To analyze factors associated with intracranial hypertension in pediatric patients who suffered severe head injuries.
MethodsRetrospective cohort study, with data collected from September 1998 through August 2003, including patients aged 0 to 16 who suffered severe head injuries, Glasgow score < 9, and submitted to intracranial pressure (ICP) monitoring (n = 132). Intracranial hypertension (IH) was defined as an episode of ICP > 20 mmHg requiring treatment, while refractory IH was ICP over 25 mmHg requiring barbiturates or decompressive craniectomy. Univariate analysis was followed by multivariate analysis; variables were considered significant if p < 0.05.
ResultsAges ranged from 2 months to 16 years, median age 9.7 (6.0-2.3) years. Glasgow scores ranged from 3 to 8, median 6 (4-7). Traffic accidents were responsible for 79.5% of events. Monitoring devices were installed, on average, 14 hours after trauma, median time 24 hours. One hundred and three patients (78%) had IH, while 57 (43.2%) had refractory IH. In multivariate analysis, younger age ranges were associated with IH [relative risk = 1.67 (1.03-2.72); p = 0.037], and abnormal postures were associated with refractory IH [relative risk = 2.25 (1.06-4.78)]. The group mortality rate was 51.5%; it was correlated with use of barbiturates in refractory IH and low cerebral perfusion pressure at the intensive care unit.
ConclusionsIH and refractory IH were frequent events in pediatric patients who suffered severe head injuries. The younger the patient, the greater the chance of developing IH. The presence of abnormal postures was found to be a risk factor for refractory IH.
Analisar fatores associados à ocorrência de hipertensão intracraniana em pacientes pediátricos vítimas de traumatismo crânio-encefálico (TCE) grave.
MétodosCoorte com coleta retrospectiva do período de 1998 a 2003. Incluídos pacientes entre 0 e 16 anos com TCE, pontuação < 9 na escala de Glasgow e submetidos a monitoração da pressão intracraniana (PIC) (n = 132). A hipertensão intracraniana (HIC) foi definida como episódio de PIC > 20 mmHg com necessidade de tratamento e HIC refratária, acima de 25 mmHg, com necessidade de coma barbitúrico ou craniectomia descompressiva. Foi realizada análise univariada, seguida de multivariada, sendo consideradas significativas as variáveis com p < 0,05.
ResultadosA idade variou entres 2 meses e 16 anos, mediana de 9,7 (6,0-2,3) anos. A pontuação de Glasgow foi de 3 a 8, mediana de 6 (4-7). O trânsito respondeu por 79,5% dos eventos. A instalação do monitor ocorreu, em média, 14 h após o trauma, mediana de 24 h. Cento e três pacientes (78%) apresentaram HIC, e 57 (43,2%), HIC refratária. Na análise multivariada, a menor faixa etária foi associada a HIC [risco relativo = 1,67 (1,03-2,72); p = 0,037], e a presença de posturas anormais foi associada a HIC refratária [risco relativo = 2,25 (1,06-4,78)]. A mortalidade do grupo foi de 51,5% e foi relacionada a uso de barbitúrico na HIC refratária e a baixa pressão de perfusão encefálica na unidade de terapia intensiva.
ConclusõesHIC e HIC refratária foram eventos frequentes em pacientes pediátricos com TCE grave. Quanto menor a idade do paciente, maior a chance de desenvolvimento de HIC. A presença de posturas anormais foi fator associado a maior ocorrência de HIC refratária.