Prevalência de anemia ferropriva e marcadores de risco associados em crianças entre 12 e 18 meses de idade atendidas nos Ambulatórios do Instituto de Puericultura e Pediatria Martagão Gesteira

Abstract

Objectives

The prevalence of iron deficiency anemia and the associated risk indicators were studied in children from 12 to 18 months at the outpatient unit of IPPMG, in order to evaluate and monitor the service.

Methods

This is a cross-sectional descriptive study of 288 children seen at the outpatient unit of IPPMG, from January to December 1993. Anemia was diagnosed by dosage of seric hemoglobin. The studied risk indicators were: prenatal care, birth weight, pediatric follow-up, socio-economic aspects, breast-feeding pattern, nutritional status, and iron prescription. Data were computerized and analyzed by EPIINFO and EGRET softwares. Statistical analysis was performed by Pearson c2, and breast-feeding pattern was analyzed by the Kaplan-Meier survival curves.

Results

Fifty percent of all children had anemia and 13.2% had severe anemia. Children had an early entry to follow-up at the clinic, and the number of consultations was adequate, according to the recommendations of the Ministry of Health. Only 27% of families had a -per capita- income above one minimum salary, although most had adequate housing and environmental conditions. The median duration of breast-feeding was 7.8 and of exclusive breast-feeding was 3.2 months. No association between anemia and income, early weaning, low-birth weight or undernutrition was found.

Conclusion

The prevalence of anemia was extremely high, indicating the need for a specific monitoring system for the occurrence of iron deficiency anemia in this service.

Resumen

Objetivo

Estudar a prevalência de anemia ferropriva em crianças entre 12 a 18 meses nos ambulatórios do IPPMG e os marcadores de risco a ela associados, no intuito de avaliar e monitorizar o serviço.

Métodos

Trata-se de um estudo descritivo de corte transversal. Foram incluídas 288 crianças atendidas nos ambulatórios do IPPMG, de janeiro a dezembro de 1993. A anemia foi diagnosticada através da dosagem de hemoglobina sérica. Os marcadores de risco estudados foram: realização de pré-natal, peso ao nascer, acompanhamento pediátrico, características sócio-econômicas, padrão de amamentação, estado nutricional e prescrição de ferro. Os dados foram computados e analisados pelos programas EPI-INFO e EGRET. A análise estatística foi feita através do teste do c2 de Pearson e o perfil do aleitamento materno foi analisado pela curva de sobrevivência (método de Kaplan-Meier).

Resultados

Cinqüenta por cento das crianças apresentaram anemia, sendo que 13,2% apresentaram anemia grave. Observou-se ingresso precoce para acompanhamento ambulatorial e número de consultas adequado às recomendações do Ministério da Saúde. Apenas 27% das famílias possuíam renda per capita acima de um salário mínimo, entretanto a maioria apresentava boas condições de moradia e saneamento básico. A mediana da duração do aleitamento materno foi de 7,8 meses e do aleitamento exclusivo foi de 3,2 meses. Não foi encontrada associação significativa entre anemia e renda familiar, desmame precoce, baixo peso ao nascer e desnutrição.

Conclusão

A prevalência da anemia ferropriva foi excessivamente elevada, indicando a necessidade de um sistema de vigilância específico para este evento em nosso serviço.