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Vol. 75. Núm. 04.
Páginas 256-266 (julho - agosto 1999)
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Pressão arterial em escolares e adolescentes - O estudo de Belo Horizonte
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Reynaldo G. Oliveiraa, Joel A. Lamounierb, Andréa D. B. Oliveirac, Marcela D.R.Castrod, José S. Oliveirae
a Professor Assistente, Mestre em Pediatria / UFMG - B. Horizonte - MG
b Professor Adjunto, Doutor em Pediatria / UFMG - B. Horizonte - MG.
c Pediatra do H.M. Odilon Behrens e H. João XXIII - B.Horizonte - MG
d Pediatra e Mestre em Pediatria, Hospital da Previdência (IPSEMG).
e Professor Assistente de Pediatria / UFMG - B. Horizonte - MG.
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Abstract
Objective

To investigate epidemiological aspects of blood pressure (BP) levels, and the prevalence of arterial hypertension in a representative sample of the whole elementary and high school population of the city of Belo Horizonte (state of Minas Gerais, southeastern Brazil). To describe the blood pressure levels found and the prevalence of BP levels above the 90th and 95th percentiles in the first and second measurements. To evaluate prevalence using four different normality references separately to assess the impact of choice of reference. To study the frequency at which the students' blood pressure has been evaluated.

Methods

In an observational cross-sectional epidemiological study, we studied a sample of 1005 students, aged 6 to 18 year, randomized from an universe of 486,166 students from the 521 public and private elementary and high schools in the city. Each student was evaluated by means of a personal interview, anthropometric measurements, and two blood pressure measurements in a single visit and at a 10-minute interval.

Results

The systolic and diastolic blood pressure levels, by age and gender, were slightly lower than those described by the Task Force Report (1987) and by Rosner et al. (1993). The prevalence of BP levels (systolic or diastolic) over the 95th percentile were, according to the reference used: 8.7% - Task Force Report (1987); 5.5% - Rosner et al. (1993); 6.5% - Update on the Task Force Report (1996); and 9.8% - the 95th percentile from our own study. In the second measurement these prevalence rates dropped to 4.9%; 2.4%; 3.5% and 5.8%, respectively.

Conclusions

We present a detailed description (mean values and standard deviations, and the 90th, 95th and 99th percentiles by age and gender) of the BP levels found in both measurements. Mean values and upper percentiles found in this study are very close to those found in the American references, which validates the current use of these references in Brazil. The prevalence of 9.0% of BP levels above the 90th percentile in two measurements made at random hints at the number of children who should be monitored for hypertension, and reinforces the importance of routine evaluation of blood pressure at every pediatric examination.

Resumen
Objetivos

Estudar aspectos epidemiológicos dos níveis de pressão arterial e da prevalência de hipertensão arterial em uma amostra representativa de toda a população de estudantes do primeiro e segundo graus da cidade de Belo Horizonte. Descrever os níveis pressóricos encontrados e a prevalência de níveis de pressão arterial acima dos percentis 90 e 95 na primeira e na segunda medidas. Avaliar os níveis de prevalência utilizando separadamente diferentes referências de normalidade com o objetivo de avaliar o impacto da escolha da referência. Estudar a freqüência com que a pressão arterial dos estudantes tem sido avaliada.

Métodos

Em um estudo observacional em corte transversal foi estudada uma amostra de 1005 alunos entre 6 a 18 anos de idade, randomizada de um universo de 486.166 alunos de primeiro e segundo graus de todas as 521 escolas públicas e particulares da cidade de Belo Horizonte. Cada estudante foi avaliado através de uma entrevista pessoal, avaliação antropométrica e avaliação da pressão arterial em duas medidas, com intervalo mínimo de 10 minutos entre elas, em uma única visita.

Resultados

Os valores da pressão arterial sistólica e diastólica mostraram-se discretamente inferiores aos da referência da Task Force de 1987 e aos de Rosner et al. de 1993. A prevalência de níveis pressóricos (sistólicos ou diastólicos) superiores ao percentil 95 na primeira medida foi de 8,7% pela referência da Task Force de 1987; 5,5% pela referência proposta por Rosner et al. (1993); 6,5% usando as referências da Atualização do Task Force (1996) e de 9,8% usando como referência os níveis correspondentes aos percentis 95 do próprio estudo. Na segunda medida, estas prevalências caíram para 4,9%; 2,4%; 3,5% e 5,8% respectivamente.

Conclusões

É apresentada uma descrição detalhada (médias, desvios padrão, percentis 90, 95 e 99) dos níveis pressóricos encontrados nas duas medidas, por idade e sexo. Os valores das médias e dos níveis de percentis superiores encontrados neste estudo são próximos aos das referências norte-americanas, o que valida o uso atual dessas referências na prática diária no Brasil. A taxa de prevalência de 9,0% de níveis pressóricos acima do percentil 90 em duas medidas nos dá uma idéia do número de crianças que deveriam ser submetidas a uma abordagem específica da questão da hipertensão após um exame médico ao acaso e reforça a necessidade de o pediatra preocupar-se mais em medir rotineiramente a pressão arterial de seus pacientes.

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