Descrever o impacto da vacina pneumocócica conjugada 10-valente na carga pediátrica de infecções pneumocócicas, transporte, substituição de sorotipos e resistência antimicrobiana no Brasil desde sua introdução, em 2010.
Fonte de dadosFoi realizada revisão narrativa de artigos em inglês, espanhol e português publicados em bases de dados on-line e em bases de dados de vigilância epidemiológica brasileiras. Foram utilizadas as seguintes palavras-chave: Streptococcus pneumoniae, doença pneumocócica, vacina conjugada, VPC10, resistência antimicrobiana e meningite.
Resumo dos achadosQuedas nas taxas de hospitalização por pneumonia de todas as causas ocorreram nas faixas etárias alvo e em algumas faixas etárias não alvo de vacinação logo após o uso da VPC10. Grandes estudos descritivos de meningite pneumocócica confirmada laboratorialmente e séries históricas hospitalares de crianças hospitalizadas com DPI evidenciaram impacto significante na carga da doença, nas taxas de mortalidade intra-hospitalar e na hospitalização na unidade de terapia intensiva antes e após a inclusão da vacina. Os dados de impacto na otite média são limitados e inconsistentes; o principal benefício continua sendo a prevenção de doenças com complicações. Durante os últimos anos pós-vacina, foi descrito aumento significante e progressivo de pneumococos não suscetíveis à penicilina de alto nível. Desde 2014, o sorotipo 19A tem sido o principal sorotipo em todas as idades e foi responsável por 28,2%-44,6% de todas as DPIs em crianças menores de 5 anos.
ConclusõesA VPC10 teve impacto significante na DPI no Brasil desde 2010, porém o progresso tem sido continuamente prejudicado pela substituição. As VPCs de espectro mais amplo poderiam fornecer proteção direta e indireta expandida contra o ST19A e outros sorotipos adicionais de importância crescente, se administrados às crianças no Programa Nacional de Imunização do Brasil.