To report three cases of primary hypomagnesemia (PH) with secondary hypocalcemia in symptomatic infants, born to consanguineous parents, and to present Mg metabolic studies.
MethodsClassic metabolic balances of Mg were performed during three consecutive days, using carmin as fecal marker, with and without Mg supplementation.
ResultsThe patients (one male) presented, between 15 and 28 days old, with convulsions and persistent hypocalcemias, which could not be controlled with anticonvulsivants and/or intravenous calcium gluconate. After diagnostic was established the above symptoms and hypomagnesemia were controlled with Mg supplementation. Without supplements, mean daily balances were negative or below daily needs, showing final magnesemias lesser than 0.7 mEq/L and hypocalcemias about 3 mEq/L. The renal conservation test performed for six days after Mg repletion showed at the beginning of the study normal magnesemias (1.4 to 1.5 mEq/L) decreasing to 0.7 or 0.8 mEq/L in the first 24 hours, indicating absence of response from the body stores. Mg total renal excretion was smaller than 1 mEq, during six consecutive days, indicating adequate renal Mg reabsorption. Intestinal absorption of Mg varied from 6 to 15% of intake. With Mg supplementation, daily balances were positive, correcting progressively the serum Ca and Mg . The intestinal absorption was greater than 22% of intake in this situation. In pacient LPCJ, urinary excretion was 35% of the administered dosis, confirming Mg depletion.
ConclusionsBesides confirming specific intestinal malabsorption of Mg, adequate renal conservation and an homeostatic extracellular defect of Mg were observed, probably caused by an incapacity of mobilization of Mg from tissue reserves.
Relatar três casos de lactentes sintomáticos portadores de hipomagnesemia primária (HP) com hipocalcemia secundária, filhos de pais consangüíneos, nos quais foram efetuados estudos metabólicos de Mg.
MétodosForam efetuados balanços metabólicos de Mg, com marcação fecal pelo carmim (técnica clássica), durante três dias consecutivos, com e sem suplementação de Mg.
ResultadosOs três pacientes, sendo um do sexo masculino, entre os dias 15 e 28 de vida, apresentaram convulsões generalizadas e hipocalcemias persistentes, as quais não puderam ser controladas por anticonvulsivantes e/ou cálcio endovenoso, mas foram controladas, somente, com suplementação de Mg. Sem suplementação oral de Mg, os balanços foram negativos, ou com retenções muito abaixo das necessidades. As magnesemias foram menores que 0,7 mEq/L e as calcemias, ao redor de 3 mEq/L. O teste de conservação renal, efetuado por seis dias consecutivos, após a repleção de Mg, mostrou magnesemias séricas inicialmente normais (1,4 a 1,5 mEq/L), caindo, nas primeiras 24 horas para 0,7 a 0,8 mEq/L, indicando falta de resposta dos estoques. A excreção renal total de Mg esteve abaixo de 1 mEq, indicando boa reabsorção renal de Mg. A absorção intestinal de Mg variou de 6 a 15% da ingestão. Quando receberam a suplementação oral de Mg, os balanços foram positivos, corrigindo-se, progressivamente, as concentrações séricas de Mg e Ca. Nessa situação, a absorção intestinal foi maior que 22%.No paciente descrito com mais detalhes (LPCJ), a excreção urinária foi apenas 35% do total administrado, confirmando o estado de depleção de Mg.
ConclusõesAlém de confirmar a má absorção intestinal específica de Mg, constataram-se adequada conservação renal e um defeito de homeostasia extracelular do Mg, provavelmente por falta de mobilização do Mg das reservas tissulares.