Apesar da diminuição significativa da mortalidade infantil no Brasil nas últimas décadas e do grande avanço no programa de imunização, as doenças infecciosas ainda ocupam um lugar de destaque entre os problemas de saúde pública.
A mortalidade de crianças brasileiras abaixo de 5 anos reduziu em 67,6% em 25 anos, entre 1990 e 2015. Entretanto, entre as 10 principais causas de óbito em 2015, as diversas doenças infecciosas ainda ocupam espaço de destaque.1
O principal componente da mortalidade das crianças abaixo de 5 anos é a mortalidade neonatal.1 Numa estimativa recente de causas de mortalidade neonatal que envolveu 4 milhões de óbitos no mundo, as causas infecciosas ocupavam o primeiro lugar, são responsáveis por 35% dos óbitos.2
Esses dados já são suficientes para justificar a importância da escolha do tema infecção para o presente suplemento. Aqui abordaremos a sepse neonatal, o choque séptico, diarreia e encefalites, que são causas importantes de mortalidade infantil.
Não esquecemos as arboviroses, entre elas a Zika, que causou uma epidemia nacional de microcefalia, especialmente no Nordeste brasileiro,3 as pneumonias comunitárias, que, globalmente, são causa frequente de mortalidade de crianças abaixo de 5 anos,4 a tuberculose, que continua prevalente em nosso meio,5 infecções oportunísticas, infecções osteoarticulares e a infecção urinária tão frequente em pacientes ambulatoriais.
Não poderíamos deixar de abordar num artigo o item número 1 do choosing wisely da Academia Americana de Pediatria, “antibióticos não devem ser usados para doenças respiratórias virais (sinusite, faringite, bronquite e bronquiolite)”.6
Espero, desta forma, que os leitores possam desfrutar e se inteirar do enfoque atual das doenças infecciosas na infância.
Conflitos de interesseO autor declara não haver conflitos de interesse.