To describe the epidemiological profile, risk factors and best strategies for diagnosing sudden infant death syndrome (SIDS) in a developing country.
MethodsPopulation-based, case-control study with children born between January 1st, 2001, and December 31st, 2003, in Porto Alegre, southern Brazil, who were allocated into three groups: SIDS cases (33), explained death controls (192), and living controls (192). Children in the latter two groups were age- and sex-paired with SIDS cases. Families in which an infant had died at home within the first year of life were identified, and the information available on death certificates and autopsy reports was compared to confirm the diagnosis of SIDS. Explained death controls consisted of infants who had died at city hospitals, and living controls were selected in the same neighborhood as SIDS cases. All parents were interviewed to obtain information on children's health and sleep habits. Multivariate analysis was performed to identify risk factors in the study population.
ResultsThe incidence of SIDS in the population assessed was 0.55/1,000 live births. The analysis revealed the following risk factors: ethnicity (characterized by self-reported black skin color), prematurity, low birth weight, adolescent mother, smoking during pregnancy, and family income of less than one minimum wage. Ninety-four percent of SIDS cases were misdiagnosed in the death certificate.
ConclusionsAlthough SIDS was misdiagnosed in official death certificates, the epidemiological profile is similar to the literature, as well as risk factors, which could be reduced with preventive campaigns. Investigating SIDS in developing countries requires special strategies to avoid misdiagnosis.
Descrever o perfil epidemiológico, os fatores de risco e as melhores estratégias para diagnosticar a síndrome da morte súbita do lactente (SMSL) em um país em desenvolvimento.
MétodosEstudo caso-controle populacional com crianças nascidas entre 01/01/2001 e 31/12/2003 em Porto Alegre (RS), divididas em três grupos: casos de SMSL (33) e controles - óbitos esclarecidos (192) e crianças vivas (192) -, que foram pareados por idade e sexo aos casos. As famílias com casos de lactentes menores de 1 ano que faleceram em casa foram identificadas, e as informações das certidões de óbito e autópsias foram comparadas para confirmar a SMSL. Os óbitos esclarecidos foram os ocorridos em hospitais, e os controles vivos foram selecionados na vizinhança dos casos de SMSL. Os pais foram entrevistados para obter informações sobre a saúde e os hábitos de sono da criança. Realizou-se uma análise multivariada para identificar fatores de risco na população estudada.
ResultadosA incidência da SMSL na população avaliada foi de 0,55/1.000 nascidos vivos. A análise revelou os seguintes fatores de risco: etnia (autorreferida como negra), prematuridade, baixo peso ao nascer, mãe adolescente, tabagismo na gravidez e renda familiar abaixo de um salário mínimo. Além disso, 94% dos casos de SMSL foram mal-diagnosticados na certidão de óbito.
ConclusõesEmbora a SMSL tenha sido mal-diagnosticada, seu perfil epidemiológico é semelhante ao da literatura, assim como os fatores de risco, que poderiam ser reduzidos com campanhas preventivas. Investigar a SMSL em países em desenvolvimento requer estratégias especiais para evitar erros de diagnóstico.