To investigate the socio-epidemiologic characteristics of the victims of sudden infant death syndrome and to calculate its prevalence during the 1st year of life.
MethodsThis is an observational, retrospective, and descriptive study based on the review of autopsy protocols and questionnaires applied to families that had cases of infants death during 1997 and 1998 in the city of Porto Alegre.
ResultsFrom 335 infants who died, 21 were fulfilled SIDS criteria, although SIDS was not recorded as a cause of death on the death certificate. The infants had no previous apnea or acute disease that could justify the death. Death occurred predominantly in cold months (winter and autumn). None of the infants who died slept in supine position. Families had a low monthly income (3 minimum wages). Seventy one per cent the mothers were smokers and 42% used alcohol during the pregnancy. SIDS prevalence was estimated as 6.3% from the total number of deaths, and the specific mortality coefficient for SIDS was 4.5:10,000 live births.
ConclusionsThe profile identified for infants at risk is similar to that reported in the literature. However, since SIDS is often misdiagnosed in our community, it does not appear in the statistics about infant mortality. As a consequence, there have never been campaigns to reduce the risk of death due to this syndrome.
Conhecer as características socioepidemiológicas dos lactentes que foram a óbito por SMSL no nosso meio e estabelecer a prevalência desta síndrome como causa de mortalidade no primeiro ano de vida.
MétodosEstudo observacional, retrospectivo, descritivo, baseado na revisão de laudos de necropsia e na aplicação de questionário a familiares de lactentes que apresentaram óbito domiciliar nos anos de 1997 e 1998 em Porto Alegre.
ResultadosDos 335 óbitos ocorridos em lactentes, 21 foram incluídos nos critérios que definem SMSL, mas nenhum deles teve essa causa registrada em sua declaração de óbito. O perfil dos óbitos por SMSL foi caracterizado por lactentes sem história prévia de apnéias ou qualquer doença aguda que justificasse o óbito. As mortes ocorreram principalmente nos meses frios (outono e inverno) e nenhum destes lactentes dormia em posição supina. As famílias possuíam renda média de 3 salários mínimos, 71% das mães eram tabagistas e 42 % fizeram uso de álcool durante a gestação. A prevalência de SMSL foi estimada em 6,3% do total de óbitos, sendo que o coeficiente de mortalidade específico por essa causa foi de 4,5 óbitos em 10.000 nascidos vivos.
ConclusõesO perfil clínico-epidemiológico de risco para SMSL apresentado pelas crianças que foram a óbito por essa causa assemelha-se em diversos aspectos ao descrito na literatura internacional. Observa-se, entretanto, que a SMSL é subdiagnosticada no nosso meio, não constando das estatísticas oficiais de mortalidade infantil. Com isso, não são desenvolvidas campanhas para redução do risco a que as crianças estão expostas.