This study aimed at characterizing the organization of health practices concerning reduction of vulnerability to childhood diarrhea in an outpatient setting.
MethodsA longitudinal study with two interrelated cross-sections was carried out in 14 health services (11 health centers and three hospitals) located in six municipalities in the state of Pernambuco, Brazil. These sites participated in the diarrhea control program coordinated by the State Department of Health. Data were collected through observation, interviews with professionals and service users, and review of clinical histories.
ResultsOverall, we observed that a high proportion of patients were sent home without receiving care, and that there was a long wait before patients were seen by health professionals; in addition, patients did not receive information on home oral rehydration therapy, and little advice was given on signs and symptoms of aggravating diarrhea episodes; several drugs were prescribed to children with diarrhea; and very often, the child s hydration status and the medical conduct adopted were not recorded in the child s card. In only three services was the training concerning diarrhea control systematic, with nurses in charge of several activities and working together with health agents. On the second phase of the study, one of the changes identified was a slight increase in the number of times weight was measured and recorded on the child s card. However, during the intervention period, 69.6% of the health care team members noticed an improvement the care provided to the child.
ConclusionsOur results reveal the weakness of the services to develop training and curative actions that target diarrhea control. The observed practices contribute to increase childhood vulnerability, and show the need to reorganize disease control actions in this group.
Este estudo teve como objetivo caracterizar, em nível ambulatorial, a organização das práticas de saúde relacionadas com a redução da vulnerabilidade à diarréia infantil.
MétodosEstudo longitudinal, com dois cortes transversais interrelacionados, em 14 serviços de saúde (11 centros de saúde e 3 hospitais), localizados em seis municípios de Pernambuco, participantes do projeto de implementação das ações de controle da diarréia coordenado pela Secretaria Estadual de Saúde. As informações foram obtidas através de observação, entrevistas com profissionais e usuários e revisão de histórias clínicas.
ResultadosEm geral, constataram-se alta freqüência de rechaço da demanda, demora para o atendimento, falta de orientação para o uso da terapia oral no domicílio, escassez de informação sobre os sinais de agravamento do episódio, elevada prescrição de medicamentos para as crianças com diarréia e grande omissão no registro do estado de hidratação e das condutas. Em apenas três unidades a prática educativa é sistemática, há delegação de atividades à enfermagem e articulação com os agentes comunitários. Na segunda etapa, uma das poucas mudanças identificadas foi um discreto aumento da tomada de peso e do seu registro no Cartão. Contudo, durante o período da intervenção, 69,6% dos membros da equipe de saúde perceberam melhorias na atenção à criança.
ConclusõesOs resultados mostram a grande fragilidade dos serviços avaliados para operar as atividades educativas e curativas voltadas à diarréia. Assim, as práticas observadas de atenção à criança têm contribuído para aumentar a vulnerabilidade infantil, tornando premente a necessidade de reorganizar, no conjunto das ações voltadas para este grupamento social, o controle da doença.