To evaluate the diagnostic frequency of the various diseases associated with the development of hematuria in children, in a pediatric nephrology unit pertaining to a university hospital.
MethodsThe clinical records of 128 children (70 male, 50 female) who presented intermittent/persistent macroscopic hematuria or persistent microscopic hematuria as the chief clinical complaint/finding, in the period of 1978-1995, were retrospectively analyzed. This evaluation was performed with special attention to the patient's clinical history, physical examination, personal and family morbid history information. Patients whose investigation was not complete were not considered for analysis. The mean age on presentation was 8.2 years (5 months - 16 years) and the mean period of observation was 3.2 years (1 month-15 years).
ResultsMacroscopic hematuria occurred in 104 patients and persistent microscopic hematuria was present in 24 patients. Urinary metabolic disturbances and urinary lithiasis, alone or in association, were diagnosed in the majority of the patients (65.5%). Hypercalciuria was the urinary metabolic disturbance (90.1%) mostly detected, either alone (73.2%) or in association with hyperuricosuria (16.9%). A positive family history of lithiasis was reported in 32.1% of the patients in which the diagnosis of lithiasis/urinary metabolic disturbance was confirmed. Glomerulopathies were diagnosed in 25% of the patients, with the predominance of post-infectious acute glomerulonephritis (11 patients, 34%). In 6 children, the etiology of hematuria was not elucidated, despite extensive investigation, including renal biopsy.
ConclusionThe authors present an algorithm for the diagnosis of hematuria in children and suggest that in cases of isolated hematuria, presenting without clinical clues to the possible etiology, laboratory investigation should be started with the evaluation of urinary metabolic disturbances / lithiasis.
Avaliar a freqüência diagnóstica dos vários distúrbios causadores de hematúria na criança em um serviço universitário de Nefrologia Pediátrica.
MétodosForam analisados retrospectivamente os prontuários de 128 crianças, 78 do sexo masculino e 50 do sexo feminino, que apresentavam como queixa / achado principal de hematúria macroscópica persistente e/ou recorrente ou hematúria microscópica persistente, no período de 1978 a 1995. A análise foi realizada com especial atenção a dados de história, exame físico e antecedentes pessoais e familiares. A idade média à 1ª avaliação foi de 8,2 anos (5 meses a 16 anos), o período médio de seguimento de 3,2 anos (1 mês a 15 anos). Foram excluídos casos que abandonaram o seguimento antes da investigação etiológica.
ResultadosHematúria macroscópica ocorreu em 104 pacientes e microscópica persistente em 24 crianças. Entre os diagnósticos etiológicos firmados predominaram os distúrbios metabólicos e a litíase das vias urinárias, isoladas ou em associação (total de 65,5% dos casos). Hipercalciúria foi o distúrbio metabólico predominante (90,1%), isoladamente (73,2%) ou em associação com hiperuricosúria (16,9%). Antecedentes familiares positivos para litíase foram encontrados em 32,1% dos casos diagnosticados como portadores de litíase e/ ou distúrbios metabólicos urinários. Glomerulopatias foram diagnosticadas em 25% dos casos, com predomínio de glomerulonefrite aguda em 11 (34,5%). Em seis crianças (4,7% dos casos), apesar de intensa e exaustiva investigação incluindo biópsia renal, a causa da hematúria não foi elucidada.
ConclusãoOs autores apresentam algoritmo para o diagnóstico de hematúria na criança. E sugerem iniciar a investigação, pelos distúrbios metabólicos, quando não houver dados de anamnese que possam direcionar a pesquisa.