To describe a group of patients treated at our service for Henoch-Schönlein purpura, with emphasis on recurrent and chronic cases, and to compare clinical and demographic characteristics of patients with monocyclic and recurrent disease.
MethodsData on 67 patients who had been treated since disease onset were analyzed. Twelve patients were excluded because they failed to return for follow-up consultations after less than 3 months, leaving a total of 55 children in the study sample. Recurrence was defined as the presence of a fresh episode after a period of at least 3 months without symptoms, and cases were defined as chronic when cutaneous, abdominal and renal manifestations persisted for a period of 12 months or more.
ResultsRecurrence was observed in 8/55 patients (14.4%) and four cases were chronic (7.2%). In 29/55 patients (52.7%), infection was identified as the trigger factor. A monocyclic clinical course was observed in 43 patients (26 of whom were girls, with a mean age of 5.4 years). Gastrointestinal and renal involvement was observed in 55.8 and 20.9% of patients, respectively. Among the 12 patients with recurrent or chronic Henoch-Schönlein purpura, three had arthritis, four exhibited signs and symptoms of abdominal involvement and seven of kidney disease: microscopic hematuria in five, macroscopic hematuria in one and hematuria with proteinuria in one other. Late onset was the only variable related to recurrence (p < 0.05).
ConclusionsAs is observed in medical literature, monocyclic cases are more common among children with early onset disease. Patients with Henoch-Schönlein purpura should be followed over the long term, since recurrent and chronic cases account for more than 20% of the total.
Descrever um grupo de pacientes com púrpura de Henoch-Schönlein seguido em nosso serviço, com ênfase nos casos recorrentes e crônicos, e comparar pacientes com doença monocíclica ou recorrente segundo características clínicas e demográficas.
MétodosForam avaliados dados de 67 pacientes atendidos desde o início da doença. Doze pacientes foram excluídos, pois abandonaram o seguimento antes de 3 meses de acompanhamento, sendo incluídas 55 crianças no estudo. Recorrência foi definida pela presença de novo quadro após um período de 3 meses sem sintomas, e cronicidade como persistência de manifestações cutâneas, abdominais e renais por um período ≥ 12 meses.
ResultadosFoi observada recorrência em 8/55 pacientes (14,4%) e cronicidade em quatro (7,2%). Em 29/55 pacientes (52,7%), foi constatada infecção como fator desencadeante. Curso monocíclico esteve presente em 43 pacientes (26 meninas, média de idade de 5,4 anos). Acometimento gastrointestinal e renal foi observado em 55,8 e 20,9% dos pacientes, respectivamente. Dentre os 12 pacientes com púrpura de Henoch-Schönlein recorrente ou crônica, três apresentaram artrite, quatro tiveram sinais e sintomas de comprometimento abdominal e sete de doença renal: hematúria microscópica em cinco, hematúria macroscópica em um e hematúria com proteinúria em um paciente. Idade de início tardia foi a única variável relacionada com a presença de recorrência (p < 0,05).
ConclusõesComo observado na literatura médica, o curso monocíclico é mais freqüente nas crianças com início da doença em idade mais precoce. Pacientes com púrpura de Henoch-Schönlein devem ser seguidos a longo prazo, uma vez que recorrência e/ou cronicidade são observadas em mais de 20% dos casos.