To analyze the prognostic value of malnutrition in children with idiopathic dilated cardiomyopathy.
MethodsThis is a retrospective study of 165 patients with idiopathic dilated cardiomyopathy, diagnosed from September 1979 to March 2003. It analyzed the following variables: gender, age, previous viral illness in the preceding 3 months, functional class according to the New Ÿork Heart Association (NŸHA), evaluation of nutritional status (normal vs. malnutrition), percentile and standard deviation (z index) of weight. Weight was measured 744 times during the first 72 months, 93 during the first month. Statistical analysis was performed by Chi Squared, Student t test and analysis of variance for repeated measures (ANOVA). Ninety-five percent confidence intervals (CI95) and odds ratios (OR) were calculated. An alpha value of 0.05 and beta of 0.80 were used.
ResultsMean age at presentation was 2.2±3.2 years with higher incidence in those younger than 2 years (75.8%-CI95 = 68.5% to 82.1%) (p < 0.0001). NŸHA classes III and IV were observed in 81.2% (CI95 = 74.4% to 86.9%) (p < 0.0001) and all 40 deaths were this group (p = 0.0008). At presentation, myocarditis occurred in 39.4% (CI95 = 31.9% to 47.3%) (p = 0.0001) and a high level of association between myocarditis and previous viral illness was observed (p = 0.0005) (OR = 3.15-CI95 = 1.55 to 6.44). Malnutrition at presentation did not influence death (p = 0.10), however progressive malnutrition was a marker for death (p = 0.02) (OR = 3.21-CI95 = 1.04 to 9.95). No significant differences weight percentiles (p = 0.15) or in z scores (p = 0.14) were observed. Observed mean weight percentiles (34.9±32.6 vs. 8.6±16.0) (p < 0.0001) and z scores (-0.62±1.43 vs. -2.02±1.12) (p < 0.0001) during the study period were greater among survivors. ANOVA demonstrated significant differences in weight percentile progression (p = 0.0417) and z scores (p = 0.0005) from the first month onwards.
ConclusionThe evaluation of nutritional status is easy to perform, it does not imply additional costs and should become routine for children with chronic heart failure.
Determinar a importância da desnutrição como marcadora e preditora do óbito na cardiomiopatia dilatada idiopática na infância.
MétodosEste é um estudo retrospectivo envolvendo 165 pacientes (setembro de 1979 a março de 2003). As variáveis analisadas foram sexo, idade e história de infecção viral nos últimos 3 meses, classe funcional da New Ÿork Heart Association (NŸHA), percentil e desvio padrão do peso (índice z) e avaliação do estado nutricional. Foram realizadas 744 pesagens nos primeiros 72 meses e 93 no primeiro mês de evolução. Análise estatística: qui-quadrado, teste t de Student e análise de variância. Foram utilizados o valor alfa de 0,05 e o valor beta de 0,80.
ResultadosA idade no diagnóstico foi de 2,1±3,2 anos, com maior incidência nos menores de 2 anos (75,8%; IC95 = 68,5-82,1%) (p < 0,0001). A classe funcional III e IV foi observada em 81,2% (IC95 = 74,4-86,9%) (p < 0,0001), tendo todos os 40 óbitos ocorrido neste grupo (p = 0,0008). Na apresentação, a miocardite ocorreu em 39,4% (IC95 = 31,9-47,3%) (p = 0,0001). Houve forte associação entre miocardite e doença viral prévia (p = 0,0005) (RC = 3,15; IC95 = 1,55-6,44). A desnutrição na apresentação não influenciou o óbito (p = 0,10), porém a desnutrição evolutiva foi marcadora de óbito (p = 0,02) (RC = 3,21; IC95 = 1,04-9,95). Não houve diferença significativa no percentil de peso (p = 0,15) ou no índice z (p = 0,14) na apresentação. A média do percentil de peso e do índice z foram superiores nos sobreviventes (34,9±32,6 versus 8,6±16,0 e -0,62±1,43 versus -2,02±1,12) (p < 0,0001). A análise de variância demonstrou diferença significativa na evolução para o percentil de peso (p = 0,0417) e para o índice z (p = 0,0005) desde o primeiro mês de evolução.
ConclusãoA avaliação do estado nutricional é de fácil execução, não implica ônus adicional e deve tornar-se rotina no seguimento do paciente com insuficiência cardíaca crônica.