Compartilhar
Informação da revista
Vol. 96. Núm. 6.
Páginas 717-724 (novembro - dezembro 2020)
Compartilhar
Compartilhar
Baixar PDF
Mais opções do artigo
Visitas
6114
Vol. 96. Núm. 6.
Páginas 717-724 (novembro - dezembro 2020)
Artigo Original
Open Access
Low back pain in adolescents and association with sociodemographic factors, electronic devices, physical activity and mental health
Lombalgia em adolescentes e associação com fatores sociodemográficos, dispositivos eletrônicos, atividade física e saúde mental
Visitas
6114
Thiago Paulo Frascareli Bentoa,
Autor para correspondência
thibento10@gmail.com

Autor para correspondência.
, Guilherme Porfirio Corneliob, Priscila de Oliveira Perrucinic, Sandra Fiorelli Almeida Penteado Simeãod, Marta Helena Souza de Contia, Alberto de Vittac
a Universidade do Sagrado Coração (USC), Programa de Mestrado em Fisioterapia em Saúde Funcional, Bauru, SP, Brasil
b Universidade do Sagrado Coração (USC), Curso de Fisioterapia, Bauru, SP, Brasil
c Universidade Anhanguera (Uniderp), Campo Grande, MS, Brasil
d Universidade do Sagrado Coração (USC), Programa de Mestrado em Odontologia, Bauru, SP, Brasil
Este item recebeu

Under a Creative Commons license
Informação do artigo
Resume
Texto Completo
Bibliografia
Baixar PDF
Estatísticas
Tabelas (4)
Tabela 1. Distribuição de frequências absolutas e relativas de dispositivos eletrônicos em adolescentes do ensino médio por sexo
Tabela 2. Análise bivariada da lombalgia com características sociodemográficas, nível de atividade física e problemas de saúde mental em adolescentes do ensino médio
Tabela 3. Análise bivariada da lombalgia com dispositivos eletrônicos em adolescentes do ensino médio
Tabela 4. Regressão logística multivariada para associações de variáveis com lombalgia em adolescentes do ensino médio
Mostrar maisMostrar menos
Abstract
Objectives

To determine the prevalence of low back pain and to analyze the association with the individual, sociodemographic variables, electronic devices, habitual practice of physical activity, and mental health problems.

Methods

Cross‐sectional study with 1,628 students in public schools in the city of Bauru, SP, Brazil. The following data were collected: 1. demographic and socioeconomic aspects; 2. Use of electronic devices; 3. habitual physical activity level (Baecke); 3. mental health (SDQ). 4. low back pain (Nordic Questionnaire). Descriptive analyzes and bivariate and multivariate logistic regression were used.

Results

The overall prevalence of low back pain was 46.7% (95% CI: 44.27 to 49.11); men showed a prevalence of 42.0% (95% CI: 36.63 to 43.41) and women 58.0% (95% CI: 49.73 to 56.51), a statistically significant difference. The variables associated with pain in the low back region were: female gender (PR = 1.70), daily TV use for more than 3hours (PR = 1.17), use of laptop computer (PR = 1.40), use of the cell phone in the supine position (PR = 1.23), use of the cell phone in semi‐supine position (PR = 1.49), daily cell phone use for more than 3hours (PR = 1.36), use of tablet (PR = 1.67), daily tablet use for more than above 3hours (PR = 1.46), and clinically important mental health problems (PR = 2.62).

Conclusion

There is a high prevalence of low back pain in high school students and striking association with female sex, electronic devices, and mental health problems.

Keywords:
Adolescent
Low back pain
Epidemiology
Risk factors
Resumo
Objetivos

Determinar a prevalência de lombalgia e analisar a associação com variáveis individuais e sociodemográficas, dispositivos eletrônicos, prática habitual de atividade física e problemas de saúde mental.

Métodos

Estudo transversal com 1.628 alunos matriculados em escolas públicas na cidade de Bauru/SP. Para a coleta de dados: 1. aspectos demográficos e socioeconômicos; 2. dispositivos eletrônicos; 3. nível habitual de atividade física (Baecke); 3. saúde mental (SDQ); 4. Lombalgia (Questionário Nórdico). Foram usadas análises descritivas e de regressão logística bivariada e multivariada.

Resultados

A prevalência geral de lombalgia foi 46,7% (IC de 95%: 44,27 a 49,11), os homens mostraram uma prevalência de 42,0% (IC de 95%: 36,63 a 43,41) e as mulheres mostraram uma prevalência de 58,0% (IC de 95%: 49,73 a 56,51), com diferença significativa. As variáveis associadas a dor na região lombar inferior foram: sexo feminino (RP = 1,70), tempo de uso de TV acima de 3 horas por dia (RP = 1,17), uso de notebook (RP = 1,40), uso de celular na posição supina (RP = 1,23), uso de celular na posição semissupina (RP = 1,49), tempo de uso de celular acima de 3 horas por dia (RP = 1,36), uso de tablet (RP = 1,67), tempo de uso de tablet acima de 3 horas por dia (RP = 1,46) e problemas de saúde mental clinicamente importantes (RP = 2,62).

Conclusão

Há alta prevalência de lombalgia em alunos do ensino médio e forte associação ao sexo feminino, dispositivos eletrônicos e problemas de saúde mental.

Palavras‐chave:
Adolescente
Lombalgia
Epidemiologia
Fatores de risco
Texto Completo
Introdução

A lombalgia é a principal causa de incapacidade entre adolescentes e adultos de todas as idades. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), as comorbidades musculoesqueléticas são as doenças mais incapacitantes. Das 209 condições de saúde, a lombalgia contribuiu mais para a incapacidade geral e ocupou a sexta posição no estudo sobre a carga global de doenças (Global Burden of Diseases [GBD]) definida pelos Anos de Vida Ajustados por Incapacidade.1,2

Tanto nos países desenvolvidos quanto nos países em desenvolvimento, foi relatada a prevalência de lombalgia em alunos do ensino médio. Em Xangai (China),3 a prevalência foi 33,1% em algumas cidades do Brasil, 13,7% em Pelotas,4 13,4% em Porto Alegre,5 42,1% em Petrolina6 e 46,9% em Recife.7

A literatura nacional e internacional relaciona a lombalgia inespecífica em adolescentes a fatores sociodemográficos, prática de exercício físico, tabagismo, estado nutricional, doenças associadas à escola (tipo de suporte e forma de transporte do material escolar, peso da mochila e móveis na escola), uso de dispositivos eletrônicos (TV, computador, tablet e celular)8–11 e problemas de saúde mental.5,9 Ao considerar o uso de tablets e celulares, não há dados brasileiros sobre essa relação.

Os estudos sobre a prevalência de lombalgia na população são importantes devido ao estabelecimento das consequências sociais e econômicas geradas, tanto para o Estado quando para as pessoas. Significa, para as pessoas, a perda de qualidade de vida e, para o Estado, as despesas com tratamento e reabilitação. Devido a fatores relacionados ao processo de crescimento, os adolescentes têm maiores chances de desenvolver alterações posturais e dor na coluna lombar, o que interfere diretamente em seu desempenho acadêmico. Além disso, os adolescentes com lombalgia provavelmente desenvolverão dor na idade economicamente ativa, contribuirão para o aumento dos custos indiretos (faltas, queda de produtividade, aposentadoria antecipada e doença),7 que representam aproximadamente 85% dos custos totais.11

Este estudo contribuirá para outras investigações epidemiológicas e será uma colaboração para o conhecimento das estimativas nacionais da prevalência e de seus fatores de risco, para análises sistemáticas e metanálise, pois é escassa a disponibilidade das fontes de dados de pesquisas sobre a associação da lombalgia ao uso de dispositivos eletrônicos (tablets e celulares) em adolescentes brasileiros. Este estudo também poderá auxiliar no entendimento de sua causa global e contribuir para as políticas públicas que visam a controlar esse problema com base em intervenções preventivas e/ou terapêuticas.12

Considerando esses pontos, o objetivo deste estudo foi determinar a prevalência de lombalgia e analisar a associação com variáveis individuais e sociodemográficas, dispositivos eletrônicos, prática habitual de atividade física e problemas de saúde mental.

MétodosModelo do estudo

O modelo transversal do estudo, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Sagrado Coração, Bauru/SP (número 1.972.579), contou com a participação de 1.628 alunos do primeiro e segundo anos do ensino médio matriculados em escolas públicas de Bauru/SP.

Participantes

Participaram deste estudo adolescentes matriculados no primeiro e segundo anos do ensino médio em escolas públicas da cidade de Bauru/SP. De acordo com os dados fornecidos pela Secretaria de Educação do Estado – Diretoria de Ensino de Bauru, em 2017 havia aproximadamente 9.000 alunos.

As faixas etárias e o sexo foram definidos como áreas de amostragem, para as quais números mínimos na amostra foram garantidos de forma a permitir análises posteriores. As áreas de amostragem foram o 1° e 2° anos do ensino médio para os dois sexos.

Para determinar o tamanho da amostra, foi usada a fórmula de cálculo de amostras para populações finitas, com os seguintes parâmetros: nível de confiança de 95%, prevalência de 50%, complemento percentual desconhecido (100‐p), o tamanho da população (9.000 alunos do ensino médio matriculados em escolas públicas) e erro máximo admissível de 3%. Assim, o tamanho da amostra para o grupo foi de pelo menos 990 indivíduos, mais 20% de perdas esperadas e 15% para estudos de associação, atingiram‐se 1.366 adolescentes.

O cálculo do tamanho da amostra considerou um plano com amostragem por conglomerados em dois estágios, nos quais as Unidades Primárias de Amostragem (UPA) são as escolas e as Unidades Secundárias de Amostragem (USA) são as turmas relacionadas aos três anos de ensino médio das escolas selecionadas. A amostra de crianças em idade escolar foi, assim, formada por todos os alunos das turmas das USA selecionados na amostra de escolas UPA.

As escolas UPA foram estratificadas considerando inicialmente sua localização geográfica de acordo com a divisão da cidade em oito setores. Em cada uma delas, foram contadas as escolas com turmas de 1° e 2° anos do ensino médio, atingiram‐se as quantidades em cada setor. Foi observado que, em três setores consecutivos, entre o oeste e o leste da cidade (sentido anti‐horário), não foram localizadas escolas públicas de ensino médio; portanto, esses três setores foram rejeitados e considerados somente os 5 que concentram as 30 escolas, entre o leste e o oeste da cidade (sentido anti‐horário).

Em cada estrato geográfico, a amostra foi obtida em dois estágios. Primeiro, as escolas foram selecionadas por meio de um método de seleção com probabilidades proporcionais ao tamanho. A medida de tamanho considerada na seleção das escolas foi o número total de alunos nos dois anos do ensino médio em cada escola e o percentual de cada ano com relação ao número total de alunos (9.000): 36,9% e 336%, respectivamente. Esses percentuais foram aplicados à amostra (1.366 alunos), obteve‐se, dessa forma, o número total de alunos a serem entrevistados por setor e por ano do ensino médio, tornou‐se a segunda abordagem. Para atingir o total determinado para cada setor, as escolas foram selecionadas aleatoriamente, bem como as turmas das respectivas escolas.

Os critérios adotados para exclusão de algumas escolas selecionadas aleatoriamente para o estudo foram: idade abaixo de 14 anos e acima de 18; não apresentação do termo de consentimento informado (TCI) assinado pelos pais/responsáveis; e recusa da participação.

Instrumentos

Os aspectos sociodemográficos foram: sexo (masculino e feminino), idade, estado civil (casado ou consensual, solteiro, separado e viúvo) e cor da pele (branca, preta, morena/parda, Classe E = até um salário mínimo, Classe D = um a cinco salários mínimos, Classe C = cinco a dez salários mínimos, Classe B = 10 a 20 salários mínimos, Classe A = mais de 20 salários mínimos).

Com relação aos dispositivos eletrônicos (uso de TV, computador, tablets ou celulares), foram feitas as seguintes perguntas: “Em uma semana normal, você assiste à TV” (sim/não); “Quantos dias por semana você assiste à TV?” (um ou dois, três ou quatro vezes, cinco vezes, mais de cinco vezes); “Quantas horas por dia você assiste à TV?” (menos de uma hora, duas horas, três horas, quatro horas, cinco horas, mais de cinco horas por dia); “Você usa seu computador?” (sim/não); “Qual tipo de computador você usa?” (Desktop/Notebook); “Qual a altura da tela do seu computador?” (olhos ficam acima do ponto médio da tela, olhos ficam aproximadamente no ponto médio da tela, olhos ficam abaixo do ponto médio da tela); “Quantos dias por semana você usa computador?” (um ou dois, três ou quatro dias, cinco dias, mais de cinco dias); “Quantas horas por dia você usa computador?” (menos de uma hora, duas horas, três horas, quatro horas, cinco horas, mais de cinco horas por dia); “Qual a distância entre a tela do computador e seus olhos durante o uso?” (< 20cm, 20cm a 25cm, 25cm a 30cm e > 30cm); “Você usa celular?” (sim/não); “Qual a sua postura durante o uso do celular?” (Em pé, sentado/a, deitado/a ou semideitado/a); “Qual a média diária de uso do celular?” (< 1h, 2h e 3h, 3h e 4h e 4h); “Qual a distância entre a tela do celular e seus olhos durante o uso?” (< 10cm, 10cm a 15cm, 15cm a 20cm e > 20cm); “Você usa tablet?” (sim/não); “Qual a sua postura durante o uso do tablet?” (Sentado/a, deitado/a ou semideitado/a); “Qual a média de uso do tablet?” (< 1h, 2h‐3h, 3h‐4h e > 4h); “Qual a distância entre a tela do tablet e seus olhos durante o uso?” (<10cm, 10cm a 15cm, 15cm a 20cm e > 20cm).

O nível habitual de atividade física foi verificado com o Questionário para Avaliação de Atividade Física Habitual de Baecke (BQHPA), validado no Brasil.13

A saúde mental foi avaliada pelo Questionário de Capacidades e Dificuldades (SDQ), validado no Brasil por Fleitlich‐Bilyk. As possibilidades de resultados indicadas pelo instrumento para todas as cinco subescalas e o número total de dificuldades são três: “Normal” (saudável): indica que não há dificuldades com relação ao que é avaliado; “Limítrofe”: indica que a criança ou o adolescente já apresenta certa dificuldade, que, se não tratada adequadamente, pode piorar e comprometer seu desenvolvimento; “Anormal” (clínico): indica que há grandes dificuldades ao que é avaliado, exige intervenção especializada.14,15

A variável “lombalgia” foi observada com o questionário nórdico, validado e adaptado à cultura brasileira.16,17 A lombalgia é caracterizada por dor ou desconforto na região lombar, abaixo da margem costal e acima da prega glútea, que pode ou não irradiar para a coxa. Na entrevista, fizemos a seguinte pergunta aos indivíduos: “Você sentiu alguma dor ou desconforto na região lombar inferior no último ano?” Além do questionário verbal, foi apresentada ainda uma imagem das regiões da coluna vertebral em diferentes cores, para que os entrevistados pudessem especificar melhor a região lombar inferior onde sentiam dor.16–18

Procedimento de coleta de dados

A Secretaria de Educação do Estado autorizou a pesquisa e, após obter o consentimento dos pais/responsáveis, os dados foram coletados de março a junho de 2017 por alunos de graduação e pós‐graduação treinados com base em um protocolo de procedimentos de padronização para coleta de dados (teórico e prático), anteriormente estabelecido com a intenção de minimizar possíveis erros intra e interavaliadores.

No momento da coleta, os participantes do estudo receberam o questionário com as instruções e recomendações para seu preenchimento, sem prazo estabelecido para seu término, e quaisquer dúvidas expressas pelos adolescentes foram respondidas imediatamente pelo profissional que monitorava a coleta de dados. Durante o preenchimento do questionário, os adolescentes não se comunicaram, a fim de minimizar possíveis interferências indesejáveis em suas respostas.

Análise de dados

Foi feita no programa SPSS (Released 2009. Estatística para Windows, Versão 18.0. IL, EUA). Na análise descritiva, foi calculada a prevalência de todas as variáveis incluídas no estudo, com os respectivos intervalos de confiança. Fatores demográficos e socioeconômicos, uso de dispositivos eletrônicos, nível habitual de atividade física e problemas de saúde mental foram considerados variáveis independentes. As variáveis independentes com um nível de significância de p < 0,20 na análise bivariada foram incluídas em um modelo de regressão de Poisson com variância robusta e foram respeitadas as premissas exigidas para que a regressão de Poisson apresente um resultado válido. A medida de efeito é apresentada como uma razão de prevalência (RP) com intervalo de confiança (IC) de 95%. O limite α = 0,05 foi usado para indicar significância estatística.19

Resultados

Foram estudados 1.628 alunos, já deduzidos do percentual final de 2,05% de recusas. Com relação às características sociodemográficas da amostra, 51,5% dos homens e 53,7% das mulheres estão no primeiro ano do ensino médio, 87,0% dos homens e 82,5% das mulheres estão na faixa de 15 a 18 anos, 47,4% dos homens e 51,9% das mulheres são brancos e 85,9% dos homens e 97,2% das mulheres são solteiros. No que diz respeito do nível de atividade física, a maior parte dos homens (46,5%) e das mulheres (50,7%) foi classificada como suficientemente ativos e 16,4% dos homens e 35,7% das mulheres foram classificados como insuficientemente ativos. Com relação à variável de saúde mental, 68,7% dos homens e 42,3% das mulheres foram considerados normais, ao passo que 11,3% dos homens e 30,0% das mulheres foram classificados como casos clínicos.

As variáveis relacionadas ao uso de dispositivos eletrônicos por adolescentes do ensino médio são apresentadas na tabela 1.

Tabela 1.

Distribuição de frequências absolutas e relativas de dispositivos eletrônicos em adolescentes do ensino médio por sexo

Fatores  Sexo
  Masculino (n = 798)Feminino (n = 830)
 
Assiste à TV
Não  123  15,4  67  8,1 
Sim  675  84,6  763  91,9 
Quantos dias por semana você assiste à TV
Até 2 dias  168  24,7  205  21,1 
3 dias ou mais  507  67,2  558  63,5 
Número de horas assistindo à TV/dia
Até 2 horas  383  48,0  376  45,3 
Acima de 3 horas  292  36,6  387  46,6 
Usa computador
Não  105  13,2  215  25,9 
Sim  693  86,8  615  74,1 
Tipo de computador
Desktop  344  43,1  224  27,0 
Notebook  263  33,0  339  40,8 
Desktop e Notebook  86  10,8  52  6,3 
Altura da tela do computador
Acima do ponto médio  153  19,2  114  13,7 
Na altura do ponto médio  473  59,3  435  52,4 
Abaixo do ponto médio  67  8,4  66  8,0 
Quantos dias por semana
Até 2 dias  184  23,1  295  35,5 
3 dias ou mais  509  63,8  320  38,6 
Quantas horas/dia
Até 2 horas  250  31,3  341  41,1 
3 horas ou mais  443  55,5  274  33,0 
Usa celular
Não  33  4,1  1,1 
Sim  765  95,9  821  98,9 
Qual posição você fica ao usar o celular
Em pé  276  34,6  282  34,0 
Sentado/a  403  50,5  441  53,1 
Deitado/a  436  54,6  491  59,2 
Semideitado/a  215  26,9  344  41,4 
Tempo de uso diário
Até 2 horas  220  27,6  125  15,1 
3 horas ou mais  545  68,3  696  83,9 
Usa tablet
Não  656  82,2  649  78,2 
Sim  142  17,8  181  21,8 
Qual posição você fica ao usar o tablet
Em pé  25  3,0  47  5,6 
Sentado/a  83  10,4  102  12,3 
Deitado/a  68  8,5  82  9,9 
Semideitado/a  26  3,3  56  6,7 
Tempo de uso diário
Até 2 horas  94  11,8  149  18,0 
3 horas ou mais  48  6,0  32  3,9 

Do número total de indivíduos entrevistados, 46,7% (IC de 95% 44,27 a 49,11) relataram dor na região lombar inferior pelo menos em algum momento nos 12 meses anteriores à entrevista, 42,0% (IC de 95% 36,63 a 43,41) eram homens e 58,0% (IC de 95% 49,73 a 56,51) eram mulheres, com diferença estatisticamente significativa.

Na tabela 2, há uma associação estatisticamente significativa entre lombalgia e sexo feminino, etnia negra e problemas de saúde mental.

Tabela 2.

Análise bivariada da lombalgia com características sociodemográficas, nível de atividade física e problemas de saúde mental em adolescentes do ensino médio

Fatores  Lombalgia
  RP (IC de 95%) 
Sexo
Masculino  319  42,0  1,00 
Feminino  441  58,0  1,33 (1,20 – 1,48)a 
Faixa etária
14 anos  108  14,2  1,00 
15 a 18 anos  652  85,8  1,09 (0,94 – 1,27) 
Estado civil
Casado/a  30  3,9  1,00 
Solteiro/a  730  88,6  1,10 (0,82 – 1,48) 
Etnia       
Branca  395  52,0  1,00 
Preta  54  7,1  0,77 (0,62 – 0,97)a 
Morena/Parda  262  34,5  0,93 (0,83 – 1,04) 
Amarela  30  3,9  1,04 (0,80 – 1,35) 
Indígena  19  2,5  1,02 (0,74 – 1,42) 
Nível de atividade física
Muito ativo/a  196  25,8  1,00 
Suficientemente ativo/a  370  48,7  0,97 (0,86 – 1,11) 
Insuficientemente ativo/a  194  25,5  0,95 (0,82 – 1,10) 
Problemas de saúde mental
Normal  357  47,0  1,00 
Limítrofe  188  24,7  1,33 (0,97 – 1,51) 
Clínico  215  28,3  1,61 (1,43 – 1,81)a 

IC, intervalo de confiança; RP, razão de prevalência.

a

Fator associado.

Na tabela 3, há uma associação ao uso de notebook, uso de celulares nas posturas em pé, deitada e semideitada, tempo de uso diário do celular por mais de 3 horas e uso de tablet.

Tabela 3.

Análise bivariada da lombalgia com dispositivos eletrônicos em adolescentes do ensino médio

Fatores  Lombalgia
  RP (IC DE 95%) 
Assiste à TV
Não  79  10,4  1,00 
Sim  681  89,6  1,14 (0,95 – 1,36) 
Quantos dias por semana você assiste à TV
Até 2 dias  174  22,9  1,00 
3 dias ou mais  507  66,7  1,02 (0,90 – 1,16) 
Número de horas assistindo à TV/dia
Até 2 horas  345  45,4  1,00 
Acima de 3 horas  336  44,2  1,09 (0,98 – 1,21) 
Usa computador/joga videogame
Não  612  80,5  1,00 
Sim  148  19,5  0,99 (0,87 – 1,3) 
Tipo de computador
Desktop  243  32,0  1,00 
Notebook  304  40,0  1,18 (1,04 – 1,34)a 
Desktop e Notebook  65  8,6  0,91 (0,74 – 1,11) 
Altura da tela do computador
Abaixo do ponto médio  138  18,2  1,00 
Na altura do ponto médio  416  54,7  0,89 (0,77 – 1,02) 
Abaixo do ponto médio  58  7,6  0,84 (0,67 – 1,06) 
Quantos dias por semana
Até 2 dias  233  30,7  1,00 
3 dias ou mais  379  49,9  0,94 (0,84 – 1,06) 
Quantas horas/dia
Até 2 horas  274  36,1  1,00 
3 horas ou mais  338  44,5  1,02 (0,91 – 1,14) 
Usa celular
Não  22  2,9  1,00 
Sim  738  97,1  0,89 (0,66 – 1,19) 
Qual posição você fica ao usar o celular
Em pé  285  37,5  1,16 (1,04 – 1,29)a 
Sentado/a  411  54,1  1,10 (0,99 – 1,23) 
Deitado/a  458  60,3  1,16 (1,04 – 1,30)a 
Semideitado/a  301  39,6  1,27 (1,14 – 1,40)a 
Tempo de uso diário
Até 2 horas  136  17,9  1,00 
3 horas ou mais  602  79,2  1,23 (1,06 – 1,42)a 
Usa tablet
Não  576  75,8  1,00 
Sim  184  24,2  1,29 (1,15 – 1,44)a 
Qual posição você fica ao usar o tablet
Em pé  44  5,8  1,12 (0,90 – 1,38) 
Sentado/a  107  14,1  1,04 (0,86 – 1,27) 
Deitado/a  85  11,2  0,99 (0,82 – 1,20) 
Semideitado/a  52  6,8  1,16 (0,95 – 1,41) 
Tempo de uso diário
Até 2 horas  136  17,9  1,00 
3 horas ou mais  48  6,3  1,07 (0,87 – 1,32) 

IC, intervalo de confiança; RP, razão de prevalência.

a

Fator associado.

As variáveis que permaneceram significativamente associadas a dor na região lombar inferior foram: sexo feminino, tempo de uso de TV acima de 3 horas por dia, uso de notebook, uso de celular na posição deitada, uso de celular na posição semideitada, tempo de uso de celular acima de 3 horas por dia, uso de tablet, tempo de uso de tablet acima de 3 horas por dia e problemas de saúde mental (tabela 4).

Tabela 4.

Regressão logística multivariada para associações de variáveis com lombalgia em adolescentes do ensino médio

Fatores  Lombalgia
  Valor de p  RP ajustada (IC de 95%) 
Sexo
Masculino  < 0,001  1,00 
Feminino    1,70 (1,39–2,07) 
Número de horas assistindo à TV/dia
Até 2 horas  0,032  1,00 
Acima de 3 horas    1,17 (1,01–1,36) 
Tipo de computador
Desktop    1,00 
Notebook  0,005  1,40 (1,10–1,77) 
Desktop e Notebook  0,499  1,18 (0,72–1,94) 
Qual posição você fica ao usar o celular
Deitado/a     
Não  0,042  1,00 
Sim    1,23 (1,00–1,52) 
Deitado/a     
Não  < 0,001  1,00 
Sim    1,49 (1,20–1,83) 
Tempo de uso diário do celular
Até 2 horas  0,003   
3 horas ou mais    1,36 (1,11–1,68) 
Usa tablet
Não  < 0,001  1,00 
Sim    1,67 (1,31–2,14) 
Tempo de uso diário do tablet
Até 2 horas  < 0,001  1,00 
3 horas ou mais    1,46 (1,21–1,76) 
Problemas de saúde mental
Normal  < 0,001  1,00 
Limítrofe    1,67 (0,98–2,13) 
Clínico    2,62 (2,03–3,38) 

IC, intervalo de confiança; RP, razão de prevalência.

Discussão

Neste estudo, a prevalência de lombalgia foi 46,7%. A prevalência em outros países foi relatada como segue: Xangai, China (33,1%),3 ao passo que, em algumas localidades brasileiras, foi encontrada prevalência de 13,7% em Pelotas,4 13,4% em Porto Alegre,5 42,1% em Petrolina,6 46,9% em Recife,7 32,9% em Piauí,20 e 27,7% em São Leopoldo (RS).21 As variações na prevalência podem resultar de diferenças socioculturais, demográficas, econômicas e ocupacionais nos locais investigados.

O resultado permaneceu associado ao sexo feminino, tempo de uso diário de TV acima de 3 horas, uso de notebook, uso de celular na posição deitada, uso de celular na posição semideitada, tempo de uso de celular acima de 3 horas por dia, uso de tablet, tempo de uso de tablet acima de 3 horas e problemas de saúde mental.

As mulheres apresentaram associação de propensão de aproximadamente 1,70 vez de desenvolver dor em comparação aos homens, semelhantemente a outros estudos que envolveram adolescentes.3,7,20,22 O sexo feminino apresenta diferenças estruturais e psicossociais em relação aos homens, como diferenças musculoesqueléticas, que predispõem as mulheres à sobrecarga na coluna vertebral nos longos períodos em que as adolescentes estão sentadas na escola, alterações hormonais resultantes da puberdade, menores níveis de atividade física e relatos de dores com maior frequência.20,23 Este estudo investigou se a lombalgia estava relacionada ao período menstrual, o que exclui o risco de uma prevalência superestimada nas mulheres e o confirma como um fator associado.

O uso de televisão, celular e tablet por mais de 3 horas por dia foi associado ao resultado, corroborou outras investigações.23–26 O uso de tecnologias de informação e comunicação é um fator de risco potencial para o desenvolvimento de dor na coluna. Acredita‐se que a explicação tem como base uma postura estática inadequada ao usar esses dispositivos, em associação a um tempo prolongado, que gera sobrecarga musculoesquelética, redução de fluxo sanguíneo e espasmos musculares, ativa, assim, os receptores de dor. Além disso, o excesso de tempo diariamente na postura estática gera um tempo de recuperação insuficiente após a fatiga muscular local, essencial na gênese da dor muscular no trabalho estático.10

O uso de computadores portáteis e tablets foi associado ao resultado, corroborou um estudo feito na China.3 Os desktops podem ser posicionados de forma mais confortável, por exemplo, a altura da tela, do teclado, da cadeira e da mesa, adaptam‐se para a postura mais adequada, ao passo que o notebook e o tablet não têm esses ajustes. Outro ponto importante é o maior tempo de exposição a posturas inadequadas, pois notebooks e tablets podem ser usados em qualquer local.3,26

As posturas deitada e semideitada ao usar o celular foram fatores associados à lombalgia, a primeira postura descrita corrobora o estudo feito na China,3 ao passo que, em relação à segunda, não há estudos que analisam sua associação à lombalgia. A manutenção das posturas fixas por tempo prolongado reduz a ação de bombeamento do disco intervertebral e a nutrição dessa estrutura. Devido às condições mecânicas precárias geradas por essas posturas, o fluido do disco diminui e degenera gradualmente, causa movimentos anormais entre os corpos vertebrais, predispõe a degeneração e dor. Além disso, essas posturas inadequadas geram tensão mecânica nos músculos, ligamentos e articulações.27,28

A categoria de casos clínicos relacionada a problemas de saúde mental foi associada à lombalgia em adolescentes, corroborou estudos anteriores feitos no sul do Brasil, no Irã e na Nova Zelândia.29,30 O surgimento de sintomas emocionais é comum entre os adolescentes. Eles podem ser desencadeados pelo momento vivido, por pressões no ambiente escolar, dificuldades econômicas e problemas de relacionamento. Parece haver uma relação entre sintomas emocionais e manifestações físicas, como aumento da secreção do hormônio cortisol e alterações na regulação hormonal das glândulas suprarrenais, o que gera efeitos inibitórios sobre a resposta imune, digestão e sintomas de desgaste excessivo do corpo, cansaço, fadiga, dores musculares e distúrbios articulares e capacidade física reduzida.30

Este estudo apresentou várias limitações metodológicas: primeira, alguns fatores de confusão não foram controlados, como os tipos de tablet usados, lesões anteriores e exposição a outras tecnologias. Segunda, não foram coletados dados sobre como o resultado afetou e/ou limitou as atividades habituais dos adolescentes ou causou mudanças em sua rotina diária e sua relação com fatores psicossociais. Terceira, os dados tiveram como base uma resposta autorreferida, o que aumenta o risco de viés de memória. Os pontos fortes deste estudo são a consistência dos resultados com a literatura, o uso de questionários validados para o resultado estudado e o número de indivíduos entrevistados.

Lombalgia é uma condição comum que causa incapacidade substancial. Considerando que os dados disponíveis de pesquisas nacionais sobre o resultado são escassos no Brasil, este estudo contribuirá como uma referência para outras investigações epidemiológicas e cooperará com a avaliação nacional de prevalência e fatores de risco, análises sistemáticas e metanálises.

Conclusão: a lombalgia teve alta prevalência e forte associação ao sexo feminino, tempo de uso de TV acima de 3 horas por dia, uso de notebook, uso de celular na posição deitada, uso de celular na posição semideitada, tempo de uso de celular acima de 3 horas por dia, uso de tablets, tempo de uso de tablet acima de 3 horas por dia e problemas de saúde mental.

Financiamento

Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).

Conflitos de interesses

Os autores declaram não haver conflitos de interesses.

Referências
[1]
D. Hoy, L. March, P. Brooks, F. Blyth, A. Woolf, C. Bain, et al.
The global burden of low back pain: estimates from the Global Burden of Disease 2010 study.
Ann Rheum Dis., 73 (2014), pp. 968-974
[2]
I. Calvo-Muñoz, A. Gómez-Conesa, J. Sánchez‐Meca.
Prevalence of low back pain in children and adolescents: a meta‐analysis.
BMC Pediatr, 13 (2013), pp. 14
[3]
Z. Shan, G. Deng, J. Li, Y. Li, Y. Zhang, Q. Zhao.
Correlational analysis of neck/shoulder pain and low back pain with the use of digital products, physical activity and psychological status among adolescents in Shanghai.
PLoS ONE., 8 (2013), pp. 1-9
[4]
A.C. Onofrio, M.C. Silva, M.R. Domingues, A.J. Rombaldi.
Acute low back pain in high school adolescents in Southern Brazil: prevalence and associated factors.
EurSpine J., 21 (2012), pp. 1234-1240
[5]
A.T. Lemos, F.R. Santos, R.B. Moreira, D.T. Machado, F.C. Braga, A.C. Gaya.
Ocorrência de dor lombar e fatores associados em crianças e adolescentes de uma escola privada do sul do Brasil.
Cad Saúde Pública., 29 (2013), pp. 2177-2185
[6]
I.B. Saueressig, V.M. Oliveira, M.K. Xavier, L.R. Santos, K.M. Silva, R.C. Araújo.
Prevalence of musculoskeletal pain in adolescents and its association with the use of electronic devices.
Rev Dor., 16 (2015), pp. 129-135
[7]
G.R. Silva, A.C. Pitangui, M.K. Xavier, M.A. Correia-Júnior, R.C. De Araújo.
Prevalence of musculoskeletal pain in adolescents and association with computer and videogame use.
J Pediatr (Rio J)., 92 (2016), pp. 188-196
[8]
D.E. Feldman, I. Shrier, M. Rossignol, L. Abenhaim.
Risk factors for the development of low back pain in adolescence.
Am J Epidemiol., 154 (2001), pp. 30-36
[9]
R. Moncer, S. Jemni, S. Frioui, E. Toulgui, I. BelHadjYoussef, F. Khachnaoui.
Cross‐sectional study of low‐back pain (LBP) in children and adolescents: Prevalence and risk factor.
Ann Phys Rehabil Med., 59S (2016), pp. e96
[10]
A. Aarås, G. Horgen, O. Ro.
Work with the visual display unit: health consequences.
Int J Hum Comput Int., 12 (2000), pp. 107-134
[11]
H.R. Casser, H.G. Schaible.
MuskuloskeletalerSchmerz. Der Schmerz, 29 (2015), pp. 486-495
[12]
I.C. Muños, A.G. Conesa, J.S. Meca.
Prevalencia del dolor lumbar durante la infancia y la adolescencia.
Una revisión sistemática. RevEspSalud Pública., 86 (2012), pp. 331-356
[13]
D.P. Guedes, C.C. Lopes, J.E. Guedes, L.C. Stanganelli.
Reprodutibilidade e validade do questionário Baecke para avaliação da atividade física habitual em adolescentes.
Ver Port Cien Desp., 6 (2006), pp. 265-274
[14]
R. Goodman.
The Strengths and Difficulties Questionnaire: A research note.
J Child Psychol Psychiatry, 38 (1997), pp. 581-586
[15]
B. Fleitlich, P.G. Cortazar, R. Goodman.
Questionário de Capacidades e Dificuldades (SDQ).
Infanto., 8 (2000), pp. 44-50
[16]
F.A. Pinheiro, B.T. Tróccoli, C.V. Carvalho.
Questionário Nórdico de Sintomas Osteomusculares: validade do instrumento como medida de morbidade.
Rev Saúde Pública., 36 (2002), pp. 307-312
[17]
I.J. Kuorinka, L.C. De Jong, A. Kilbon, H. Vinterberg, F. Bieringsorensen, G. Anderson.
Standardisednordic questionnaires for analysis of musculoskeletal symptoms.
Appl Ergon., 18 (1987), pp. 233-237
[18]
Chou R, Qaseem A, Snow V, Casey D, Cross JR, Shekelle P, et al. Diagnosis and treatment of low back pain: a joint clinical practice Guideline from the American College of Physicians and the American Pain Society. Ann Intern Med. 2007;1477:478‐91.
[19]
A.J. Barros, V.N. Hirakata.
Alternatives for logistic regression in cross‐sectional studies: an empirical comparison of models that directly estimate the prevalence ratio.
BMC Med Res Methodol., 3 (2003), pp. 21
[20]
R.D. Meucci, A.O. Linhares, D.W. Olmedo, S.E. Cousin, V.M. Duarte, C.J. Almeida.
Low back pain among adolescents in the semiarid region: results of a population census in the city of Caracol, State of Piauí, Brazil.
Cien Saude Colet., 23 (2018), pp. 733-740
[21]
C.D. Fonseca, C.T. Candotti, M. Noll, A.M. Luz, A.C. dos Santos, C.O. Corso.
Prevalence of back pain among high school students in a municipality in southern Brazil.
Fisioter Mov., 29 (2016), pp. 137-146
[22]
L.B. Queiroz, B. Lourenço, L.E. Silva, D.M. Lourenço, C.A. Silva.
Musculoskeletal pain and musculoskeletal syndromes in adolescents are related to electronic devices.
J Pediatr (Rio J)., 94 (2018), pp. 673-679
[23]
A. Bener, E.E. Dafeeah, K. Alnaqbi, O. Falah, T. Aljuhaisi, A. Sadeeq, et al.
An epidemiologic analysis of low back pain in primary care: a hot humid country and global comparison.
J PrimCareCommunity Health., 4 (2013), pp. 220-227
[24]
J.S. Oliveira, L.A. Barufaldi, A. Abreu Gde, V.S. Leal, G.S. Brunken, S.M. Vasconcelos, et al.
ERICA: use of screens and consumption of meals and snacks by Brazilian adolescents.
Rev Saude Publica., 50 (2016), pp. S7
[25]
C.W. Schaan, F.V. Cureau, M. Sbaraini, K. Sparrenberger, H.W. Kohl III, B.D. Schaan.
Prevalence of excessive screen time and TV viewing among Brazilian adolescents: a systematic review and meta‐analysis.
J Pediatr (Rio J)., 95 (2019), pp. 155-165
[26]
B. Sakboonyarat, K. Chokcharoensap, M. Meesaeng, N. Jaisue, D. Janthayanont, P. Srisawat.
Prevalence and Associated factors of Low Back Pain (LBP) among Adolescents in Central.
Thailand. Glob J Health Sci., 10 (2018), pp. 49-59
[27]
A.R. Zapater, D.M. Silveira, A. De Vitta, C.R. Padovani, J.P. Silva.
Seat posture: the efficiency of an educational program for scholars.
Cien Saude Colet., 9 (2004), pp. 191-199
[28]
S.S. Barros, R.C. Angelo, E.R. Uchoa.
Occupational low back pain and the sitting position.
Rev Dor., 12 (2011), pp. 226-230
[29]
I. Dianat, A. Alipour, J.M. Asghari.
Prevalence and risk factors of low back pain among school age children in Iran.
Health Promot Perspect., 7 (2017), pp. 223-229
[30]
F.C. Trevelyan, S.J. Legg.
Risk factors associated with back pain in New Zealand school children.
Ergonomics., 54 (2011), pp. 257-262

Como citar este artigo: Bento TP, Cornelio GP, Perrucini PO, Simeão SF, Conti MH, de Vitta A. Low back pain in adolescents and association with sociodemographic factors, electronic devices, physical activity and mental health. J Pediatr (Rio J). 2020;96:717–24.

Copyright © 2019. Sociedade Brasileira de Pediatria
Baixar PDF
Idiomas
Jornal de Pediatria
Opções de artigo
Ferramentas
en pt
Taxa de publicaçao Publication fee
Os artigos submetidos a partir de 1º de setembro de 2018, que forem aceitos para publicação no Jornal de Pediatria, estarão sujeitos a uma taxa para que tenham sua publicação garantida. O artigo aceito somente será publicado após a comprovação do pagamento da taxa de publicação. Ao submeterem o manuscrito a este jornal, os autores concordam com esses termos. A submissão dos manuscritos continua gratuita. Para mais informações, contate jped2@sbp.com.br. Articles submitted as of September 1, 2018, which are accepted for publication in the Jornal de Pediatria, will be subject to a fee to have their publication guaranteed. The accepted article will only be published after proof of the publication fee payment. By submitting the manuscript to this journal, the authors agree to these terms. Manuscript submission remains free of charge. For more information, contact jped2@sbp.com.br.
Cookies policy Política de cookies
To improve our services and products, we use "cookies" (own or third parties authorized) to show advertising related to client preferences through the analyses of navigation customer behavior. Continuing navigation will be considered as acceptance of this use. You can change the settings or obtain more information by clicking here. Utilizamos cookies próprios e de terceiros para melhorar nossos serviços e mostrar publicidade relacionada às suas preferências, analisando seus hábitos de navegação. Se continuar a navegar, consideramos que aceita o seu uso. Você pode alterar a configuração ou obter mais informações aqui.