To investigate the incidence and prevalence of epilepsy and seizure disorders during childhood, and their relationship to selected social determinants.
MethodsPopulation-based birth cohort study, with children born between January 1st and December 31st, 2003 in the city of Passo Fundo (RS), Brazil. Data was prospectively collected in two stages. In the first one, the Questionnaire of Neurologic Tracking for Epilepsy (QNT-E) was applied at the children's homes, together with the assessment of social determinants of health. Constructs of social position (economical class, mother's educational level, marital status and occupation), biological and behavioral factors (alcohol and tobacco consumption during pregnancy, number of prenatal appointments, and use of medicines during pregnancy), and psychosocial factors (religious meetings attendance) were analyzed. In the second stage, children with a positive QNT-E were submitted to neuroclinical assessment for diagnostic confirmation.
ResultsEleven cases of epilepsy, 27 of febrile seizures, 10 of neonatal seizures, 8 of single seizures, besides 26 patients with non-epileptic paroxysmal events, were identified. The incidence rate of epilepsy was 7/100,000 children and the prevalence 65.2/10,000 children. Nine children had active epilepsy, giving a point prevalence of 53.3/10,000 children. After multivariate analysis, no social determinants could be significantly related to epilepsy.
ConclusionsIn this study, a low incidence rate of epilepsy was reported in contrast to almost a double incidence of febrile seizures and non-epileptic paroxysmal events. Moreover, the achievement of an accurate diagnosis of epilepsy in developing countries is still a challenge, in order to avoid misdiagnosis.
Investigar a incidência e prevalência de epilepsia e distúrbios convulsivos na infância e sua relação com os determinantes sociais escolhidos.
MétodosEstudo de coorte de nascimento de base populacional, com crianças nascidas entre 1/01 e 31/12/2003 na cidade de Passo Fundo (RS). Os dados foram coletados prospectivamente em duas etapas. Na primeira, foi aplicado o Questionário de Rastreamento Neurológico para Epilepsia (QRN-E) durante uma visita à casa das crianças, juntamente com a avaliação dos determinantes sociais da saúde. Foram analisados construtos de posição social (classe econômica, escolaridade, estado civil e ocupação da mãe), fatores biológicos e comportamentais (consumo de álcool, tabaco e medicamentos na gravidez, e consultas pré-natais) e fatores psicológicos (participação em cerimônias religiosas). Na segunda etapa, as crianças cujos QRN-E apresentaram resultado positivo foram submetidas a avaliação neuroclínica para confirmação do diagnóstico.
ResultadosForam identificados 11 casos de epilepsia, 27 de convulsões febris, 10 de convulsões neonatais, 8 de crise única, além de 26 pacientes com eventos paroxísticos não epilépticos. A incidência de epilepsia foi de 7/100.000 crianças, e a prevalência de 65,2/10.000 crianças. Nove crianças apresentaram epilepsia ativa, resultando em uma prevalência pontual de 53,3/10.000 crianças. Após análise multivariada, nenhum determinante social esteve significativamente relacionado à epilepsia.
ConclusõesNeste estudo, foi relatada uma baixa incidência de epilepsia, em contraste com a incidência de convulsões febris e eventos paroxísticos não epilépticos, que foi quase duas vezes maior. Além disso, a realização de um diagnóstico preciso de epilepsia ainda é um desafio nos países em desenvolvimento, a fim de se evitarem diagnósticos incorretos.