pp. 692-700
[5]
K. Kim, S. Hong, E.Y. Kim.
Reference values of skeletal muscle mass for Korean children and adolescents using data from the Korean National Health and Nutrition Examination Survey 2009±2011.
[6]
A.J. Cruz-Jentoft, G. Bahat, B. Jürgen, Y. Boirie, O. Bruyère, T. Cederholm, et al.
Guidelines sarcopenia: revised European consensus on definition and diagnosis. Age and Ageing.
, 01 (2018), pp. 1-16
[7]
R.S. Mangus, W.J. Bush, C. Miller, C.A. Kubal.
Severe sarcopenia and increased fat stores in pediatric patients with liver, kidney, or intestine failure.
J Pediatr Gastroenterol Nutr., 65 (2017), pp. 579-583
[8]
E. Lurz, H. Patel, R.G. Frimpong, A. Ricciuto, M. Kehar, P.W. Wales, et al.
Sarcopenia in children with end‐stage liver disease.
J Pediatr Gastroenterol Nutr., 66 (2018), pp. 222-226
[9]
T. Hanai, M. Shiraki, S. Ohnishi, T. Miyazaki, T. Ideta, T. Kochi, et al.
Rapid skeletal muscle wasting predicts worse survival in patients with liver cirrhosis.
Hepatology Research., 46 (2016), pp. 743-751
[10]
M.J. Englesbe, S.P. Patel, K. He, R.J. Lynch, D.E. Schaubel, C. Harbaugh, et al.
Sarcopenia and mortality after liver transplantation.
J Am Coll Surg., 211 (2010), pp. 271-278
[11]
P. Tandon, M. Ney, I. Irwin, M.M. Ma, L. Gramlich, V.G. Bain, et al.
Severe muscle depletion in patients on the liver transplant wait list: its prevalence and independent prognostic value.
Liver Transpl., 18 (2012), pp. 1209-1216
[12]
J.C. Lai, J.L. Dodge, S. Sen, K. Covinsky, S. Feng.
Functional decline in patients with cirrhosis awaiting liver transplantation: results from the functional assessment in liver transplantation (FrAILT) study.
Hepatology., 63 (2016), pp. 574-580
[13]
A. DiMartini, R.J. Cruz, M.A. Dew, L. Myaskovsky, B. Goodpaster, K. Fox, et al.
Muscle mass predicts outcomes following liver transplantation.
Liver Transpl., 19 (2013), pp. 1172-1180
[14]
M. Steffl, J. Chrudimsky, J.J. Tufano.
Using relative handgrip strength to identify children at risk of sarcopenic obesity.
PLoS ONE., 12 (2017), pp. 1-9
[15]
C. Silva, T.F. Amaral, D. Silva, B.M. Oliveira, A. Guerra.
Handgrip strength and nutrition status in hospitalized pediatric patients.
Nutr Clin Pract., 29 (2014), pp. 380-385
[16]
H.J. Kalkwarf, S.A. Abrams, L.A. DiMeglio, W.W. Koo, B.L. Specker, H. Weiler, et al.
Bone densitometry in infants and young children: the 2013 ISCD Pediatric Official Positions.
J Clin Densitom., 17 (2014), pp. 243-257
[17]
A.C. Ferreira, A.C. Shimano, N. Mazzer, C.H. Barbieri, V.M. Elui, M.C. Fonseca.
Força de preensão palmar e pinças em indivíduos sadios entre 6 e 19 anos.
Acta Ortop Bras., 19 (2011), pp. 92-97
[18]
J.M. Tanner.
Normal growth and techniques of growth assessment.
Clin Endocrinol Metab., 15 (1962), pp. 411-451
[19]
Sociedade Brasileira de Pediatria. Avaliação nutricional da criança e do adolescente: manual de orientação. São Paulo: Sociedade Brasileira de Pediatria.
Departamento de Nutrologia, (2009), pp. 112p
[20]
M. de Onis, A.W. Onyango, E. Borghi, A. Siyam, C. Nishida, J. Siekmann.
Development of a WHO growth reference for school‐aged children and adolescents.
Bulletin of the World Health Organization., (2007), pp. 600-667
[21]
Brasil. Ministério da Saúde. Secretária de Atenção a Saúde. Departamento de Atenção Básica. Orientações para coleta e análise de dados antropométricos em serviços de saúde: Norma Técnica do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional ‐ SISVAN.
Brasília., (2011), pp. 76
[22]
I.M. Abdalla, M.C. Brandão.
Forças de preensão palmar e da pinça digital.
In: Sociedade Brasileira de Terapeutas da Mão. Recomendações para avaliação do membro superior, 2nd ed., SBTM, (2005), pp. 38-41
[23]
R. Baumgartner, K. Koehler, D. Gallagher, L. Romero, S.B. Heymsfield, R.R. Ross, et al.
Epidemiology of sarcopenia among the elderly in New Mexico.
Am J Epidemiol., 147 (1998), pp. 755-763
[24]
F.C. Amparo, A.C. Cordeiro, J.J. Carrero, L. Cuppari, B. Lindholm, C. Amodeo, et al.
Malnutrition‐inflammation score is associated with handgrip strength in nondialysis‐dependent chronic kidney disease patients.
J Ren Nutr., 23 (2013), pp. 283-287
[25]
H.D. McCarthy, D. Samani-Radia, S.A. Jebb, A.M. Prentice.
Skeletal muscle mass reference curves for children and adolescents.
Pediatr Obes., 9 (2014), pp. 249-259
[26]
M. Giusto, B. Lattanzi, C. Albanese, A. Galtieri, A. Farcomeni, V. Giannelli, et al.
Sarcopenia in liver cirrhosis: the role of computed tomography scan for the assessment of muscle mass compared with dual‐energy X‐ray absorptiometry and anthropometry.
Eur J Gastroenterol Hepatol., 27 (2015), pp. 328-334
[27]
A.D. Rogol, J.N. Roemmich, P.A. Clark.
Growth at puberty.
J Adolesc Health., 31 (2002), pp. 192-200
[28]
A.H. Ré.
Crescimento, maturação e desenvolvimento na infância e adolescência: implicações para o esporte.
Motricidade., 7 (2011), pp. 55-67
[29]
B. Guo, Q. Wu, J. Gong, Z. Xiao, Y. Tang, J. Shang, et al.
Relationships between the lean mass index and bone mass and reference values of muscular status in healthy Chinese children and adolescents.
J Bone Miner Metab., 34 (2016), pp. 703-713
[30]
S.B. Heymsfield, C. McManus, V. Stevens, J. Smith.
Muscle mass: reliable indicator of protein‐energy malnutrition severity and outcome.
Am J Clin Nutr, 35 (1982), pp. 1192-1199

Como citar este artigo: Rezende IF, Conceição‐Machado ME, Souza VS, Santos EM, Silva LR. Sarcopenia in children and adolescents with chronic liver disease. J Pediatr (Rio J). 2020;96:439–46.

Study conducted at Complexo Hospitalar Professor Edgar Santos (C‐HUPES), Serviço de Gastroenterologia e Hepatologia Pediátricas; and Universidade Federal da Bahia (UFBA), Instituto de Ciências da Saúde, Programa de Pós‐graduação em Processos Interativos dos Órgãos e Sistemas, Salvador, BA, Brazil.

Copyright © 2019. Sociedade Brasileira de Pediatria
Baixar PDF
Idiomas
Jornal de Pediatria
Opções de artigo
Ferramentas
en pt
Taxa de publicaçao Publication fee
Os artigos submetidos a partir de 1º de setembro de 2018, que forem aceitos para publicação no Jornal de Pediatria, estarão sujeitos a uma taxa para que tenham sua publicação garantida. O artigo aceito somente será publicado após a comprovação do pagamento da taxa de publicação. Ao submeterem o manuscrito a este jornal, os autores concordam com esses termos. A submissão dos manuscritos continua gratuita. Para mais informações, contate jped2@sbp.com.br. Articles submitted as of September 1, 2018, which are accepted for publication in the Jornal de Pediatria, will be subject to a fee to have their publication guaranteed. The accepted article will only be published after proof of the publication fee payment. By submitting the manuscript to this journal, the authors agree to these terms. Manuscript submission remains free of charge. For more information, contact jped2@sbp.com.br.
Cookies policy Política de cookies
To improve our services and products, we use "cookies" (own or third parties authorized) to show advertising related to client preferences through the analyses of navigation customer behavior. Continuing navigation will be considered as acceptance of this use. You can change the settings or obtain more information by clicking here. Utilizamos cookies próprios e de terceiros para melhorar nossos serviços e mostrar publicidade relacionada às suas preferências, analisando seus hábitos de navegação. Se continuar a navegar, consideramos que aceita o seu uso. Você pode alterar a configuração ou obter mais informações aqui.