Lemos com grande interesse o artigo de Lima et al.1 sobre a determinação de restrição do crescimento extrauterino (RCEU) em neonatos com muito baixo peso ao nascer, bem como o efeito apresentado de diversas variáveis perinatais sobre esse resultado. Eles definiram RCEU como escore z para peso ou escore z para perímetro cefálico inferior ou igual a –2. Além disso, classificaram os recém‐nascidos como adequados para a idade gestacional (AIG) ou pequenos para a idade gestacional (PIG) com base no escore z para peso ao nascer. É importante identificar que os escores z calculados tiveram como base o gráfico de crescimento de Fenton, 2003.2,3
Em 2013, o gráfico de Crescimento Prematuro de Fenton, 2003 foi atualizado por uma meta‐análise rigorosa que incluiu 3.986.456 nascimentos da Alemanha, Estados Unidos, Itália, Austrália, Escócia e Canadá.4,5 Ao fazê‐lo, eles atualizaram os escores z para comprimento, perímetro cefálico e peso; esses novos escores z podem ser facilmente calculados pelas calculadoras on‐line, em: http://www.ucalgary.ca/fenton/.
Não sabemos se os resultados do estudo teriam sido os mesmos se os escores z adotados tivessem tido como base o Gráfico de Crescimento Prematuro de Fenton, 2003. Contudo, foi impossível para Lima e seus colaboradores basearem seu estudo nos escores z atualizados, pois o novo gráfico de crescimento de Fenton foi publicado um mês após este ter sido enviado ao Jornal de Pediatria. Gostaríamos de saber da possibilidade de se fazer uma revisão do mesmo com o gráfico de crescimento novo e atualizado, para verificar se os resultados seriam diferentes.
Devemos acrescentar que o gráfico de crescimento de Fenton (2003) é a melhor referência que temos até o momento. Contudo, estamos ansiosos pelos novos resultados do Projeto INTERGROWTH‐21st, que nos fornecerá melhores padrões internacionais de crescimento para bebês prematuros.6
Conflitos de interesseOs autores declaram não haver conflitos de interesse.