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Vol. 81. Núm. 02.
Páginas 111-117 (março - abril 2005)
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Limitação de suporte de vida em três unidades de terapia intensiva pediátrica do sul do Brasil
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Patrícia M. Lagoa, Jefferson P. Pivab, Délio J. Kipperc, Pedro Celiny Ramos Garciad, Cristiane Prettoe, Mateus Giongof, Ricardo Garcia Brancog, Fernanda Buenoh, Cristiane Traiberi, Taisa Araújoj, Daniela Wortmannk, Graziele Librelatol, Deise Soardim
a Pediatra Intensivista da UTI pediátrica do Hospital de Clínicas de Porto Alegre. Mestranda do Curso de Pós-graduação em Pediatria da Faculdade de Medicina da Pontifícia Universidade Católica do RS (PUCRS).
b Professor adjunto, Departamento de Pediatra, Faculdade de Medicina, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS) e Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Chefe associado da UTI pediátrica, Hospital São Lucas, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), Porto Alegre, RS.
c Professor adjunto, Departamento de Pediatra, Faculdade de Medicina, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS). Chefe associado da UTI pediátrica, Hospital São Lucas, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), Porto Alegre, RS.
d Professor adjunto, Departamento de Pediatra, Faculdade de Medicina, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS). Chefe associado da UTI pediátrica, Hospital São Lucas, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), Porto Alegre, RS.
e Residente de Pediatria, UTI pediátrica, Hospital São Lucas, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), Porto Alegre, RS.
f Residente de Pediatria, UTI pediátrica, Hospital São Lucas, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), Porto Alegre, RS.
g Médico residente do Serviço de Terapia Intensiva e Emergência Pediátrica do Hospital São Lucas da PUCRS.
h Residentes de Pediatria, UTI pediátrica, Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA), Porto Alegre, RS.
i Residente de Pediatria, UTI pediátrica, Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA), Porto Alegre, RS.
j Residente de Pediatria, UTI pediátrica, Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA), Porto Alegre, RS.
k Residente de Pediatria, UTI pediátrica, Hospital da Criança Santo Antônio, Porto Alegre, RS.
l Residente de Pediatria, UTI pediátrica, Hospital da Criança Santo Antônio, Porto Alegre, RS.
m Residente de Pediatria, UTI pediátrica, Hospital da Criança Santo Antônio, Porto Alegre, RS.
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Abstract
Objective

To describe causes of death and factors involved in the decision-making process related to life support limitation at three university-affiliated pediatric intensive care units in the south of Brazil.

Methods

A retrospective study was conducted, based on a review of the medical records of all deaths occurring during 2002 at three pediatric intensive care units in Porto Alegre. Three previously trained pediatric fellows from each service performed the study. Data were assessed relating to general case characteristics, causes of death (failed cardiopulmonary resuscitation, brain death, do-not-resuscitate orders, withholding or withdrawing life-sustaining treatment - the last three modes were classified as the life support limitation group), length of stay in hospital, end-of-life plans and the participation of patients' families and Ethics Committees. The Student t test, Mann Whitney, chi-square, odds ratio and multivariate analyses were used for comparisons.

Results

Close to 53.3% of fatal cases had received full cardiopulmonary resuscitation. The incidence of life support limitation was 36%, with statistical differences (p = 0.014) between the three hospitals (25 versus 54.3 and 45.5%, respectively). The most frequent form of life support limitation was a do-not-resuscitate order (70%). Life support limitation was associated with the presence of chronic disease (odds ratio = 8.2; 95%CI 3.2-21.3) and length stay in the pediatric intensive care unit (odds ratio = 4.4; 95%CI 1.6-11.8). The rate of involvement of families and Ethics Committees in the decision-making process was lesser than 10%.

Conclusion

Cardiopulmonary resuscitation is offered more frequently than is observed in northern countries. In contrast, life support limitation is offered through do-not-resuscitate orders. These findings and the low participation of the families in the decision-making process reflect the difficulties to be overcome by those professionals who are responsible for handling critically ill children in southern Brazil.

Resumen
Objetivos

Avaliar os modos de morte e fatores associados à limitação de suporte de vida em três unidades de terapia intensiva pediátrica do sul do Brasil.

Método

Estudo transversal e retrospectivo em que foram revisados todos os óbitos ocorridos em 2002 em três unidades de terapia intensiva pediátrica de referência de Porto Alegre por uma equipe de pesquisadores treinados para esse fim. Foram avaliadas as características gerais, o modo de morte (ressuscitação cardiopulmonar, morte encefálica, ordem de não reanimar, não oferta e retirada de suporte vital - esses três últimos agrupados em limitação de suporte de vida), o tempo de internação - hospitalar e na unidade de terapia intensiva pediátrica -, o plano de final de vida e a participação da família nessa decisão. Para as comparações, foram utilizados o teste t de Student, Mann Whitney, qui-quadrado, odds ratio e análise multivariada.

Resultados

Aproximadamente 53,3% dos óbitos receberam ressuscitação cardiopulmonar. A incidência de limitação de suporte de vida foi de 36,1%, havendo diferença significativa (p = 0,014) entre os hospitais (25 versus 54,3 e 45,5%). A forma de limitação de suporte de vida mais freqüente foi "ordem de não reanimar" (70%). Observou-se associação entre limitação de suporte de vida com presença de doença crônica (odds ratio = 8,2; IC95% = 3,2-21,3) e tempo de internação na unidade de terapia intensiva pediátrica ≥ 24h (odds ratio = 4,4; IC95% = 1,6-11,8). A participação da família e dos comitês de ética no plano de final de vida foi inferior a 10%.

Conclusões

A ressuscitação cardiopulmonar ainda é oferecida em uma freqüência maior do que a descrita nos países do hemisfério norte, enquanto que a limitação de suporte vital é realizada preferentemente através da ordem de não reanimar. Esses achados e a pequena participação da família refletem dificuldades em relação às decisões de final de vida enfrentadas por intensivistas do sul do Brasil.

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