Compartilhar
Informação da revista
Vol. 92. Núm. 2.
Páginas 188-196 (março - abril 2016)
Compartilhar
Compartilhar
Baixar PDF
Mais opções do artigo
Visitas
3044
Vol. 92. Núm. 2.
Páginas 188-196 (março - abril 2016)
Artigo original
Open Access
Prevalence of musculoskeletal pain in adolescents and association with computer and videogame use
Prevalência de dor musculoesquelética em adolescentes e associação com uso de computador e jogos eletrônicos
Visitas
3044
Georgia Rodrigues Reis Silvaa, Ana Carolina Rodarti Pitanguia,b, Michele Katherine Andrade Xaviera, Marco Aurélio Valois Correia‐Júniorb, Rodrigo Cappato De Araújoa,b,c,
Autor para correspondência
rodrigo.cappato@upe.br

Autor para correspondência.
a Programa de Mestrado em Hebiatria, Universidade de Pernambuco (UPE), Recife, PE, Brasil
b Departamento de Fisioterapia, Universidade de Pernambuco (UPE), Petrolina, PE, Brasil
c Programa de Pós‐Graduação em Educação Física, Universidade de Pernambuco (UPE), Recife, PE, Brasil
Este item recebeu

Under a Creative Commons license
Informação do artigo
Resume
Texto Completo
Bibliografia
Baixar PDF
Estatísticas
Tabelas (4)
Tabela 1. Características sociodemográficas, antropométricas, estado nutricional, nível de atividade física e atividade profissional dos adolescentes de escolas públicas estaduais do Recife, estratificadas por sexo
Tabela 2. Variáveis sociodemográficas, nível de atividade física, estado nutricional e uso de dispositivos eletrônicos e sua associação com queixas de dor na região cervical e cintura escapular
Tabela 3. Variáveis sociodemográficas, nível de atividade física, estado nutricional e uso de dispositivos eletrônicos e sua associação com queixas de dor na região toracolombar e membro superior
Tabela 4. Modelo múltiplo para associação da dor musculoesquelética em adolescentes do ensino médio
Mostrar maisMostrar menos
Abstract
Objective

This study investigated the presence of musculoskeletal symptoms in high school adolescents from public schools and its association with electronic device use.

Methods

The sample consisted of 961 boys and girls aged 14 to 19 years who answered a questionnaire regarding the use of computers and electronic games, and questions about pain symptoms and physical activity. Furthermore, anthropometric assessments of all volunteers were performed. The chi‐squared test and a multiple logistic regression model were used for the inferential analysis.

Results

The presence of musculoskeletal pain symptoms was reported by 65.1% of the adolescents, being more prevalent in the thoracolumbar spine (46.9%), followed by pain in the upper limbs, representing 20% of complaints. The mean time of use for computers and electronic games was 1,720 and 583minutes per week, respectively. The excessive use of electronic devices was demonstrated to be a risk factor for cervical and lumbar pain. Female gender was associated with the presence of pain in different body parts. Presence of a paid job was associated with cervical pain.

Conclusion

A high prevalence of musculoskeletal pain in adolescents, as well as an increased amount of time using digital devices was observed. However, it was only possible to observe an association between the increased use of these devices and the presence of cervical and low back pain.

Keywords:
Musculoskeletal pain
Adolescent
Computer systems
Video games
Resumo
Objetivo

Investigar a presença de sintomas musculoesqueléticos em adolescentes estudantes do ensino médio em escolas públicas e sua associação com o uso de dispositivos eletrônicos.

Método

A amostra foi composta por 961 meninos e meninas entre 14 e 19 anos que responderam questionário sobre o uso de computadores, jogos eletrônicos e questões relacionadas a sintomas dolorosos e atividade física. Além disso, todos os voluntários foram submetidos à avaliação antropométrica. Para análise inferencial foram usados os testes de qui‐quadrado e modelo múltiplo de regressão logística.

Resultados

A presença de sintomas de dor musculoesquelética foi reportada por 65,1% dos adolescentes, mais prevalente na coluna toracolombar (46,9%), seguida por dor nos membros superiores (20%). O tempo médio de uso de computador e jogos eletrônicos foi de 1.720 e 583 minutos por semana, respectivamente. O uso excessivo dos dispositivos eletrônicos mostrou‐se como fator de risco para dor cervical e lombar. O sexo feminino apresentou associação com a presença de dor em diferentes partes do corpo. A atividade profissional esteve associada com a dor cervical.

Conclusão

Observou‐se alta prevalência de dor musculoesquelética nos adolescentes e elevado tempo de uso dos dispositivos eletrônicos. Entretanto, foi possível observar somente a associação do uso excessivo desses dispositivos e a presença de dor cervical e lombar.

Palavras‐chave:
Dor musculoesquelética
Adolescente
Sistemas de computação
Jogos de vídeo
Texto Completo
Introdução

O uso de dispositivos eletrônicos tornou‐se, nos últimos anos, parte importante na vida dos adolescentes, que usam regularmente computadores para atividades acadêmicas e de lazer.1,2 Outros recursos usados por essa população são os diversos tipos de jogos eletrônicos, que, assim como os computadores, têm ressaltado o interesse exagerado, que leva as crianças e os adolescentes a passarem várias horas entretidos em tais tecnologias, o que interfere muitas vezes nos seus relacionamentos sociais.3,4

O uso excessivo desses equipamentos tem sido associado a vários problemas de saúde, como obesidade, cefaleia, ansiedade, estresse, distúrbios do sono, dores musculoesqueléticas, bem como diminuição dos níveis de atividade física.1,2,5,6

Os sintomas musculoesqueléticos constituem umas das principais causas de dores agudas, crônicas e recorrentes em crianças e adolescentes, afetam significativamente o estado psicossocial e são considerados um problema de saúde pública.7–11 A prevalência em estudos recentes com adolescentes tem variado entre 19,5% e 56%.2,8–11

Estudos têm demonstrado que o tempo prolongado em posições estáticas pode resultar em dores na coluna vertebral, aumentar o risco do desenvolvimento de queixas em outros segmentos.12–15 O estudo feito com adolescentes finlandeses sugere que os sintomas musculoesqueléticos que causam dor moderada a grave são comuns entre usuários de computador.2

A associação entre o uso de computador e a presença de dor musculoesquelética em adolescentes não foi evidenciada em estudo feito no Brasil em 2004.12 Entretanto, estudos feitos em países desenvolvidos demonstraram existir associação do tempo de uso de computadores com sintomas dolorosos nos membros inferiores e coluna cervical dos adolescentes.13,16,17 Desse modo, observa‐se que o fator tempo, somado ao desenvolvimento tecnológico e ao nível socioeconômico de uma região, pode ter influenciado esses resultados.

Considerando o recente crescimento tecnológico e econômico do Brasil e que concomitante a esse fato observou‐se um aumento ao acesso a essas tecnologias, acredita‐se que os adolescentes de hoje estejam mais expostos a esses recursos. Além disso, em 2012, a Secretaria de Estado de Educação (SEE) de Pernambuco, em uma estratégia considerada inovadora, distribuiu para todos os alunos do ensino médio um notebook e aumentou assim o acesso. O objetivo do presente estudo foi determinar a prevalência de dor musculoesquelética em adolescentes e sua associação com o uso de dispositivos eletrônicos.

Método

Estudo epidemiológico, correlacional, de corte transversal. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade de Pernambuco sob o protocolo CAAE 13598313.5.0000.5207.

A população deste estudo foi formada por adolescentes, entre 14 e 19 anos, matriculados em escolas do ensino médio da rede pública estadual da cidade do Recife. Conforme dados fornecidos pela SEE, em 2012 a estimativa de adolescentes matriculados era de 55.058 sujeitos distribuídos em 108 escolas estaduais. Para quantificação do tamanho da amostra foram usados os seguintes critérios: população estimada em 55.058 alunos; intervalo de confiança de 95%; erro amostral de cinco pontos percentuais; prevalência estimada em 50%; perda amostral de 20% e efeito de delineamento amostral estabelecido em duas vezes.

O procedimento de seleção da amostra respondeu a uma sequência de etapas, a fim de se obter uma amostragem representativa quanto à distribuição de discentes conforme região geográfica e porte de escolas. Inicialmente foi observado o quantitativo de escolas que tinham turmas de ensino médio. Em seguida, em respeito à distribuição geográfica e organizacional, as escolas, foram divididas em cada uma das Gerências Regionais de Educação. Por fim, as escolas foram organizadas em três categorias: pequeno porte (até 200 alunos), médio porte (201 a 499 alunos) e grande porte (superior a 500 alunos).18,19

Na segunda etapa foi feito o procedimento de amostragem por conglomerados em dois estágios, considerando a escola e a turma como unidades amostrais. No primeiro estágio considerou‐se a proporcionalidade de escolas por porte e no segundo estágio a proporcionalidade das turmas.19 Diante disso, chegou‐se ao número mínimo de 23 escolas e 96 turmas, o que representou 20% das escolas estaduais do Recife e 954 adolescentes.

Os critérios de inclusão adotados foram: ser estudante das escolas selecionadas, ter entre 14 e 19 anos. Os critérios de exclusão recaíram no preenchimento inadequado do questionário ou na recusa em fazer as medidas antropométricas. Gestantes e estudantes que tinham dores ou lesões musculoesqueléticas por doenças infecciosas, genéticas e traumáticas foram excluídos.

Os dados foram coletados por um questionário construído e adaptado, com o objetivo de avaliar variáveis sociodemográficas (idade; sexo; série; presença de atividade profissional; renda familiar), dados sobre o uso de computador e jogos eletrônicos (idade de início do uso, frequência e tempo semanal), presença de dor musculoesquelética (localização e uso de medicamentos analgésicos) e nível de atividade física.

Para avaliação do uso dos dispositivos eletrônicos e da sintomatologia dolorosa foi usado questionário autoaplicável, que inclui aspectos sobre sintomas dolorosos do sistema musculoesquelético, diagrama corporal para localização dos sintomas e questões relacionadas ao uso do computador e jogos eletrônicos. Esse instrumento apresenta excelente confiabilidade interdias (Kappa>0.72).11,12

Para avaliação dos sintomas de dor, os adolescentes foram orientados a assinalar no diagrama corporal regiões nas quais apresentavam ou haviam apresentado dor nos últimos seis meses. Assim como para os sintomas de dor, os adolescentes deveriam responder as questões relacionadas ao uso de dispositivos eletrônicos sempre considerando os últimos seis meses que antecederam o dia da coleta de dados. Foram considerados como tempo excessivo de uso os valores superiores a quatro horas diárias para uso de todos os equipamentos eletrônicos, três horas diárias para o computador e uma hora para jogos eletrônicos. Esses pontos de corte foram determinados por meio do cálculo do valor da mediana encontrada na amostra estudada.

O nível de atividade física foi avaliado a partir das respostas ao Questionário Internacional de Atividade Física (IPAQ)‐Versão Curta,20 os voluntários foram classificados como ativos ou insuficientemente ativos. Os dados antropométricos foram registrados por uma balança eletrônica portátil com capacidade de 150kg, modelo G‐THEC (Camry Electronic, EUA), e estadiômetro portátil, modelo WCS (Cardiomed Comercio de Equipamentos Médicos Ltda, Brasil). Esses dados foram usados para o cálculo do índice de massa corporal (IMC) e para a classificação do sobrepeso e obesidade.21

A análise de dados foi feita no pacote estatístico SPSS (IBM Corp. Released 2011. IBM SPSS Statistics para Windows, versão 20.0; EUA). Foram construídos modelos de regressão logística bivariada para testar a associação isolada entre as variáveis dependentes e cada variável independente, além de analisar as variáveis que entraram no modelo, explorar os possíveis fatores de confusão e identificar a necessidade de ajustamento estatístico das análises. Recorreu‐se à regressão logística múltipla, através da estimativa da razão de chances (odds ratio) e intervalos de confiança de 95%, para expressar o grau de associação entre as variáveis independentes e a presença de dor.

Para o modelo final múltiplo foram selecionadas as variáveis cuja significância do valor de p foi menor do que 0,20. Em todos os testes aplicados foi considerada significância estatística como valor de p<0,05. Considerando o delineamento de amostragem usado no estudo (amostragem por conglomerados em dois estágios) optou‐se por fazer a estatística inferencial no “modo amostra complexas” do programa SPSS, a fim de aplicar a correção das estimativas pelo efeito do desenho.

Resultados

Foram incluídos no estudo 1.020 adolescentes. Contudo, 59 sujeitos foram excluídos por apresentar questionários com erros de preenchimento. A amostra final foi definida em 961 adolescentes. As características sociodemográficas e antropométricas, o estado nutricional, o nível de atividade física, a atividade profissional dos adolescentes e os dados relacionados ao uso dos dispositivos eletrônicos estão descritos na tabela 1.

Tabela 1.

Características sociodemográficas, antropométricas, estado nutricional, nível de atividade física e atividade profissional dos adolescentes de escolas públicas estaduais do Recife, estratificadas por sexo

Variáveis  Masculino  Feminino  Total 
Número de voluntários  369  592  961 
Idade (anos)  16,61±1,35  16,40±1,23  16,5±1,3 
Escolaridade
1° ano  146  218  364 
2° ano  106  167  273 
3° ano  112  212  324 
Massa corporal (kg)  64,68±13,60  56,15±10,79  59,45±12,64 
Estatura (m)  1,71±0,07  1,60±0,06  1,64±0,08 
Renda familiar
1 a 2 salários mínimos  235  461  696 
Acima de 2 salários mínimos  134  131  265 
Estado nutricional
Eutrófico  300  459  759 
Sobrepeso e obesidade  75  127  202 
Nível de atividade física
Ativo  282  446  728 
Inativo  88  145  233 
Atividade profissional
Sim  65  106  171 
Não  310  480  790 
Uso de computador
Sim  332  521  853 
Não  37  71  108 
Tem computador em casa
Sim  281  434  715 
Não  88  158  246 
Idade de início do uso (anos)  11,3±2,8  11,3±2,4  11,3±2,6 
Frequência de uso (dias/semana)  5,5±2,1  5,5±2,1  5,5±2,1 
Tempo semanal de uso (minutos)  1.703,4±1.357,4  1.731,7±1.596,5  1.720,8±1.508,5 
Uso de jogos eletrônicos
Sim  297  310  607 
Não  72  284  354 
Frequência de uso (dias/semana)  3,25±2,55  1,82±2,30  2,37±2,50 
Tempo semanal de uso (minutos)  949,77±1.143,76  354,94±675,39  583,34±930,62 
Tempo total de uso dos dispositivos eletrônicos (minutos)  2653,21±2125,98  2086,67±1955,69  2.304,40±2.040,40 

Variáveis categóricas dicotômicas estão apresentadas em valores de frequência absoluta. Variáveis numéricas contínuas estão apresentadas em média e desvio‐padrão.

A presença de sintomas de dor foi relatada por 626 (65,1%) adolescentes. A região que apresentou maior prevalência de queixas dolorosas foi a toracolombar (n=45,1%‐46,9%) [IC95% 43,7%‐50,1%], seguida dos membros superiores (n=192‐20%) [IC95% 17,5%‐22,7%], coluna cervical (n=178‐18,5%) [IC95% 16,1%--21,1%] e cintura escapular (n=15,2%‐15,8%) [IC95% 13,5%‐18,3%].

Registrou‐se que 199 (31,8%) [IC95% 28,2%‐35,6%] adolescentes referiram o uso do computador como fator desencadeante de pelo menos um sintoma. Outros fatores citados como desencadeantes foram: atividade física em 128 (20,5%) [IC95% 17,6%‐23,8%] adolescentes e o uso de jogos eletrônicos em 18 (2,9%) [IC95% 1,7%‐4,5%] adolescentes.

Outro aspecto avaliado foi a influência dos sintomas dolorosos na feitura de atividades de vida diária, foi relatado que pelo menos um dos sintomas dolorosos interfere ou atrapalha na feitura da tarefa de estudar (143‐22,8%) [IC95% 19,7%‐26,3%], dormir (11,5%‐18,4%) [IC95% 15,4%‐21,6%] e praticar esportes (110‐17,6%) [IC95% 14,7%‐20,8%]. Além disso, 186 (29,7%) [IC95% 26,2%‐33,5%] adolescentes afirmaram que a presença de dor os deixa mais nervosos. Por fim, 201 (32,1%) [IC95% 28,5%‐35,9%] adolescentes afirmaram fazer uso esporádico de analgésicos, enquanto que 70 (11,1%) [IC95% 8,8%‐13,9%] relataram usar frequentemente esses medicamentos.

Os resultados da análise de regressão bivariada demonstraram que o sexo feminino apresentou associação com a dor musculoesquelética em todas as regiões anatômicas avaliadas. Foi possível observar associação entre a presença de dor cervical e a feitura de atividade profissional e tempo elevado de uso dos dispositivos eletrônicos (tabela 2). O tempo elevado de uso dos dispositivos eletrônicos apresentou associação com os sintomas dolorosos na região toracolombar e o excesso de peso apresentou associação com sintomas dolorosos no membro superior (tabela 3).

Tabela 2.

Variáveis sociodemográficas, nível de atividade física, estado nutricional e uso de dispositivos eletrônicos e sua associação com queixas de dor na região cervical e cintura escapular

Variáveis  Região cervicalCintura escapular
  Presença de dor  Ausência de dor  OR  [IC 95%]  Presença de dor  Ausência de dor  OR  [IC 95%] 
Sexo
Feminino  126  466  1,65  1,16‐2,35  0,005a  108  484  1,65  1,13‐2,40  0,009a 
Masculino  52  317      44  325     
Idade
14 a 16 anos  98  386  1,26  0,91‐1,75  0,165  85  399  1,30  0,92‐1,85  0,135 
17 a 19 anos  80  397      67  410     
Atividade profissional
Trabalha  44  127  1,70  1,15‐2,51  0,007a  26  145  0,95  0,60‐1,50  0,809 
Não trabalha  134  656      126  664     
Estado nutricional
Sobrepeso e obesidade  34  168  0,86  0,57‐1,30  0,486  32  170  1,00  0,66‐1,53  0,991 
Eutrófico  144  615      120  639     
Nível de atividade física
Inativo  42  191  0,96  0,66‐1,40  0,823  30  203  0,73  0,48‐1,13  0,157 
Ativo  136  592      122  606     
Uso do computador
Elevado (>3 horas/dia)  100  366  1,42  1,02‐1,96  0,035a  72  394  0,95  0,67‐1,34  0,763 
Baixo (< 3 horas/dia)  80  415      80  415     
Uso de jogos eletrônicos
Elevado (>1 hora/dia)  91  388  1,04  0,75‐1,43  0,832  78  401  1,07  0,76‐1,52  0,692 
Baixo (<1 hora/dia)  89  393      74  408     
Tempo total de uso
Elevado (>4 horas/dia)  103  375  1,45  1,04‐2,01  0,026a  72  406  0,89  0,63‐1,26  0,524 
Baixo (< 4 horas/dia)  77  406      80  403     

OR, odds ratio; IC (95%), intervalo de confiança de 95%.

a

Estatisticamente significativo – p<0,05.

Tabela 3.

Variáveis sociodemográficas, nível de atividade física, estado nutricional e uso de dispositivos eletrônicos e sua associação com queixas de dor na região toracolombar e membro superior

Variáveis  Membro superiorColuna toracolombar
  Presença de dor  Ausência de dor  OR  [IC 95%]  Presença de dor  Ausência de dor  OR  [IC 95%] 
Sexo
Feminino  134  458  1,56  1,13‐2,20  0,010a  327  265  2,44  1,86‐3,19  0,001a 
Masculino  58  310      124  245     
Idade
14 a 16 anos  103  380  1,18  0,86‐1,62  0,302  224  260  0,95  0,74‐1,22  0,685 
17 a 19 anos  89  388      227  250     
Atividade profissional
Trabalha  37  133  1,14  0,76‐1,71  0,526  83  88  1,08  0,78‐1,51  0,642 
Não trabalha  155  635      368  422     
Estado nutricional
Sobrepeso e obesidade  53  149  1,58  1,10‐2,28  0,013a  85  117  0,78  0,57‐1,07  0,120 
Eutrófico  139  619      366  393     
Nível de atividade física
Inativo  41  191  0,82  0,56‐1,20  0,309  92  141  0,93  0,69‐1,26  0,697 
Ativo  151  577      300  428     
Uso do computador
Elevado (>3 horas/dia)  91  375  0,94  0,69‐1,29  0,722  228  238  1,17  0,91‐1,51  0,229 
Baixo (< 3 horas/dia)  101  393      223  272     
Uso de jogos eletrônicos
Elevado (>1 hora/dia)  98  380  1,07  0,77‐1,46  0,699  218  261  0,89  0,69‐1,15  0,380 
Baixo (<1 hora/dia)  94  388      233  249     
Tempo total de uso
Elevado (>4 horas/dia)  98  380  1,07  0,77‐1,46  0,699  278  200  1,65  1,28‐2,12  0,001a 
Baixo (< 4 horas/dia)  94  388      221  262     

OR, odds ratio; IC (95%), intervalo de confiança de 95%.

a

Estatisticamente significativo – p<0,05.

Os resultados do modelo multivariado para os sintomas dolorosos nas quatro regiões avaliadas estão apresentados na tabela 4. A variável sexo se manteve associada no modelo final das quatro regiões avaliadas. O tempo total de uso dos dispositivos eletrônicos permaneceu associado com a dor nas regiões cervical e toracolombar. A presença de atividade profissional se manteve associada com a presença de dor na região cervical e o estado nutricional se manteve no modelo final de dor no membro superior, embora não tenha associação significativa.

Tabela 4.

Modelo múltiplo para associação da dor musculoesquelética em adolescentes do ensino médio

Variáveis  OR  [IC 95%] 
Coluna cervical
Sexo (feminino)  1,93  1,32‐2,83  0,001a 
Atividade profissional (trabalha)  1,75  1,17‐2,62  0,008a 
Tempo total de uso dos dispositivos eletrônicos (>4 horas/dia)  1,61  1,13‐2,28  0,007a 
Cintura escapular
Sexo (feminino)  1,67  1,13‐2,49  0,011a 
Membros superiores
Sexo (feminino)  1,52  1,06‐2,17  0,022a 
Estado nutricional (sobrepeso e obesidade)  1,47  0,99‐2,14  0,059 
Coluna toracolombar
Sexo (feminino)  2,72  2,03‐3,65  0,001a 
Tempo total de uso (> 4 horas/dia)  1,33  1,00‐1,75  0,047a 

OR, odds ratio; IC (95%), intervalo de confiança de 95%.

a

Estatisticamente significativo – p<0,05.

Discussão

Observou‐se alta prevalência de dor musculoesquelética entre os adolescentes, maior do que a demonstrada em estudos anteriores feitos no Brasil11,12 e em outros países.2,22 Essas evidências por si só reforçam a importância de tal investigação sobre os fatores associados a esse problema, assim como se tornam imprescindíveis a avaliação e a atenção integral à saúde.

Quanto à localização dos sintomas, a região que apresentou maior prevalência de queixas dolorosas foi a toracolombar (46,9%). Em pesquisas recentes com escolares brasileiros23 e chineses,8 observou‐se prevalência próxima a 32% de dor na coluna lombar. Embora esses achados tenham sido menores, ainda sim parecem corroborar os nossos resultados, visto que no presente estudo foram incluídos também os sintomas referentes à coluna torácica, fato que pode explicar essa diferença. A segunda dor mais prevalente foi nos membros superiores, seguida da coluna cervical. Esses achados corroboram os achados anteriores,2,3 os quais relataram prevalência de dor na região cervical e ombros em 21 a 22% dos adolescentes.

Em relação ao uso de dos dispositivos eletrônicos, vários estudos apresentaram elevado uso do computador, assim como o avaliado nesta pesquisa, com prevalência entre 74% e 99% dos adolescentes.1,11,14 Esse resultado pode estar associado ao programa implantado que distribuiu esse equipamento a todos os alunos do ensino médio e contribuiu para o aumento do acesso à tecnologia, antes somente associada a famílias com maior nível socioeconômico.4,5,24 Segundo estudos prévios, o tempo semanal total despendido por adolescentes com computadores varia entre 80 a 840 minutos.2,4,5,24–27 Por outro lado, o presente estudo evidenciou tempo de uso do computador próximo a 1.720 minutos por semana, levantou questionamentos sobre esse tempo, já que diversos estudos têm ressaltado a associação de várias queixas de saúde ao tempo excessivo nesse comportamento.2,28

Sobre uso de jogos eletrônicos, Milde‐Busch et al.1 relataram uma frequência baixa (27%) entre os adolescentes, divergiram dos resultados do presente estudo. Provavelmente essa maior frequência deve‐se ao fato de que os jogos eletrônicos tornaram‐se cada vez mais populares, são uma das mais importantes atividades de lazer para adolescentes, independentemente da idade e dos estratos socioeconômicos.25,26 Esse achado é reforçado pelos dados encontrados em relação ao tempo de uso semanal, o qual apresentou valor médio próximo a 583 minutos, superior aos 390 minutos descritos em estudos anteriores.4,5,12

Referente à análise dos fatores associados à presença de queixas dolorosas, foi observado que o sexo feminino, o tempo total de uso dos equipamentos eletrônicos, o estado nutricional e a presença de atividade profissional se mantiveram nos modelos estatísticos finais.

O sexo feminino apresentou associação com queixas dolorosas em todas as regiões anatômicas, foi considerado um fator de risco. A presença de queixas de dor em diferentes regiões do corpo pelas adolescentes também foi demonstrada em estudo feito na Finlândia, no qual as meninas relataram dor em todos os locais anatômicos e consequentementre mais transtornos para vida cotidiana.2

A questão de gênero pode ser explicada pelo fato de as mulheres se queixarem mais do que os homens, relatarem com maior frequência as informações pertinentes à saúde devido a questões sociais e educacionais, bem como pela presença das alterações hormonais durante a puberdade.9 Esses achados têm sido demonstrados por outros estudos na literatura.16,23 Costigan et al.29 relatam que as meninas apresentam níveis menores de atividade física e maior tempo despendido em comportamentos sedentários, que, associados às variações hormonais, contribuem negativamente para diversos indicadores de saúde, inclusive nas dores musculoesqueléticas.

Outro fator sociodemográfico associado à sintomatologia dolorosa, especificamente à dor cervical, foi a atividade profissional. Embora os estudos feitos com adolescentes sobre sintomatologia dolorosa apresentem características semelhantes aos do presente estudo, no que diz respeito à avaliação de escolares2,14,22,23 e ao predomínio de adolescentes do sexo feminino,2,16 grande parte desses estudos2,22,23 desconsiderou dados relacionados à existência de atividade profissional e ao vínculo empregatício. Zapata et al.12 relataram em seu estudo que menos de 1% dos adolescentes avaliados tinha atividade profissional.

No presente estudo, 18% dos adolescentes relataram ter atividade profissional, o que diverge dos resultados encontrados na literatura.13 Esse achado pode ser explicado por diferenças no nível socioeconômico das amostras estudadas, pois estudos prévios2,12,14,22,23 relatam ter avaliado adolescentes de classe média ou estudantes de escolas privadas, enquanto que no presente estudo a maioria dos estudantes avaliados tinha baixa renda familiar. Possivelmente, devido a esse quadro, nossa amostra tinha a necessidade de trabalhar para ajudar nas despesas da família, o que pode contribuir para maior estresse físico e mental.

O uso dos dispositivos eletrônicos apresentou associação somente às queixas dolorosas na coluna vertebral. Nesse aspecto foi possível observar que o uso isolado do computador ou de jogos eletrônicos não demonstrou associação com as queixas de dor, entretanto, quando analisado o uso combinado desses dispositivos, evidenciou‐se que o elevado tempo total de uso caracteriza‐se como um fator de risco para presença de dor cervical e toracolombar.

Corroborando esses resultados, Hakala et al.2 também verificaram que o uso do computador está associado com presença de dor na região cervical, entretanto com um tempo médio de uso de duas horas diárias. Outro estudo apontou que quanto maior for o tempo exposto ao comportamento de tela, maior as chances do desenvolvimento de dores na coluna vertebral.22 Zapata et al.12 não encontrou associação entre dor e o uso de jogos eletrônicos e computadores, o que diverge dos resultados encontrados no presente estudo. Possivelmente, essa divergência se deu pelas características relacionadas à época do estudo, visto que o acesso e o tempo de uso relatado por Zapata et al.,12 há dez anos, foram inferiores ao encontrado em nosso estudo e por outros estudos.2,22

Além da presença e localização da dor, existe a recomendação da avaliação de sua intensidade. Contudo, observa‐se que o estudo de Hakala et al.2 é o único que avaliou a associação do uso de computadores com a localização e intensidade dos sintomas dolorosos na coluna vertebral de adolescentes. Embora os autores relatem que o uso excessivo desses dispositivos esteja relacionado com intensidades moderadas e severas, ressaltam que esses dados devem ser analisados com cautela, pois o corte transversal não permite inferir a possível causalidade, bem como a avaliação por autorrelato pode apresentar viés de memória. Os autores ainda apresentam que o caráter subjetivo da avaliação da dor pode gerar informações incorretas e/ou superestimação das respostas. Corroborando essa informação, Rothaug et al.30 descrevem que avaliação da dor com respostas binárias é um método mais prático para avaliação da dor, quando comparado com o uso de escalas numéricas, o método binário é preferido pela maior parte dos pacientes.

Diante dessas informações optou‐se por não usar a avaliação da intensidade da dor no presente estudo, pois se acredita que todas essas possíveis limitações, somadas ao recordatório de seis meses, poderiam gerar um viés significativo e comprometer os resultados. Em seis meses os adolescentes poderiam apresentar mais de um episódio de dor e esses episódios poderiam ter variações em sua duração. Nesse sentido, acreditamos que o relato da intensidade seria algo complexo, subjetivo e passível de considerável variação.

Embora não tenha sido verificada associação do uso dos dispositivos eletrônicos com outras queixas de dor, foi possível observar que 31,8% dos adolescentes referiram o uso do computador como fator desencadeante de pelo menos um sintoma. Outro aspecto importante refere‐se ao relato de que a presença dos sintomas de dor tem interferido em grande parte das atividades diárias, tais como feitura de tarefas, sono e prática esportes. Bem como foi responsável pela automedicação em um número significativo de sujeitos, o que pode provocar danos à saúde ou mesmo mascarar sintomas de doenças mais graves.

O presente estudo apresenta algumas limitações, que estão relacionadas à amostra, pois tratou‐se de estudantes de escolas públicas, não é correta sua generalização a outras populações. Os dados foram fornecidos a partir de autorrelatos dos estudantes e pode ser possível o viés de memória, é importante cautela ao interpretar os dados. Porém, esses resultados são relevantes, pois sugerem que o desenvolvimento tecnológico pelo qual a sociedade vem passando pode afetá‐la significativamente, é necessário o acompanhamento constante dos indicadores de saúde e de seus fatores associados.

Por fim, os resultados evidenciaram alta prevalência de dores musculoesqueléticas e elevado tempo despendido com dispositivos eletrônicos. Contudo, o uso elevado desses dispositivos apresentou somente associação com as dores nas regiões cervical e toracolombar.

Conflitos de interesse

Os autores declaram não haver conflitos de interesse.

Referências
[1]
A. Milde-Busch, R. Von Kries, S. Thomas, S. Heinrich, A. Straube, K. Radon.
The association between use of electronic media and prevalence of headache in adolescents: results from a population‐based cross‐sectional study.
BMC Neurol, 10 (2010), pp. 12
[2]
P.T. Hakala, L.A. Saarni, R.L. Punamäki, M.A. Wallenius, C.H. Nygård, A.H. Rimpelä.
Musculoskeletal symptoms and computer use among Finnish adolescents – pain intensity and inconvenience to everyday life: a cross‐sectional study.
BMC Musculoskelet Disord, 13 (2012), pp. 41
[3]
R.A. Desai, S. Krishnan-Sarin, D. Cavallo, M.N. Potenza.
Video‐gaming among high school students: health correlates, gender differences, and problematic gaming.
Pediatrics, 126 (2010), pp. e1414-e1424
[4]
D. Gentile.
Pathological video‐game use among youth ages 8 to 18.
Psychol Sci, 20 (2009), pp. 594-602
[5]
S.C. Dumith, P.C. Hallal, A.M. Menezes, C.L. Araújo.
Sedentary behavior in adolescents: the 11‐year follow‐up of the 1993 Pelotas (Brazil) birth cohort study.
Cad Saude Publica, 26 (2010), pp. 1928-1936
[6]
S.C. Dumith, M.R. Domingues, D.P. Gigante, P.C. Hallal, A.M. Menezes, H.W. Kohl.
Prevalence and correlates of physical activity among adolescents from Southern Brazil.
Rev Saúde Pública, 44 (2010), pp. 457-467
[7]
A. Roth-Isiqkeit, U. Thyen, H. Stoven, J. Schwarzberger, P. Schmucker.
Pain among children and adolescents: restrictions in daily living and triggering factors.
Pediatrics, 115 (2005), pp. e152-e162
[8]
Z. Shan, G. Deng, J. Li, Y. Li, Y. Zhang, Q. Zhao.
Correlational analysis of neck/shoulder pain and low back pain with the use of digital products, physical activity and psychological status among adolescents in Shanghai.
[9]
W. Yao, C. Luo, F. Ai, Q. Chen.
Risk factors for nonspecific low‐back pain in Chinese adolescents a case–control study.
[10]
M.C. Perry, L.M. Straker, W.H. Oddy, P.B. O'Sullivan, A.J. Smith.
Spinalipain and nutrition in adolescents – an exploratory cross‐sectional study.
BMC Musculoskelet Disord, 11 (2010), pp. 138
[11]
S.N. Janini, U. Dória-Filho, D. Damiani, C.A. Silva.
Musculoskeletal pain in obese adolescents.
J Pediat (Rio J), 87 (2011), pp. 329-335
[12]
A.L. Zapata, A.J. Moraes, C. Leone, U. Doria-Filho, C.A. Silva.
Pain and musculoskeletal pain syndromes related to computer and video game use in adolescents.
Eur J Pediatr, 165 (2006), pp. 408-414
[13]
L. Smith, Q. Louw, L. Crous, K. Grimmer-Somers.
Prevalence of neck pain and headaches: impact of computer use and other associative factors.
Cephalalgia, 29 (2009), pp. 250-257
[14]
A. De Vitta, M.G. Martinez, N.T. Piza, S.F. Simeão, N.P. Ferreira.
Prevalence of lower back pain and associated factors in students.
Cad Saude Publica, 27 (2011), pp. 1520-1528
[15]
G. Kelly, S. Dockrell, R. Galvin.
Computer use at school: its effect on posture in discomfort in schoolchildren.
[16]
M. Boström, L. Dellve, S. Thomée, M. Hagberg.
Risk factors for generally reduced productivity – a prospective cohort study of young adults with neck or upper‐extremity musculoskeletal symptoms.
Scand J Work Environ Health, 34 (2008), pp. 120-132
[17]
K. Jacobs, S. Hudak, J. McGiffert.
Computer‐related posture and musculoskeletal discomfort in middle school students.
Work, 32 (2009), pp. 275-283
[18]
M.C. Tenório, M.V. Barros, R.M. Tassitano, J. Bezerra, J.M. Tenório, P.C. Hallal.
Physical activity and sedentary behavior among adolescent high school students.
Rev Bras Epidemiol, 13 (2010), pp. 105-117
[19]
P.D. Carvalho, M.V. Barros, R.A. Lima, C.M. Santos, E.N. Mélo.
Health risk behaviors and psychosocial distress indicators in high school students.
Cad Saude Publica, 27 (2011), pp. 2095-2105
[20]
C.L. Craig, A.L. Marshall, M. Sjöström, A.E. Bauman, M.L. Booth, B.E. Ainsworth, et al.
International Physical Activity Questionnaire: 12‐country reliability and validity.
Med Sci Sports Exerc, 35 (2003), pp. 1381-1395
[21]
T.J. Cole, M.C. Bellizzi, K.M. Flegal, W.H. Dietz.
Establishing a standard definition for child overweight and obesity worldwide: international survey.
BMJ, 320 (2000), pp. 1240-1243
[22]
T. Torsheim, L. Eriksson, C.W. Schnohr, F. Hansen, T. Bjarnason, R. Välimaa.
Screen‐based activities and physical complaints among adolescents from the Nordic countries.
BMC Public Health, 10 (2010), pp. 324
[23]
A.T. Lemos, F.R. Santos, R.B. Moreira, D.T. Machado, F.C. Braga, A.C. Gaya.
Low back pain and associated factors in children and adolescents in a private school in Southern Brazil.
Cad Saude Publica, 29 (2013), pp. 2177-2185
[24]
K.S. Silva, M.V. Nahas, L.P. Hoefelmann, A.S. Lopes, E.S. Oliveira.
Associations between physical activity, body mass index, and sedentary behaviors in adolescents.
Rev Bras Epidemiol, 11 (2008), pp. 159-168
[25]
A. Burke, E. Peper.
Cumulative trauma disorder risk for children using computer products: results of a pilot investigation with a student convenience sample.
Public Health Rep, 117 (2002), pp. 350-357
[26]
T.M. Altenburg, A.S. Singh, W. van Mechelen, J. Brug, M.J. Chinapaw.
Direction of the association between body fatness and self‐reported screen time in Dutch adolescents.
Int J Behav Nutr Phys Act, 24 (2012), pp. 4
[27]
V.C. Strasburger, A.B. Jordan, E. Donnerstein.
Health effects of media on children and adolescents.
Pediatrics, 125 (2010), pp. 756-767
[28]
B.A. Primack, M.V. Carroll, M. McNamara, M.L. Klem, B. King, M. Rich, et al.
Role of video games in improving health‐related outcomes: a systematic review.
Am J Prev Med, 42 (2012), pp. 630-638
[29]
S.A. Costigan, L. Barnett, R.C. Plotnikoff, D.R. Lubans.
The health indicators associated with screen‐based sedentary behavior among adolescent girls: a systematic review.
J Adolesc Health, 52 (2013), pp. 382-392
[30]
J. Rothaug, T. Weiss, W. Meissner.
How simple can it get? Measuring pain with NRS items or binary items.
Clin J Pain, 29 (2013), pp. 224-232

Como citar este artigo: Silva GR, Pitangui AC, Xavier MK, Correia‐Júnior MA, De Araújo RC. Prevalence of musculoskeletal pain in adolescents and association with computer and videogame use. J Pediatr (Rio J). 2016;92:188–96.

Copyright © 2015. Sociedade Brasileira de Pediatria
Baixar PDF
Idiomas
Jornal de Pediatria
Opções de artigo
Ferramentas
en pt
Taxa de publicaçao Publication fee
Os artigos submetidos a partir de 1º de setembro de 2018, que forem aceitos para publicação no Jornal de Pediatria, estarão sujeitos a uma taxa para que tenham sua publicação garantida. O artigo aceito somente será publicado após a comprovação do pagamento da taxa de publicação. Ao submeterem o manuscrito a este jornal, os autores concordam com esses termos. A submissão dos manuscritos continua gratuita. Para mais informações, contate jped2@sbp.com.br. Articles submitted as of September 1, 2018, which are accepted for publication in the Jornal de Pediatria, will be subject to a fee to have their publication guaranteed. The accepted article will only be published after proof of the publication fee payment. By submitting the manuscript to this journal, the authors agree to these terms. Manuscript submission remains free of charge. For more information, contact jped2@sbp.com.br.
Cookies policy Política de cookies
To improve our services and products, we use "cookies" (own or third parties authorized) to show advertising related to client preferences through the analyses of navigation customer behavior. Continuing navigation will be considered as acceptance of this use. You can change the settings or obtain more information by clicking here. Utilizamos cookies próprios e de terceiros para melhorar nossos serviços e mostrar publicidade relacionada às suas preferências, analisando seus hábitos de navegação. Se continuar a navegar, consideramos que aceita o seu uso. Você pode alterar a configuração ou obter mais informações aqui.