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Vol. 91. Núm. 3.
Páginas 248-255 (Maio - Junho 2015)
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Vol. 91. Núm. 3.
Páginas 248-255 (Maio - Junho 2015)
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Reference curves of the body fat index in adolescents and their association with anthropometric variables
Curvas de referência do índice de adiposidade corporal de adolescentes e sua relação com variáveis antropométricas
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Renata Rago Frignania, Maria Aparecida Zanetti Passosa, Gerson Luis de Moraes Ferraria,b,
Autor para correspondência
gersonferrari08@yahoo.com.br

Autor para correspondência.
, Sheila Rejane Niskiera, Mauro Fisberga, Isa de Pádua Cintraa
a Setor de Medicina do Adolescente, Centro de Atendimento e Apoio ao Adolescente (CAAA), Departamento de Pediatria, Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), São Paulo, SP, Brasil
b Centro de Estudos do Laboratório de Aptidão Física de São Caetano do Sul (CELAFISCS), São Paulo, SP, Brasil
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Estatísticas
Figuras (2)
Tabelas (2)
Tabela 1. Tamanho da amostra, média e desvio‐padrão para massa corporal, estatura, IMC, CQ, IAC e %GC de adolescentes de São Paulo de acordo com a idade e estágio de Tanner
Tabela 2. IAC de acordo com o percentil, sexo, idade e estágio de Tanner de adolescentes de São Paulo de 10 a 15 anos
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Abstract
Objectives

To develop reference curves for the body fat index (BFI) in the pediatric population, in adolescents from the city of São Paulo, Brazil, and verify their association with body mass index and body fat percentage.

Methods

The study is part of the research project “Nutritional Profile of Adolescents from Public and Private Schools of São Paulo” that was performed in 2004‐2005. A total of 4,686 adolescents (2,130 boys and 2,556 girls) aged 10‐15 years were divided into two groups: 10‐12 and 13‐15 years of age. Body mass, height, body mass index, hip circumference, body fat percentage, body fat index, and sexual maturation performed by the self‐assessment method (prepubertal, pubertal, and postpubertal) were analyzed. ANOVA was performed, as well as percentile distribution, Pearson's correlation, and Bland‐Altman plot.

Results

In boys, there was an increase in body mass, height, body mass index, and hip circumference with advancing age and Tanner stage. In girls, there was an increase in body fat index and body fat percentage with advancing age and stage of sexual maturation. An association was found between body fat index and body mass index (r=0.67 in boys and 0.80 in girls, p<0.001) and body fat percentage (r=0.71 in boys and 0.68 in girls, p<0.001).

Conclusion

The body fat index seems to reflect well the phenomena of sexual dimorphism in adolescence, is easy to perform, and represents a method that should be used in population samples.

Keywords:
Adolescents
Sexual maturation
Fat
Skin folds
Resumo
Objetivos

Desenvolver curvas de referência do índice de adiposidade corporal para população pediátrica, em adolescentes da cidade de São Paulo, Brasil, e verificar a sua relação com o índice de massa corporal e percentual de gordura corporal.

Métodos

O estudo faz parte do projeto de pesquisa “Perfil Nutricional de Adolescentes de escolas Públicas e Privadas de São Paulo” realizado em 2004/2005. 4.686 adolescentes (2.130 meninos e 2.556 meninas) de 10‐15 anos foram divididos em dois grupos: 10‐12 e 13‐15 anos. Massa corporal, estatura, índice de massa corporal, circunferência de quadril, porcentagem de gordura corporal, índice de adiposidade corporal e maturação sexual realizada pelo método de autoavaliação (pré‐púbere, púbere e pós‐púbere) foram analisadas. Foi feito ANOVA, distribuição percentilar, correlação de Pearson e o gráfico de Bland‐Altman.

Resultados

Nos meninos, ocorreu aumento da massa corporal, estatura, índice de massa corporal e circunferência do quadril com o avanço da idade e estágio de Tanner. Nas meninas, ocorreu aumento do índice de adiposidade corporal e do percentual de gordura corporal com o avanço da idade e estágio de maturação. Foi encontrada uma associação entre o índice de adiposidade corporal com o índice de massa corporal (r=0,67 nos meninos e 0,80 nas meninas; p<0,001) e com o percentual de gordura (r=0,71 nos meninos e 0,68 nas meninas; p<0,001).

Conclusão

O índice de adiposidade corporal parece refletir bem os fenômenos do dismorfismo sexual na adolescência, sendo um método de fácil realização que deveria ser mais utilizado em amostras populacionais.

Palavras‐chave:
Adolescentes
Maturação sexual
Adiposidade
Pregas cutâneas
Texto Completo
Introdução

Nas últimas décadas, a prevalência de sobrepeso e obesidade tem aumentado de forma preocupante em todo o mundo, sendo considerado, um problema de saúde pública.1,2 O período de maior risco para incidência da obesidade é a transição entre a adolescência e as etapas precoces da vida adulta, em ambos os sexos e em vários grupos étnicos,3 além também de ser um fator de risco importante para doenças cardiovasculares.4 Embora as manifestações clínicas dessas doenças ocorram na maturidade, estudos mostraram que comorbidades, como as dislipidemias, hipertensão arterial e resistência à insulina, podem estar presentes na infância e na adolescência,4 sendo responsáveis pelo aumento de risco de morbimortalidade na vida adulta.5

Além do excesso de peso na infância aumentar as chances de obesidade na idade adulta,3,4 a sua forte associação com alterações metabólicas (perfil lipídico e pressão arterial) motivou o desenvolvimento de várias técnicas (pesagem hidrostática e absorção de raio‐x de dupla energia) para determinar precisamente a adiposidade corporal, porém a maioria são métodos complexos, demorados e caros para serem aplicados rotineiramente.6,7 Assim, a avaliação antropométrica constitui‐se em importante método de diagnóstico, de fácil realização, baixo custo, não invasiva, universalmente aplicável, com boa aceitação da população, sendo universalmente aceito e proposto pela Organização Mundial de Saúde.8,9 Além da medição do peso corporal, e do percentual de gordura corporal (%GC), o índice de massa corporal (IMC) é a abordagem mais comumente utilizados para caracterizar obesidade em sujeitos individuais.7–9

Apesar do IMC ser utilizado para caracterizar o crescimento corporal de crianças, essa medida é rotineiramente aplicada, não só em estudos epidemiológicos, mas também na prática clínica.1,9,10 Quando usado de maneira indiscriminada pode nos levar a falsos resultados, já que é uma medida ainda muito discutida, além de ser particularmente difícil determinar a adiposidade corporal em crianças.10,11

Bergman et al. propuseram o Índice de Adiposidade Corporal (IAC) para indivíduos adultos, um novo parâmetro para avaliar a composição corporal a partir de duas medidas antropométricas, ambas, de fácil reprodutibilidade ‐ estatura, em metros, e circunferência do quadril (CQ), em centímetros.7 O IAC tem sido desenvolvido e aplicado em adultos de diversos países,6,7 porém ainda é escasso a aplicação desse índice em adoelscentes brasileiros.

Com isso, o objetivo deste estudo foi desenvolver curvas de referência do IAC para população pediátrica, tendo como modelo, adolescentes da cidade de São Paulo, Brasil, bem como verificar a sua relação com o IMC e %GC.

MétodosPopulação de estudo e amostragem das escolas

O presente estudo integra uma pesquisa sobre os hábitos de vida e o estado nutricional de adolescentes, intitulado “Perfil Nutricional de Adolescentes de escolas Públicas e Privadas de São Paulo”. O Projeto foi coordenado por pesquisadores do Centro de Atendimento e Apoio ao Adolescente da Disciplina de Especialidades Pediátricas do Departamento de Pediatria da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP).

O estudo avaliou adolescentes que estavam matriculados entre a 5a a 8a séries de 43 escolas públicas e privadas selecionadas aleatoriamente. A randomização levou em consideração o número de escolas públicas e particulares de cada região, contendo no mínimo 200 alunos de 5a a 8a séries de turnos matutinos e/ou vespertinos, tendo sido verificada uma relação de proporcionalidade entre as mesmas de 2 para 1. Devido a dificuldade de concordância na aplicação das pranchas de Tanner por parte das escolas particulares e como este dado era importante para o trabalho, a nossa relação de proporcionalidade final foi de 4 escolas públicas para 1 particular, representando 28% de perda. Estes, foram randomicamente selecionados em 31 escolas (25 públicas e 6 particulares) das diferentes regiões (norte, sul, leste e oeste) da cidade de São Paulo, Brasil.

Para compor a amostra deste estudo, foi analisado um banco de dados composto por mais de 8.020 escolares de ambos os sexos que deveriam atender os seguintes critérios de inclusão: (a) ter os dados completos das variáveis incluídas no estudo (b) ter entre 10 e 15 anos de idade; (c) estar regularmente matriculado na rede de ensino público e particular do município de São Paulo; (d) e os responsáveis deveriam assinar o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. O protocolo do estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética da UNIFESP sob o protocolo 0977/03. Grávidas adolescentes foram excluídas do estudo.

Participaram deste estudo 4.686 adolescentes, dos quais 45,5% (n=2130) eram do masculino e 54,5% (n=2556) eram do sexo feminino e, com idade entre 10 anos e um dia a 15 anos 11 meses e 29 dias, representando uma fração amostral de 1,3% dos 360.000 alunos matriculados nas escolas públicas e privadas de São Paulo. Nenhuma fórmula foi utilizada para estimar o tamanho da amostra pois optamos por uma abordagem probabilística. Os dados foram coletados entre setembro de 2004 e junho de 2005.

A distribuição etária dos estudantes do sexo feminino e masculino foi, respectivamente, a seguinte: 646 e 554 com idade entre 10 e 11 anos; 1308 e 1053 com idade entre 12 e 13 anos; e 602 e 523 com idade entre 14 e 15 anos.

Medidas antropométricas

Uma equipe de quatro pesquisadoras treinadas coordenaram a realização de todas as medidas, as quais foram previamente treinadas quanto às técnicas e a padronização dos métodos utilizados, com objetivo de obter maior precisão dos dados coletados.

A massa corporal foi aferida em uma balança digital portátil (Seca®, CA, EUA) com capacidade de 150kg. Os adolescentes foram pesados de pé no centro da plataforma, em posição ortostática de costas para a escala da balança, com afastamento lateral dos pés e o peso do corpo uniformemente distribuído entre ambos os pés, descalços, com roupas leves e em posição firme com os braços ao longo do corpo.12

A estatura foi determinada por meio de estadiômetro digital de parede (Seca®, CA, EUA), com o adolescente descalço ou de meias finas e usando poucas roupas, de modo que o posicionamento do corpo pudesse ser visto pelo avaliador. O adolescente ficou sobre uma superfície plana com o peso distribuído uniformemente em ambos os pés, com um olhar perpendicular ao corpo. Os braços ficaram soltos ao lado do corpo e a cabeça, nádegas e costas em contato com a placa vertical. A mensuração foi feita em uma inspiração profunda com o corpor totalmente ereto.12

O IMC foi calculado dividindo o peso, em quilogramas, pela estatura, em metros quadrados (kg/m2), conforme as curvas propostas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) de acordo com idade e sexo.9 Essa classificação tem sido utilizada para identificar o risco ou a condição efetiva de obesidade em populações.7–9

Para a aferição da CQ foi utilizada uma fita métrica inelástica (Seca®, CA, EUA), com o adolescente de pés juntos, com o peso distribuído uniformemente em ambos os pés. A medida foi registrada na área de maior circunferência da região glútea.13 Tanto a estatura quanto a CQ foram feitas três medidas consecutivas, considerando a média aritmética como o valor final. A partir dessas duas medidas citadas anteriormente, foi obtido o IAC, em que se divide a CQ pela estatura multiplicada pela raiz quadrada da estatura menos 18:7

Para o cálculo do %GC, foram utilizadas as medidas das dobras cutâneas Triciptal (DCT), no ponto que compreende a metade da distância entre a borda súperolateral do acrômio e o olécrano, e a Subescapular (DCSE), medida executada obliquamente em relação ao eixo longitudinal, sendo localizada a dois centímetros abaixo do ângulo inferior da escápula, por meio das equações de Slaughter et al.14 Para a interpretação dos resultados, foram considerados aceitáveis valores de gordura corporal proposta por Lohman et al.15

Para a determinação da maturação sexual foi utilizado o estadiamento puberal de Tanner16 mediante a técnica de auto‐avaliação do desenvolvimento das mamas (M1, M2, M3, M4 e M5) para meninas e genitália (G1, G2, G3, G4 e G5) para meninos, validado anteriormente,17 tendo sido agrupado em pré‐púbere (M1 e G1), púbere (M2 a M4 e G2 a G4) e pós‐púbere (M5 e G5).

Para efeitos de cálculos, os adolescentes foram divididos de acordo com a idade biológica em: adolescência precoce: 10 a 12 anos e adolescência média: 13 a 15 anos.18

Análise estatística

Foi utilizada a análise descritiva média e desvio padrão. A normalidade dos dados contínuos foi avaliado por meio do teste de Kolmogorov‐Smirnov. Para comparar os sexos com as variáveis dependentes (massa corporal, estatura, IMC, CQ, IAC e %GC) foi aplicada a análise de variância com dois fatores (sexo e idade: cronológica e biológica) seguido pelo método de comparações múltiplas de Bonferroni.19

Para o desenvolvimento das curvas de referência do IAC, utilizamos a idade dos adolescents em forma centesimal e o método LMS foi usado para definir a distribuição e os pontos de corte do IAC de acordo com o sexo, com os seguintes valores de percentis: 3, 5, 10, 15, 25, 50, 75, 85, 90, 95 e 97.20 O diagrama de dispersão de Bland‐Altamn foi utilizado para verificar a concordância absoluta entre IAC e IMC e %GC.21 Esse procedimento permite visualizar as diferenças médias e os limites extremos de concordância, no caso de dois devios‐padrões da diferença. Assim, o Bland‐Altman pode fornecer informações úteis no que diz respeito aos intervalos de valores para os quais os dois métodos são mais concordante / discordante.21 Para verificar a associação entre IAC com IMC e %GC foi feito a correlação de Pearson. Os cálculos foram realizados pelo software SPSS, versão 20.0 (IBM Corp, 2011. IBM SPSS Statistics for Windows, NY, EUA) e o nível de significância adotado foi de p<0,01.19

Resultados

A caracterização da amostra é apresentada na tabela 1, de acordo com as variáveis analisadas. É possível verificar que nos meninos houve um aumento da massa corporal, estatura, IMC e CQ com o avanço da idade e do estágio de Tanner. Já em relação às meninas, essa mesma observação ocorreu em todas as variáveis analisadas no presente estudo.

Tabela 1.

Tamanho da amostra, média e desvio‐padrão para massa corporal, estatura, IMC, CQ, IAC e %GC de adolescentes de São Paulo de acordo com a idade e estágio de Tanner

Sexo  Idade (anos)  Massa corporal (kg)  Estatura (cm)  IMC (kg/m2CQ (cm)  IAC  %GC 
Meninos  10‐12 (n=1087)  43,11±10,61a,b  149,60±8,17a,b  19,09±3,59b  79,44±8,76a,b  25,42±3,94a,b  20,22±8,89b 
  13‐15 (n=1043)  54,75±12,65a  163,77±9,20a  20,26±3,68a  86,66±8,88a  23,40±3,85a  18,88±8,06a 
Meninas  10‐12 (n=1311)  45,08±10,90b  151,58±7,79b  19,46±3,75b  83,18±9,34b  26,55±3,97b  20,95±7,55b 
  13‐15 (n=1245)  52,84±10,10  159,08±6,34  20,84±3,56  90,28±8,02  27,04±3,95  23,06±6,85 
  Estágio de Tanner  Massa corporal (kg)  Estatura(cm)  IMC (kg/m2)  CQ (cm)  IAC  %GC 
Meninos  Pré‐Púbere (n=115)  44,01±12,26a,c,d  149,47±8,75c,d  19,43±3,87a  80,72±9,81a  26,13±3,92c,d  21,04±9,34 
  Púbere (n=1998)  49,01±12,98e  156,84±11,13a,e  19,67±3,68a  83,07±9,49a  24,36±4,00a  19,50±8,48a 
  Pós‐Púbere (n=17)  57,56±14,29  169,17±13,30a  19,88±3,15  87,37±9,34  21,83±3,54a  16,84±6,15a 
Meninas  Pré‐Púbere (n=115)  38,31±10,38c,d  146,12±8,87c,d  17,74±3,56c,d  76,77±8,53c,d  25,47±3,72c,d  18,56±7,55c,d 
  Púbere (n=2365)  49,11±10,94e  155,57±7,75  20,17±3,68e  86,89±9,16e  26,79±3,95e  22,01±7,22e 
  Pós‐Púbere (n=76)  57,21±10,12  158,62±6,97  22,68±3,33  93,72±7,96  28,96±3,88  26,28±6,63 

IMC, índice de massa corporal; CQ, circunferência do quadril; IAC, índice de adiposidade corporal; %GC, porcentagem de gordura corporal.

a

p<0,05 diferenças entre os sexos.

b

p<0,05 diferenças entre idade.

c

p<0,05 diferenças entre pré‐púbere e púbere.

d

p<0,05 diferenças entre pré‐púbere e pós‐púbere.

e

p<0,05 diferenças entre púbere e pós‐púbere.

Em relação ao sexo (tabela 1), nota‐se que os meninos mais novos (10‐12 anos) possuem valores médios significantemente menores de massa corporal, estatura, CQ e IAC do que as meninas da mesma idade (p<0,001). Entre os mais velhos (13‐15 anos), isso acontece para todas as variáveis (p<0,001). Em ambos os sexos, os mais novos tiveram valores médios significantemente diferentes quando comparado aos mais velhos (p<0,001), isso para todas as variáveis analisadas.

Os resultados da tabela 1 mostraram que na análise comparativa entre os sexos, nos pré‐púberes foi encontrada diferença significante na massa corporal, IMC e CQ (p<0,001). Nos púberes, somente a massa corporal não apresentou diferença entre os sexos (p=0,06). Já nos pós‐púberes, somente estatura, IAC e %GC tiveram valores estatisticamente diferentes (p<0,001).

Na comparação entre os estágios de Tanner, os meninos pré‐púberes tiveram valores médios significantemente inferiores aos púberes e pós‐púberes na massa corporal, estatura e IAC. Na comparação dos púberes com os pós‐púberes, os valores médios obtidos nos meninos foram significantemente inferiores na massa corporal e estatura (p<0,001).

As meninas pré‐púberes tiveram valores médios significantemente inferiores às meninas púberes e pós‐púberes em todas as variáveis (p<0,001). Na comparação dos púberes com os pós‐púberes, os valores médios obtidos nas meninas, somente a estatura não teve diferença (p=0,08).

A tabela 2 estabelece os percentis de classificação do IAC de acordo com a idade e estágio de Tanner dos adolescentes. Nota‐se que, entre os sexos, a diferença dos valores nos adolescentes de 10 a 12 anos é menor que entre os de 13 a 15 anos.

Tabela 2.

IAC de acordo com o percentil, sexo, idade e estágio de Tanner de adolescentes de São Paulo de 10 a 15 anos

Sexo  Idade (anos)  3%  5%  10%  15%  25%  50%  75%  85%  90%  95%  97% 
Meninos  10‐12 (n=1087)  19,50  19,98  21,02  21,71  22,67  24,75  27,60  29,28  30,87  32,92  34,20 
  13‐15 (n=1043)  17,39  18,00  19,13  19,67  20,70  22,88  25,50  27,47  28,64  30,81  32,41 
Meninas  10‐12 (n=1311)  20,46  21,20  22,08  22,75  23,95  26,01  28,58  30,63  31,89  33,97  35,48 
  13‐15 (n=1245)  20,55  21,31  22,49  23,28  24,41  26,72  29,16  30,57  31,89  34,26  36,06 
Sexo  Estágio de Tanner  3%  5%  10%  15%  25%  50%  75%  85%  90%  95%  97% 
Meninos  Pré (n=115)  19,62  20,28  21,85  22,34  23,22  25,73  29,09  30,31  32,01  33,48  34,76 
  Púbere (n=1998)  18,09  18,88  19,78  20,51  21,60  23,77  26,69  28,36  29,74  32,10  33,04 
  Pós (n=17)  15,58  15,58  17,05  17,70  19,13  22,50  24,85  26,35  26,93  ‐  ‐ 
Meninas  Pré(n=115)  20,56  20,94  21,51  22,10  22,94  25,09  27,26  28,87  29,84  32,23  33,36 
  Púbere (n=2365)  20,49  21,23  22,27  23,02  24,21  26,35  28,91  30,52  31,87  34,22  35,62 
  Pós (n=76)  23,75  24,28  24,84  25,19  26,48  28,15  31,07  32,94  33,26  36,63  40,02 

Pré, pré‐púbere; Pós, Pós‐púbere.

É possível verificar que, na comparação entre os sexos, do percentil 3 até o percentil 75 ocorreu um aumento da diferença dos valores encontrados conforme o avanço do estágio maturacional. A partir do percentil 85, os meninos pré‐púberes obtiveram valores maiores que as meninas de mesma classificação.

Nota‐se que o comportamento do IAC é diferente de acordo com o sexo e idade, uma vez que os valores médios dos meninos diminuem com o avanço da idade e os valores médios das meninas tiveram um ligeiro aumento com o avanço da idade (fig. 1).

Figura 1.

Curvas dos percentis do IAC de acordo com a idade e sexo de adolescentes do municício de São Paulo.

(0,19MB).

Referente a associação entre as variáveis, a figura 2 mostra a associação significante entre o IAC com o IMC e %GC de adolescentes de ambos os sexos da cidade de São Paulo (p<0,001). Além disso, a figura 2 apresenta o diagrama de Bland‐Altman com elevada concordância entre IAC com IMC e %GC em ambos os sexos. No sexo masculino, a diferença média (IAC‐IMC) foi igual a 4,73±3,21, com limites de concordância que variaram (+ 2DP) 11,03 a (–2DP) –1,57. Já para %GC‐IAC, a diferença média foi igual a –4,83±6,37, com limites de concordância que variaram (+ 2DP) 7,66 a (–2DP) –17,31 (fig. 2: A, B).

Figura 2.

Gráfico de Bland‐Altman para verificar o grau de concordância entre o IAC com IMC e %GC de adolescentes (Meninos: A, B; Meninas: C, D) de São Paulo de 10 a 15 anos.

(0,42MB).

Já no sexo feminino, a diferença média (IAC‐IMC) foi igual a 6,65±2,43, com limites de concordância que variaram (+ 2DP) 11,40 a (‐2DP) 1,90. Já para %GC‐IAC, a diferença média foi igual a ‐4,81±5,43, com limites de concordância que variaram (+ 2DP) 5,84 a (‐2DP) ‐15,46 (fig. 2: C, D).

Discussão

Neste artigo, apresentamos dados e curvas de percentis para o IAC de adolescentes de 10 a 15 anos, tendo sido utilizada estatura e circunferência do quadril para esta avaliação. Embora esta técnica tenha sido validada e considerada de extrema utilidade em estudos epidemiológicos de adultos devido à facilidade na sua medida e ao seu baixo custo, Bergman et al.,7 destacam uma predição de erro de 3%. O IAC é uma estimativa direta da %GC e ao contrário do IMC, o IAC fornece dados de %GC sem correção estatística e não requer a medida de massa corporal.7

Os valores do IAC podem ser utilizados para a prevenção da obesidade como uma ferramenta de avaliação específica, visto que somente o IMC representa um valor bruto para a gordura corporal sem diferenciação de sexo e estadiamento puberal, podendo facilmente induzir ao erro de classificação.22

No presente estudo, verificou‐se que na adolescência (10‐12 anos e 13‐15 anos), foi observada diferença estatística entre o sexo e grupo etário em relação ao IMC, IAC e %GC. No entanto, na adolescência média (13‐15 anos), apesar dos meninos serem mais altos e com maior massa corporal, eles apresentam menor valor de IMC, CQ, IAC, e %GC do que as meninas do mesmo grupo etário.

Anteriormente, o IAC foi utilizado e validado em diferentes faixas etárias e grupos étnicos.7,23 Devido o número crescente de obesidade infantil e pelo fato da população pediátrica obesa ter grandes chances de ser tornar adultos obesos24 e com elevados riscos de doenças cardiovasculares, diabetes do tipo 2 e hipertensão,25 consideramos de extrema relevância dados e curvas do IAC para a população pediátrica de acordo com a idade e maturação sexual. Para Bergman et al., é crítico examinar o comportamento do IAC de escolares pré‐púberes e pós‐púberes de ambos os sexos e diferentes etnias.7 Os mesmos autores deixam claro que seria importante verificar a relação do IAC com adiposidade corporal, fato realizado no presente estudo.

Um dos resultados surpreendentes encontrado foi a elevada associação do IAC com %GC, não havendo assim a necessidade da utilização de um instrumento específico e/ou eletrônico para a medição do %GC. Assim, mesmo em ambientes onde apenas as ferramentas mais simples e menos dispendiosas estão disponíveis (a fita métrica), uma estimativa confiável de adiposidade pode ser obtida.

Em relação aos estágios de maturação sexual, tanto os valores do IAC como do %GC tiveram comportamento semelhante em ambos os sexos. Nos meninos, as médias dessas duas variáveis tiveram redução significativa e nas meninas, as médias foram maiores com o avanço dos estágios de Tanner. Resultados similares referente ao %GC têm sido demonstrados por outros autores11,26,27 sendo importante destacar que, durante a puberdade, as meninas ganham mais gordura corporal enquanto os meninos mais massa muscular.18 Ressalte‐se que a puberdade se caracteriza pelo surgimento de mudanças hormonais drásticas, que induzem a importantes modificações no crescimento, na massa óssea e na composição corpórea. Essas modificações se associam a variações em alguns parâmetros bioquímicos, verdadeiros “marcadores”, que regulam o turnover ósseo e os níveis de leptina, refletindo mudanças, respectivamente, no crescimento ósseo e na massa gorda.28

Quando analisamos os valores dos percentis de IAC dos escolares de acordo com o grupo etário e estágio de Tanner, podemos notar que nos meninos as médias dos valores diminuíam com o avanço do estágio de Tanner, fato inverso ocorreu nas meninas.

A relação entre a %GC e risco cardiovascular para doença está bem documentada.3,4 No entanto, há evidências convincentes de que o conteúdo de gordura visceral29 pode ser um preditor mais forte do risco cardiovascular do que a adiposidade em geral, mesmo sabendo que nesse estudo analisamos somente a %GC geral. Nesse momento, não temos condições de determinar se o IAC pode ser mais prejudicial a gordura visceral ou hepática, mas no futuro, será de interesse comparar o IAC com depósitos de gordura selecionados.

Embora não há consenso na literatura sobre o diagnóstico da obesidade por meio do %GC e IAC em adolescentes, alguns autores definiram os percentis 85th e 95th como excesso de gordura corporal e obesidade, respectivamente.11,27

Quando avaliamos os percentis 85 e 95 do IAC de acordo com a maturação sexual, verificamos que nos meninos pré‐púberes e púberes houve uma elevação, em torno de 10 e 17%, respectivamente. Já nas meninas, o maior aumento foi naquelas classificadas como pós‐púberes. Estes dados demonstram a importância da avaliação da maturação sexual e a sua influência sobre a composição corporal dos adolescentes. Quando comparado aos grupos de 10 a 12 anos e de 13 a 15 anos, os meninos tiveram maior aumento no grupo etário 10‐12 anos, já nas meninas, o maior aumento aconteceu no grupo etário 13‐15 anos. Como na população estudada, os meninos apresentaram maior excesso de peso e esta mesma tendência tem sido observada na nossa experiência clínica, consideramos importante a utilização destes dados na avaliação de adolescentes de São Paulo.

Muitos estudos populacionais têm focado o IAC em populações estrangeiras e de outras etnias.23 Até o presente momento, nenhum estudo brasileiro tem apresentado os valores do IAC de acordo com o sexo, idade e maturação sexual, o que torna imprescindível durante a adolescência, uma vez que há uma grande variação dos eventos puberais em indivíduos de mesmo sexo e na mesma idade cronológica. Além disso, tem sido demonstrado um aumento do IMC em cada estágio de maturação sexual,30 portanto, este trabalho apresenta uma contribuição adicional para a avaliação da composição corporal de adolescentes, tornando mais fidedigna a avaliação deste parâmetro nesta faixa etária.

Uma limitação do estudo é que, ao separar os adolescentes, com idades de 10‐15 anos, de acordo com a maturação sexual, a maioria foi classificada como púberes e que havia poucos adolescentes pré‐púberes (predominantemente adolescentes do sexo masculino) e pós‐púberes (predominantemente feminino). O tamanho da amostra também pode influenciar os nossos resultados. Em estudos posteriores, será necessário incluir uma amostra maior em todos estágios de maturação sexual.

Este é o primeiro estudo que fornece dados do IAC para adolescentes de acordo com sexo, idade e maturação sexual, permitindo uma avaliação mais adequada ao estagio puberal, uma vez que a idade cronológica nesta fase apresenta grande variabilidade, propiciando assim uma importante ferramenta para avaliação de adiposidade na adolescência.

O IAC parece refletir bem os fenômenos do dismorfismo sexual na adolescência, sendo um método de fácil realização que deveria ser mais utilizado em amostras populacionais, sendo que estudos posteriores poderão, junto com este, realizar uma curva de normalidade, que seria de grande utilidade para a prática clínica.

Conflitos de interesse

Os autores declaram não haver conflitos de interesse.

Agradecimentos

Os autores agradecem o apoio da Divisão do Adolescente, do Departamento de Pediatria, da Universidade Federal de São Paulo e do International Life Sciences Institute (ILSO). Agradecem também aos participantes, seus pais e guardiães, aos professores e coordenadores de cada escola, e ao governo municipal de São Paulo, Brasil.

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Como citar este artigo: Frignani RR, Passos MA, Ferrari GL, Niskier SR, Fisberg M, de Pádua Cintra I. Reference curves of the body fat index in adolescents and their association with anthropometric variables. J Pediatr (Rio J). 2015;91:248–55.

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