to compare the clinical and laboratorial data before and after the treatment of patients with visceral leishmaniasis admitted to a pediatric hospital in a nonendemic area, highlighting the importance of recognizing visceral leishmaniasis in pediatric patients.
Methodsclinical, laboratorial and treatment data of 78 patients with visceral leishmaniasis were evaluated from 1981 to 1992. We analyzed the average level of hemoglobin, leukocyte, neutrophil, platelet, albumin, gammaglobulin, class and subclass of immunoglobulin, size of the liver and spleen during the pre- and post-treatment using the paired t test.
Resultswe included 78 patients with visceral leishmaniasis, 44 males, with age ranging from 8 months to 13.5 years. Sixty-one patients were from Bahia. Fever and splenomegaly were present in 96.1% and 100% of the cases, respectively. The parasitological diagnosis was obtained in 74/78 patients: 67 patients through smear and/or culture of bone marrow (85.7%), five through liver biopsy and two through spleen puncture. The hematological findings and serum albumin presented significant improvement at the end of treatment (P<0.001), differently from serum gammaglobulin levels (P=0.087). There was predominance of IgG1 subclass, with two patients presenting low levels of IgG2. Initial treatment used antimoniate in 67 cases and amphotericin B in five. Eleven patients (15.7%) needed a second treatment, and were considered cured after it. There was significant improvement in the liver and spleen size at the end of the treatment (P<0.001). One patient presented spontaneous remission and five died due to bleeding.
Conclusionsin order to obtain accurate diagnosis and treatment, especially regarding health services of areas with low-incidence of visceral leishmaniasis, the diagnosis of patients with fever and visceromegaly, who come from endemic areas, should include visceral leishmaniasis.
comparar os dados clínicos e laboratoriais no pré e pós-tratamento de pacientes portadores de leishmaniose visceral (LV), admitidos em hospital pediátrico localizado em área não-endêmica, destacando a importância do reconhecimento da LV na faixa etária pediátrica.
Métodosavaliação dos dados clínicos, laboratoriais e de tratamento de pacientes portadores de LV no período compreendido entre 1981 e 1992, comparando-se os valores médios de hemoglobina, leucócitos, neutrófilos, plaquetas, albumina, gamaglobulina, classes e subclasses de imunoglobulinas, tamanho do fígado e baço antes e após o tratamento, utilizando-se o teste "t" para amostras pareadas.
Resultadosforam incluídos 78 pacientes, com idade variando entre 8 meses e 13,5 anos, sendo 44 casos do sexo masculino e 61 provenientes da Bahia. Febre e esplenomegalia estavam presentes em 96,1% e 100% dos casos, respectivamente. O diagnóstico parasitológico foi obtido em 74/78 pacientes, com positividade pelo mielograma e/ou mielocultura em 67 casos (85,7%), 5 pela biópsia hepática e 2 pela punção esplênica. Os valores hematológicos e a albumina sérica apresentaram melhora significante ao término do tratamento (p<0,001), o mesmo não ocorrendo com a gamaglobulina sérica (p=0,087). Houve predomínio da subclasse IgG1, com dois pacientes apresentando níveis reduzidos de IgG2. O tratamento inicial utilizou antimonial em 67 casos e Anfotericina B em 5. Onze pacientes (15,7%) necessitaram segundo esquema de tratamento, com resolução em todos os casos. Houve melhora significativa do tamanho do fígado e baço ao término do tratamento (p <0,001). Um paciente apresentou resolução espontânea, e cinco faleceram por sangramento.
Conclusõesos autores alertam para a inclusão da LV na suspeita diagnóstica de pacientes pediátricos apresentando febre e visceromegalia, provenientes de áreas endêmicas, para a adequada abordagem diagnóstica e tratamento, especialmente em serviços de saúde de regiões de baixa incidência desta endemia.