Compartilhar
Informação da revista
Vol. 94. Núm. 2.
Páginas 104-122 (março - abril 2018)
Compartilhar
Compartilhar
Baixar PDF
Mais opções do artigo
Visitas
4474
Vol. 94. Núm. 2.
Páginas 104-122 (março - abril 2018)
Artigo de revisão
Open Access
Factors associated with breastfeeding maintenance for 12 months or more: a systematic review
Fatores associados à manutenção da amamentação por 12 meses ou mais: revisão sistemática
Visitas
4474
Géssica S. Santanaa,
Autor para correspondência
gessicassantana@hotmail.com

Autor para correspondência.
, Elsa Regina J. Giuglianib, Tatiana de O. Vieiraa, Graciete O. Vieiraa
a Universidade Estadual de Feira de Santana, Feira de Santana, BA, Brasil
b Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Faculdade de Medicina, Departamento de Pediatria, Porto Alegre, RS, Brasil
Este item recebeu

Under a Creative Commons license
Informação do artigo
Resume
Texto Completo
Bibliografia
Baixar PDF
Estatísticas
Figuras (2)
Tabelas (1)
Tabela 1. Características principais dos estudos selecionados para a revisão sistemática sobre fatores associados à manutenção da amamentação por ≥ 12 meses por ordem decrescente de ano de publicação
Abstract
Objective

Synthesize the information about the factors associated with maintenance of breastfeeding for 12 months or more.

Data source

A systematic review was conducted in the Pubmed/Medline, Scielo, and Lilacs databases, including articles published in Portuguese or English since 2004 on the factors associated with breastfeeding maintenance for at least 12 months; review articles and those with qualitative design were excluded. The factors were organized into four levels, according to the chronological proximity to the outcome: distal, distal intermediate, proximal intermediate, and proximal; nationality and place/area of residence were considered contextual factors.

Summary of data

1,174 articles were identified, of which 19 were included in this review, comprising seven cohort studies and 12 cross‐sectional studies. A total of 39 of the 75 assessed factors were associated with the outcome at least once. The factors with the highest percentages of associations with maintenance of breastfeeding for 12 months or more, considering the number of times they were tested were: children whose parents are the caregivers (100%), some type of maternal exposure to smoke (54%), children and/or parents are immigrants/foreigners (50%), live in urban areas (42.9%), older maternal age (40%), married women (37.5%), higher level of maternal education (31.3%), greater parity (30.8%),and lower income (30%).

Conclusions

The maintenance of breastfeeding for 12 months or more is associated with multiple factors, emphasizing the contextual factors and those related to some maternal sociodemographic characteristics. Associations differ in effect and magnitude between the different populations studied.

Keywords:
Review
Breast feeding
Epidemiologic factors
Resumo
Objetivo

Sintetizar as informações sobre os fatores associados à manutenção da amamentação por 12 meses ou mais.

Fontes de dados

Foi conduzida revisão sistemática nas bases de dados Pubmed/Medline, Scielo e Lilacs, inclusive artigos publicados em língua portuguesa ou inglesa desde 2004 sobre fatores associados à amamentação por, no mínimo, 12 meses. Excluíram‐se artigos de revisão e com delineamento qualitativo. Os fatores foram organizados em quatro níveis de acordo com a proximidade cronológica com o desfecho: distal, intermediário distal, intermediário proximal e proximal; nacionalidade e local/área de residência foram considerados fatores contextuais.

Síntese dos dados

Identificaram‐se 1.174 artigos, dos quais 19 foram selecionados para revisão, sete estudos de coorte e 12 transversais. Dos 75 fatores explorados, 39 mostraram‐se associados ao desfecho ao menos uma vez. Os fatores com os maiores percentuais de associações com a manutenção da amamentação por 12 meses ou mais, considerando o número de vezes que foram testados, foram: filhos terem os pais como cuidadores (100%), algum tipo de exposição materna ao fumo (54%), crianças e/ou pais serem imigrantes/estrangeiros (50%), morar em zona urbana (42,9%), maior idade materna (40%), mãe ser casada (37,5%), maior escolaridade materna (31,3%), maior número de filhos (30,8%) e menor renda familiar (30%).

Conclusões

A manutenção da amamentação por 12 meses ou mais está associada a múltiplos fatores, com destaque para os fatores contextuais e os relacionados a algumas características sociodemográficas das mães. As associações diferem em efeito e magnitude entre as diferentes populações estudadas.

Palavras‐chave:
Revisão
Aleitamento materno
Fatores epidemiológicos
Texto Completo
Introdução

A Organização Mundial de Saúde recomenda aleitamento materno (AM) continuado por dois anos ou mais,1 com base no impacto positivo que a amamentação tem na saúde da criança e da mulher que amamenta, além do impacto econômico.2,3 Evidências científicas comprovam o efeito dose‐resposta da amamentação, sobretudo contra a morbimortalidade por doenças infecciosas4,5 e sobrepeso e obesidade,6–9 e a favor do desenvolvimento orofacial10,11 e quociente de inteligência.3,12–14

Apesar da recomendação da Organização Mundial de Saúde, a manutenção do aleitamento materno além do primeiro ano de vida da criança é praticada por poucas mulheres, é mais comum nos países de baixa renda, onde a prevalência de AM aos 12 meses e 24 meses é maior do que 90% e 60%, respectivamente.4 Na maioria das populações de alta renda, essa prevalência é inferior a 20%, com diferenças importantes entre os países, a exemplo da Noruega (38%), dos Estados Unidos (27%), da Suécia (16%) e da Inglaterra (< 1%).4 No Brasil, apesar do expressivo avanço nos indicadores de AM, a partir da década de 1980, menos da metade das crianças entre 12 e 14 meses e em torno de 1/3 das com 21 a 23 meses é amamentada.15,16

Têm sido bastante explorados os determinantes do desmame precoce.17–19 No entanto, pouco se sabe sobre os fatores associados à amamentação continuada para além dos 12 meses. Um estudo brasileiro constatou que, diferentemente do que é relatado para o desmame precoce, em que a presença do pai da criança no lar foi fator de proteção do AM,20,21 a coabitação com marido/companheiro foi fator de risco para a manutenção da amamentação por dois anos ou mais.22 Essa discrepância levanta a suspeita de que alguns fatores envolvidos na continuidade da amamentação por um período maior diferem daqueles associados ao desmame precoce. A presente revisão tem como objetivo reunir as evidências disponíveis para ampliar o conhecimento acerca dos fatores envolvidos na manutenção da amamentação por 12 meses ou mais, organizar os fatores hierarquicamente, de acordo com a sua proximidade com o desfecho. Os resultados aqui apresentados podem nortear futuras investigações sobre o AM continuado, além de auxiliar no estabelecimento de medidas que favoreçam a maior duração da amamentação.

Metodologia

Revisão sistemática em que foi usado protocolo pré‐estabelecido para busca, seleção e coleta de dados, adaptado às recomendações da diretriz Preferred Reporting Items for Sistematic Reviews (Prisma) para estudos de metanálise e revisão sistemática.23 Como são poucos os estudos que abordam a continuidade da amamentação por dois anos ou mais, optou‐se por estudar essa prática por 12 meses ou mais.

Foram consultadas as bases de dados Pubmed/Medline, Scielo e Lilacs, usaram‐se os seguintes termos de pesquisa, com base nos Descritores em Ciências e Saúde e Medical Subject Headings (MeSH): aleitamento materno, amamentação, breast feeding, breast milk, human milk, duração, duration, 12 meses, 12 months, 24 meses, 24 months, primeiro ano, first year, segundo ano, second year, prolong*/$, sustain*/$, exten*/$, continu*/$, long‐t*/$, factor*/$, determ*/$ e predict*/$. Os termos foram combinados através dos operadores booleanos AND, NOT e AND NOT; os símbolos (*) e ($) foram usados para complementar as palavras pesquisadas de acordo com o seu radical, variaram de acordo com a base de dados usada. Os termos revisão, review, gestantes, pregnant woman, pregnancy, gestation, desnutrição, malnutrition foram incorporados aos termos de busca com o objetivo de facilitar a exclusão de publicações que não preenchiam os critérios para a presente revisão.

Foram selecionados artigos que abordam fatores associados à amamentação, que tiveram como desfecho a continuidade do AM por, no mínimo, 12 meses, publicados entre janeiro de 2004 e março de 2016 e escritos no idioma português ou inglês. Não houve restrições quanto ao local do estudo, tipo de população, delineamento e à qualidade do estudo. Foram excluídos artigos de revisão (sistemática ou não) e estudos qualitativos.

Dois revisores independentes fizeram as buscas e avaliaram os artigos a partir da leitura de seus títulos, resumos e do artigo completo quando considerado potencialmente elegível. A inclusão dos artigos e a extração dos dados foram feitas também de forma independente, os resultados foram comparados e as discordâncias solucionadas por consenso entre os dois revisores. Em caso de não concordância entre os pares, um terceiro revisor foi consultado.

A qualidade das evidências foi avaliada segundo critérios adaptados de Parry et al. e Taylor et al.24,25 Tais critérios levam em consideração: tipo de estudo (validade interna), resumo estruturado, introdução com embasamento científico e explicação lógica, método de recrutamento da população, seleção de amostragem pré‐definida, informação sobre os instrumentos de coleta de dados, informação sobre a taxa de não resposta, treinamento dos entrevistadores, método de medida de resultados claramente definidos, análise estatística, interpretação dos resultados, hipótese do estudo e possíveis vieses considerados, interpretação dos resultados no contexto das evidências atuais e generalização. A pontuação máxima possível, segundo esse critério, é de 30.

Uma vez identificados os fatores testados para a associação com a manutenção da amamentação por 12 meses ou mais, eles foram organizados segundo modelo teórico hierarquizado proposto por Boccolini et al.,26 disposto em quatro níveis de acordo com a proximidade cronológica das variáveis com o desfecho. O nível 1 ou distal agrupou as características anteriores à gestação: socioeconômicas e demográficas maternas, familiares e/ou domiciliares; o nível 2 ou intermediário distal reuniu a atenção pré‐natal e eventos ocorridos durante a gestação; o nível 3 ou intermediário proximal compreendeu as características da atenção ao parto, pós‐parto imediato e do recém‐nascido, além de eventos ocorridos entre o parto e a alta hospitalar; e o nível 4 ou proximal agregou as características das mulheres e dos lactentes referentes às variáveis ocorridas após a alta hospitalar, inclusive a alimentação da criança. As variáveis que se referiam à nacionalidade, local de residência (região, município, distrito, bairro) e área de residência (urbana/rural, favela/não favela, interior/capital) foram classificadas como fatores contextuais, ou seja, características relativas ao contexto social, econômico e demográfico, compartilhadas pelas nutrizes, e que podem influenciar na duração do AM.26

Resultados

Foram identificados 1.174 artigos potencialmente relevantes para a revisão (Medline n = 833, Lilacs n = 161, Scielo n = 177 e três buscados manualmente, ou seja, identificados por meio da lista de citações de artigos de publicações captadas pela busca nas bases de dados), dos quais 272 foram selecionados para a leitura dos resumos. Após a leitura desses, foram selecionados 95 artigos para a leitura na íntegra; entre esses, 19 preenchiam os critérios de inclusão e foram selecionados para fazer parte da revisão. A figura 1 apresenta o fluxo de inclusão e exclusão dos artigos e o tabela 1 sintetiza as principais características e resultados dos 19 estudos.

Figura 1.

Diagrama de fluxo de inclusão e exclusão de estudos para a revisão sistemática sobre fatores associados à manutenção da amamentação por ≥ 12 meses.12

(0.33MB).
Tabela 1.

Características principais dos estudos selecionados para a revisão sistemática sobre fatores associados à manutenção da amamentação por ≥ 12 meses por ordem decrescente de ano de publicação

1° autor, ano de publicação, país do estudo  Delineamento  População/amostra (n° de pares mães‐bebês avaliados)  Análise multivariável  Desfecho  Fatores associados ao desfecho (medida de associação/ IC95%/ p‐valor)a  Fatores não associados ao desfecho  Escore da qualidade da evidênciab 
Laterra A, 2014, Haiti39  Transversal  Mães com idade ≥ 18 anos e crianças com idade ≤ 2 anos provenientes de quatro departamentos (divisões administrativas) haitianos / 310  Sim  AM 20‐24 meses  Nenhum  Área de residência (urbana ou rural)
Região de residência
Idade materna
Paridade
Escolaridade materna
Renda familiar anual
Local do último parto
Parto assistido por profissional de saúde
Trabalho materno
Carga horária de trabalho materno fora do lar
Idade da criança mais jovem 
19 
Yalçin SS, 2014, Turquia42  Transversal de base populacional  Crianças de 12 a 35 meses de idade que moravam com suas mães / 1.666  Sim  AM ≥ 12 meses  Idade materna 30‐34 anos ao nascimento da criança (ORa = 1,94; IC95% 1,13‐3,32) quando comparadas com mães < 19 anos
Maior ordem de nascimento (≥ 5°) da criança associado à maior intervalo entre os partos (≥ 24 meses) (ORa = 2,20; IC95% 1,30‐3,72)
Casamento com cerimônia religiosa (ORa = 2,54; IC95% 1,06‐6,07)
Exposição materna passiva ao tabaco (ORa = 0,73; IC95% 0,56‐0,95) quando comparada com mães não fumantes
Mãe fumar (ORa = 0,61; IC95% 0,45‐0,83) quando comparada com mães não fumantes
Mãe estar com sobrepeso (IMC 25‐29,9 kg/m2) (ORa = 1,31; IC95% 1,02‐1,68)
Não usar método contraceptivo (ORa = 0,52; IC95% 0,37‐0,71) quando comparados com os métodos tradicionais
Usar métodos contraceptivos modernos não hormonais (ORa = 0,59; IC95% 0,45‐0,77) quando comparados com os métodos tradicionais
Usar contraceptivos hormonais (ORa = 0,47; IC95% 0,30‐0,75) quando comparados com os métodos tradicionais
Criança usar mamadeira (ORa = 0,36; IC95% 0,29‐0,45)
Criança em aleitamento exclusivo nos três primeiros dias de vida (ORa = 1,45; IC95% 1,16‐1,82) 
Local de residência
Região de residência
Ordem de nascimento
Intervalo de nascimento
Família com seis integrantes ou mais
Escolaridade materna
Ter dote no casamento
Constituição familiar
Idade paterna
Escolaridade paterna
Renda familiar
Ter plano de saúde
Número de consultas pré‐natais
Tipo de parto
Local de parto
Início da amamentação na primeira hora de vida
Peso ao nascer
Sexo da criança
Trabalho materno
Idade da criança (12 a 23 meses versus 24 a 36 meses)
Peso/idade da criança
Altura/idade da criança
Peso/altura da criança
IMC/idade da criança 
20 
Hure AJ, 2013, Austrália40  Coorte de base populacional  Mães de 30 a 36 anos / 9.773  Não  AM ≥ 12 meses e ≥ 24 meses  Desfecho ≥ 12 meses:
Maior idade materna no parto (p < 0,01)
Maior ordem de nascimento da criança (p < 0,01)
Maior escolaridade materna (p < 0,01)
Mãe ser casada (p < 0,01)
Criança a termo e/ou com peso adequado ao nascimento (p < 0,01)
Menor nível de preocupação materna relacionada a dinheiro (p < 0,01)

Desfecho ≥ 24 meses:
Maior idade materna no parto (p < 0,01)
Maior ordem de nascimento da criança (p < 0,01)
Maior escolaridade materna (p < 0,01)
Mãe ser solteira (p < 0,01) 
Local de residência  23 
dos S Neto ET, 2013, Brasil29  Coorte  Crianças e mães residentes em duas áreas com cobertura da Estratégia de Saúde da Família pelo Sistema Único de Saúde no município de Vitória, ES / 67  Sim  AM ≥ 12 meses  Maior idade materna (> 35 anos) (p = 0,002)
Não iniciar sucção de chupeta no 1° mês de vida (p = 0,005)
Não iniciar aleitamento artificial no 1° mês de vida (p = 0,01) 
Número de filhos nascidos vivos
Número de irmãos de uma mesma mãe
Número de crianças menores de cinco anos na casa
Intervalo interpartal
Número de pessoas que habitam a mesma residência
Escolaridade materna
Situação conjugal da mãe
Estabilidade conjugal
Trabalho paterno
Renda familiar mensal
Acabamento da casa
Número de cômodos da casa
Trabalho materno
Criança iniciar o uso de chupeta antes do terceiro mês de vida
Criança iniciar o uso de chupeta antes do sexto mês de vida
Criança usar mamadeira
Criança usar aleitamento artificial antes do sexto mês de vida 
17 
Al‐Kohji S, 2012, Catar38  Transversal  Mães árabes e crianças menores de 24 meses que frequentavam Centro de Saúde de Atenção Primária / 770  Não  AM ≥ 12 meses  Nenhum  Nacionalidade
Idade materna
Paridade
Escolaridade materna
Renda familiar mensal
Receber orientação sobre alimentação da criança durante o acompanhamento pré‐natal
Mãe receber anúncios de substitutos do leite materno no pré‐natal
Tipo de parto
Local de parto (tipo de financiamento hospitalar)
Alojamento conjunto
Facilidade de acesso a suporte para problemas alimentares depois do parto
Mãe receber anúncios de substitutos do leite materno antes da alta hospitalar
Significado de amamentação exclusiva para as mães
Opinião materna sobre a posição apropriada para amamentar
Sexo da criança
Trabalho materno
Método de alimentação planejado para a criança
Amamentação em livre demanda 
20 
Bertino E, 2012, Itália34  Coorte  Crianças nascidas em um hospital de Turim, e suas mães / 562  Sim  AM ≥ 12 meses  Elevado escore da atitude materna com relação à amamentação (mães favoráveis à amamentação em comparação com as favoráveis ao uso de fórmulas na alimentação da criança) (p = 0,003)  Nacionalidade materna
Paridade
Escolaridade materna
Tipo de parto
Prática do alojamento conjunto
Situação empregatícia materna
Tabagismo materno antes da gestação
Tabagismo materno durante a gestação
Tabagismo paterno durante a gestação
IMC materno
Criança usar chupeta 
16 
Langellier BA, 2012, Estados Unidos21  Transversal  Mães e crianças participantes do WIC (Special Supplemental Nutrition Program for Woman, Infants and Children) / 4.725  Sim  AM ≥ 12 ou ≥ 24 meses  Desfecho 12 meses:
Mãe estrangeira (ORa = 1,86; IC95% 1,41‐2,43)
Entrevista feita em espanhol (ORa = 1,50; IC95% 1,14‐1,47)
Mãe ter intenção de amamentar (ORa = 2,80; IC95% 2,05‐3,8)
Amamentação não exclusiva na maternidade (ORa = 3,52; IC95% 2,75‐4,51) quando comparada com a não amamentação
Amamentação exclusiva na maternidade (ORa = 8,04; IC95% 6,17‐10,49) quando comparada com a não amamentação
Mãe residir com o pai da criança (ORa = 1,31; IC95% 1,06‐1,61)
Retorno da mãe ao trabalho até três meses pós‐parto (ORa = 0,63; IC95% 0,45‐0,8)

Desfecho > 24 meses:
Entrevista feita em espanhol (ORa = 1,89; IC95% 1,10‐3,25)
Mãe ter intenção de amamentar (ORa = 2,07; IC95% 1,15‐3,75)
Amamentação não exclusiva na maternidade (ORa = 2,72; IC95% 1,64‐4,50) quando comparada com a não amamentação
Amamentação exclusiva na maternidade (ORa = 5,72; IC95% 3,44‐9,52) quando comparada com a não amamentação
Retorno da mãe ao trabalho até três meses pós‐parto (ORa = 0,49; IC95% 0,28‐0,88) 
Idade materna
Escolaridade materna
Etnia materna
Criança receber leite artificial no hospital
Inscrição no programa de suplementação alimentar para mães e crianças (WIC)
Sexo da criança
Idade da criança 
17 
Martins EJ, 2012, Brasil22  Coorte  Crianças nascidas em um hospital de Porto Alegre, RS e suas mães / 151  Sim  AM ≥ 24 meses  Mãe coabitar com o pai da criança (ORa = 0,61; IC95% 0,37‐0,99)
Permanência da mãe em casa com a criança nos primeiros seis meses de vida (ORa = 2,13; IC95% 1,12‐4,05)
Criança não usar chupeta (ORa = 2,45; IC95% 1,58‐3,81)
Postergar a introdução de água e/ou chás na alimentação da criança (ORa = 1,005; IC95% 1,001‐1,009)
Postergar a introdução de outros leites na alimentação da criança (ORa = 1,001; IC95% 1,001‐1,002) 
Idade materna
Paridade
Escolaridade da mãe
Cor da mãe
Tempo de amamentação de filhos anteriores
Receber orientação sobre AM no acompanhamento pré‐natal
Número de consultas pré‐natais
Tipo de parto
Criança receber fórmula na maternidade
Sexo da criança
Mãe morar com a sogra
Fumo materno na gestação
Idade em que a criança começou a receber alimentos sólidos/semissólidos 
16 
Senarath U, 2012, Sri Lanka36  Transversal  Mães de 15 a 49 anos com filhos de até 24 meses de idade / 2.735  Sim  AM ≥ 12 meses  Morar em zona rural comparado a zona das propriedades de produção de chá (p < 0,01)
Não residir na província Central comparada à província Oeste (p = 0,01)
Parto vaginal (p < 0,01)
Receber pelo menos uma visita domiciliar de agentes de saúde no pós‐parto (p = 0,01) 
Idade materna
Ordem de nascimento da criança
Intervalo de nascimento entre os dois últimos partos
Escolaridade materna
Estado civil materno
Escolaridade paterna
Renda familiar
Número de consultas pré‐natais em clínicas
Receber visitas domiciliares de agentes de saúde na gestação
Local do parto
Peso ao nascer
Sexo da criança
Trabalho materno
IMC materno
Participação materna nas decisões familiares 
16 
Demétrio F, 2012, Brasil27  Coorte  Crianças nascidas nas maternidades públicas dos municípios de Laje e Mutuípe, BA / 531  Sim  AM ≥ 24 meses  Residir em área rural (p < 0,05)
Mãe fazer o pré‐natal (p < 0,05) 
Idade materna
Escolaridade materna
Cor de pele
Índice de condição de moradia
Tipo de parto
Peso ao nascer
Sexo da criança
Tempo de gestação
Trabalho materno fora do domicílio após o parto
Altura máxima da mãe
Estado antropométrico materno pré‐gestacional
Estado antropométrico materno pós‐gestacional 
17 
Carletti C, 2011, Itália35  Coorte  Crianças nascidas em um hospital de Trieste e suas mães / 93  Sim  AM ≥ 12 meses  Idade materna 30‐34 anos comparada com mães com idade > 34 anos (p = 0,026)  Nacionalidade materna
Paridade
Escolaridade materna
Estado civil materno
Duração da amamentação prévia
Tipo de parto
Admissão hospitalar da criança após o parto
Peso ao nascer da criança
Comprimento ao nascer da criança
Idade gestacional
Icterícia ao nascer da criança
Dificuldade respiratória ao nascer da criança
Trabalho materno
Retorno materno ao trabalho 
16 
Kristiansen AL, 2010, Noruega32  Coorte de base populacional  Todas as crianças nascidas na Noruega no período de 17 de abril a 8 de maio de 2006 / 1.490  Sim  AM ≥ 12 meses  Maior idade materna (25 a 34 anos: ORa = 1,99; IC95% 1,13‐3,50 / ≥ 35 anos: ORa = 2,40; IC95% 1,30‐4,44) comparadas com as mães ≤ 24 anos
Mãe do segundo filho (ORa = 0,75; IC95% 0,57‐0,97)
Maior escolaridade materna (ensino superior ≤ 4 anos: ORa = 2,33; IC95% 1,17‐4,65 / ensino superior > 4 anos: ORa = 2,81; IC95%e 1,39‐5,66) quando comparadas com as mães com ensino fundamental e médio
Menor peso ao nascer da criança (ORa = 0,39; IC95% 0,21‐0,72)
Mãe fumar na gravidez (ORa = 0,49; IC95% 0,34‐0,71)
Criança ter cuidador diferente dos pais (ORa = 0,64; IC95% 0,50‐0,82) 
Região geográfica de residência
Estado civil materno
Escolaridade paterna
História familiar de asma/alergia
Trabalho materno ao nascimento da criança
Trabalho materno aos 12 meses da criança
Mãe fumar aos seis meses de vida da criança 
24 
Wallby T, 2009, Suécia37  Transversal  Crianças nascidas entre 1997‐2001 residentes na cidade de Uppsala / 12.197  Sim  AM ≥ 12 meses  Mãe não ser sueca (Natural do Leste da Europa e países Balcãs: HRa = 1,63; IC95% 1,29‐2,06 / Natural da África: HRa = 2,14; IC95% 1,73‐2,64 / Natural do Médio Leste: HRa = 1,73; IC95% 1,49‐2,01 / Natural do Sul e Leste da Ásia: HRa = 1,72; IC95% 1,38‐2,15)
Menor renda familiar (Quartil 1: HRa = 1,24; IC95% 1,10‐1,39)
Mãe fumar (HRa = 0,70; IC95% 0,61‐0,80) 
Tipo de parto  20 
Senarath U, 2007, Timor‐Leste43  Transversal  Crianças de 0 a 23 meses residentes em regiões urbanas e rurais do país do estudo, selecionadas a partir de uma amostra de estudo populacional conduzido em 2003 / 2.162  Sim, apenas para desfecho AM 12  AM ≥ 12 meses ou ≥ 24 meses  Desfecho 12 meses:
Parto em casa (p = 0,01)
Mães que trabalharam nos 12 meses anteriores à entrevista (p = 0,01)
Menor idade da criança (p = 0,01)

Desfecho 24 meses:
Não residir na área rural leste (p = 0,001)
Residir nas montanhas (p = 0,001)
Mãe com < 35 anos (p < 0,01)
Número de filhos < 4 (p < 0,05)
Ser analfabeta ou ter ensino fundamental apenas (p < 0,01)
Não pertencer ao estrato social mais rico (p < 0,05) 
Sexo da criança  20 
Singh GK, 2007, Estados Unidos30  Transversal de base populacional  Crianças menores de seis anos / 33.121  Sim  AM ≥ 12 meses  Residir em região metropolitana (p = 0,05)
Crianças estrangeiras ou nascidas nos Estados Unidos, filhas de pais imigrantes, comparadas com as crianças e pais naturais dos Estados Unidos (p = 0,05)
Mãe brancas não hispânicas comparadas com mães de raça negra não hispânica (p = 0,05)
Composição familiar: não ser filho de mãe solteira e não ser filho de pais adotivos quando comparados aos filhos de pais biológicos (p = 0,05)
Escolaridade dos pais ≥ 13 anos (p = 0,05)
Criança do sexo feminino (p = 0,05)
Elevado suporte familiar ou social (p = 0,05)
Não ter tabagista em casa (p = 0,05) 
Segurança no bairro de residência
Ordem de nascimento da criança
Nível de pobreza familiar
Estado de saúde física materna
Estado de saúde emocional materna
Atividade física materna 
25 
Carrascoza KC, 2005, Brasil28  Transversal  Crianças de um centro de atendimento odontológico para pacientes especiais e suas mães / 80  Não  AM ≥ 12 meses  Maior idade materna (p = 0,0331)
Maior número de filhos (p = 0,0175)
Mãe ser casada (p = 0,0078)
Menor classe socioeconômica (p < 0,05)
Mãe ter experiência prévia com amamentação (p = 0,0058) 
Mãe receber orientação sobre amamentação na gestação
Intenção da mãe de amamentar durante a gestação
Tipo de parto 
13 
Hajian‐Tilaki KO, 2005, Irã41  Transversal  Mães de crianças de 12 a 24 meses / 600  Sim  AM ≥ 24meses  Morar em zona rural (p < 0,05)
Maior paridade (p < 0,05)
Maior escolaridade materna (p < 0,05)
Mãe não trabalhar fora do lar (p < 0,05)
Menor nível de estresse materno (p < 0,05) 
Idade materna
Sexo da criança 
17 
Li R, 2005, Estados Unidos31  Transversal  Crianças de 19 a 35 meses que participaram da Pesquisa Nacional de Imunização de 2002 / 3.507  Não  AM ≥ 12 meses  Residir na região do Pacífico (p < 0,05)
Maior idade materna (p<0,05)
Maior escolaridade materna (p < 0,05)
Mãe ser casada (p < 0,05)
Mãe branca não hispânica (p < 0,05)
Mãe/criança não fazer parte do programa de suplementação alimentar para mães e crianças no primeiro ano de vida (WIC) (p < 0,05)
Criança não ter babá aos seis meses (p < 0,05) 
Ordem de nascimento da criança
Nível de pobreza
Sexo da criança 
21 
Lande B, 2004, Noruega33  Transversal  Crianças de 12 meses filhas de mães norueguesas ou de outro país escandinavo / 1.932  Sim  AM aos 12 meses  Residir em local com maior grau de urbanização (ORa = 1,34; IC95% 1,04‐1,72)
Maior idade materna (25 a 34 anos: ORa = 1,45; IC95% 1,03‐2,05 / ≥ 35 anos: ORa = 2,36; IC95% 1,58‐3,51) comparadas com as mães com idade < 25 anos
Maior nível educacional materno (≥ 13 anos) (ORa = 2,48; IC95% 1,63‐3,77)
Presença de alergia/asma entre os membros da família (ORa = 1,40; IC95% 1,14‐1,71)
Mãe fumar aos seis meses de vida da criança (ORa = 0,57; IC95% 0,44‐0,74)
Criança não ter babá (ORa = 1,43; IC95% 1,15‐1,77) 
Sexo da criança  24 

AM, aleitamento materno; HRa, hazard ratio ajustada; IC95%, intervalo de confiança 95%; IMC, índice de massa corporal; OR, odds ratio; ORa, odds ratio ajustada; P, p valor.

a

Variáveis com valores significativos de OR ou HR maiores do que 1 indicam maior chance de manutenção da amamentação e OR ou HR < 1 indicam menor chance.

b

Adaptado de Parry et al.24 e Taylor et al.25

Foram localizados quatro estudos oriundos do Brasil,22,27–29 três dos Estados Unidos,21,30,31 dois da Noruega,32,33 dois da Itália34,35 e um em cada um dos seguintes países: Sri Lanka,36 Suécia,37 Catar,38 Haiti,39 Austrália,40 Irã,41 Turquia42 e Timor Leste,43 Sete foram estudos de coorte22,27,29,32,34,35,40 e 12 eram transversais21,28,30,31,33,36–39,41–43 dentre os 19 selecionados. A pontuação que expressou a qualidade da publicação variou de 1328 a 26.32

Foram testados 75 fatores para a associação com a manutenção da amamentação por 12 meses ou mais (fig. 2). O número de associações de uma mesma variável com o desfecho pode ser superior ao número de estudos que a investigaram, pois alguns autores categorizaram a mesma variável em mais do que duas categorias ou a avaliaram sob aspectos diferentes. Yalçin et al.,42 por exemplo, investigaram a exposição materna ativa ao tabaco e também a exposição ao fumo passivo.

Figura 2.

Modelo teórico hierarquizado das variáveis avaliadas para possível associação com a manutenção da amamentação por ≥ 12 meses.a Variável (número de avaliações da associação com o desfecho/número de associações com o desfecho).

(0.76MB).

O nível hierárquico submetido a mais avaliações foi o distal (20 variáveis e 93 avaliações), seguido pelo proximal (23 variáveis e 73 avaliações), intermediário proximal (20 variáveis e 52 avaliações) e intermediário distal (nove variáveis e 16 avaliações). Os fatores contextuais, apesar de englobar apenas três variáveis, foram avaliados 22 vezes.

Os fatores mais frequentemente explorados foram: escolaridade21,22,27,29,31–36,38–43 e idade materna;21,22,27–29,31–33,35,36,38–43 paridade,22,28,30–32,34–36,38–43 trabalho materno21,27,29,32,34–36,38,39,41–43 e região de residência;27,30–33,36,39–43 sexo da criança21,22,27,30,31,33,36,38,41–43 e exposição materna ao tabaco;22,30,32–34,37,42 renda familiar;28–31,36–39,42,43 tipo de parto22,27,28,34–38,42 e estado civil materno.28,29,31,32,35,36,40 O número de avaliações dos fatores explorados está demonstrado na figura 2.

Mostraram‐se associadas ao desfecho ao menos uma vez 39 variáveis, as mais frequentes foram: maior idade materna28,29,31–33,42 e algum tipo de exposição materna ao tabaco30,32,33,37,42 (seis associações), maior escolaridade materna31–33,40,41 (cinco associações) e maior número de filhos28,32,40,41 (quatro associações). A figura 2 apresenta o número de vezes em que cada variável se associou ao desfecho.

Os fatores com os maiores percentuais de associações com a manutenção da amamentação por 12 meses ou mais, considerando o número de vezes em que foram testados, foram: filhos terem os pais como cuidadores (100%), algum tipo de exposição da mãe ao tabaco (54,5%), crianças e/ou pais serem imigrantes/estrangeiros (50%), morar em zona urbana (42,9%), maior idade materna (40%), mãe ser casada (37,5%), maior escolaridade materna (31,3%), maior número de filhos (30,8%) e menor renda familiar (30%).

Discussão

O conhecimento dos fatores associados à continuidade da amamentação por, no mínimo, 12 meses pode auxiliar no planejamento de ações de saúde que visem a aumentar a proporção de mulheres que amamentam segundo a recomendação internacional de dois anos ou mais. A presente revisão sistemática identificou 39 variáveis associadas à manutenção da amamentação por 12 meses ou mais em pelo menos um estudo.

Diversos fatores agrupados no nível distal, tais como maior idade e escolaridade materna, mãe ser casada, maior número de filhos e menor renda familiar, mostraram alto percentual de associações com a manutenção da amamentação por 12 meses ou mais, considerando o número de vezes em que foram testados. Esse achado demonstra que o prolongamento da amamentação sofre importante interferência das características socioeconômicas e demográficas. Diferentemente, quando se estuda a exclusividade da amamentação nos primeiros seis meses de vida, os fatores mais próximos do desfecho são os que mais frequentemente se associam com essa prática, a exemplo de trabalho materno, aconselhamento pré e pós‐parto, conhecimento materno sobre amamentação e tipo de parto.26,44,45

Foram constatadas seis associações entre maior idade materna e a continuidade da amamentação por 12 meses ou mais. Esse resultado pode ser atribuído à maior estabilidade emocional e experiência adquiridas com filhos anteriores, que permitem à mulher lidar com eventuais intercorrências durante a gestação, o parto e o puerpério.46,47

O maior número de filhos favoreceu a prática do AM continuado.32,40,41 Assim como a idade materna, a paridade pode estar relacionada com maior experiência da mulher em vários aspectos que podem interferir positivamente no AM.28

Seis dos 16 estudos que exploraram a associação entre escolaridade materna e duração da amamentação por 12 meses ou mais encontraram tal associação.31–33,40,41,43 Esses estudos, em sua maioria provenientes de países de alta renda, constataram que maior nível de instrução da mãe31–33,40,41 estava associado positivamente com maior duração do AM, exceto estudo conduzido em Timor Leste, que encontrou associação de menor escolaridade e manutenção da amamentação.43 Esse achado vem corroborar dados recentes publicados por Victora et al.4 Indicam que em países de alta renda a amamentação é mais comum em mulheres com melhor nível socioeconômico. No Brasil, um país de média renda, uma revisão sistemática encontrou associação entre maior escolaridade materna e prática do AM exclusivo em quase metade dos estudos revisados.26

A associação entre menor renda familiar e manutenção da amamentação por 12 meses ou mais foi detectada em três28,37,43 dos dez28–31,36–39,42,43 estudos em que essa variável foi explorada. Ressalta‐se que um desses três estudos foi conduzido no Brasil28 e os outros em países de alta renda37 (Suécia) e baixa renda (Timor Leste).43 Vale lembrar que no estudo da Suécia esse achado pode estar relacionado com o fato de as mulheres que amamentaram por mais tempo serem imigrantes.37 Em países de baixa e média renda, a amamentação é um dos poucos comportamentos positivos relacionados à saúde que é mais frequente na camada mais pobre da população.4 É possível que esse achado esteja relacionado com o benefício econômico da amamentação.2

O estado civil materno teve comportamento diverso quanto à direção da associação. Num mesmo estudo, ser mãe solteira foi fator de proteção para AM aos 12 meses ou mais e fator de risco aos dois anos ou mais.40 Novos estudos são necessários para melhor compreensão de uma possível influência ambivalente do companheiro/pai da criança na duração do AM.

A experiência prévia com amamentação,28 presença de alergia/asma em pais e parentes de crianças,33 fazer consultas pré‐natais27 e mãe ter intenção de amamentar durante a gestação21 foram as variáveis do nível intermediário distal descritas como associadas ao desfecho. É de se esperar que fazer consultas pré‐natais com orientações sobre AM, ter intenção de amamentar já durante a gestação e ter experiência prévia com amamentação sejam fatores que ajudam as mulheres a enfrentar eventuais dificuldades no AM e, assim, favorecer o prolongamento da amamentação.46,48,49 A associação entre presença de alergia/asma nos pais e parentes pode ter sua origem na preocupação com a saúde dos filhos, uma vez que, dentre os benefícios de longo prazo da amamentação, está a proteção contra asma e eczema, sobretudo em países de baixa renda.50

Entre as características do parto e do nascimento, o tipo de parto, apesar de ser um fator avaliado em nove22,27,28,34–38,42 dos 19 estudos selecionados, em apenas um o parto vaginal foi fator de proteção para a manutenção do AM por 12 meses ou mais.36 Por outro lado, há vários estudos que documentam a associação entre parto cesáreo e desmame precoce.51–53 Essa aparente discrepância não surpreende, pois parece razoável que a cesariana interfira negativamente no AM no início do processo e não na sua manutenção por tempo prolongado.

Dentre os fatores classificados como proximais, a ausência de exposição materna ao fumo foi a variável individual com o segundo maior número de avaliações (11)22,30,32–34,37,42 e de associações (seis).30,32,33,37,42 Tal associação pode se dever à interferência negativa da nicotina sobre a produção do leite materno54 e também pelo perfil da mulher fumante, menos favorável à manutenção do AM por um tempo maior.37

Três21,41,43 entre 14 avaliações21,27,29,32,34–36,38,39,41–43 que exploraram o trabalho materno mostraram associação entre essa variável e a duração da amamentação. Estudos conduzidos nos Estados Unidos21 e no Irã41 constataram que mães que trabalhavam fora do lar tinham menor probabilidade de manter a amamentação por 12 meses ou mais. Já um estudo conduzido no Timor Leste43 mostrou o oposto, ou seja, mães que trabalhavam tinham maior probabilidade de amamentar seus filhos aos 12 meses. Essa é uma associação que merece ser investigada, pois é de se esperar que o trabalho materno fora do lar interfira negativamente na manutenção da amamentação pelo suposto afastamento físico entre mãe e criança. É possível que no Timor Leste o trabalho materno seja mais informal, permita que as mulheres levem os seus filhos ao trabalho, favoreça assim a manutenção da amamentação.

Dois22,29 dos três estudos que exploraram a associação entre uso de chupeta e manutenção da amamentação descreveram maior duração do AM entre as crianças que não faziam uso desse artefato. Já está bem documentado que o uso de chupeta é um fator fortemente associado ao desmame precoce e à interrupção da amamentação exclusiva.26,55 Essa revisão mostrou que o uso de chupeta também interfere negativamente com a manutenção do AM por no mínimo 12 meses.

Dois estudos pesquisaram a interferência da coabitação da mãe com o pai da criança sobre a duração do AM.21,22 Já foi relatado que coabitação com o pai da criança é fator de proteção contra desmame precoce.20 No entanto, no estudo conduzido no Brasil, a coabitação da mãe com o companheiro/pai da criança foi fator de risco para a manutenção da amamentação por dois anos ou mais. Essa discrepância faz com que se levante a hipótese de que os pais inicialmente incentivam a amamentação, mas que, após algum tempo, por desconhecimento quanto à recomendação da duração da amamentação por dois anos ou mais ou por outra razão, passem a desestimular a mulher a manter a amamentação.22 Há relatos de que alguns pais acham que a amamentação prejudica as mamas, interfere na relação entre o pai e a criança, interfere na relação do casal, inclusive nas relações sexuais, causa sentimentos de exclusão, desvalia e ciúmes, entre outras.56 Além disso, a coabitação com o marido/companheiro pode acarretar em maior carga de trabalho para a mulher, sobretudo se ele não divide as tarefas domésticas com ela.

Dentre os fatores classificados contextuais, a associação entre região de residência e amamentação por 12 meses ou mais foi investigada 14 vezes,27,30–33,36,39–43 foram encontradas nove associações.27,30,31,33,36,41,43 Em três estudos,30,33,43 dois deles conduzidos em países de alta renda,30,43 morar em zona urbana/metropolitana foi fator de proteção para a manutenção do AM por 12 meses ou mais. No entanto, em outros três estudos conduzidos no Brasil,27 Irã41 e Sri Lanka,36 países de renda média, residir em zona urbana configurou‐se como fator de risco para o AM prolongado. Essa discrepância entre os resultados pode ser explicada por diferenças culturais. O fato de três estudos terem observado que ser imigrante favorecia o prolongamento da amamentação21,30,37 corrobora essa hipótese.

A presente revisão tem o mérito de ser um estudo abrangente, incluiu estudos de diferentes países com distintas abordagens metodológicas, além de ter organizado os fatores descritos na literatura como associados à maior duração do AM em níveis hierarquizados, facilitado o entendimento das características envolvidas na manutenção da amamentação por pelo menos 12 meses.

Por outro lado, a heterogeneidade geográfica dos estudos incluídos na revisão pode ser uma limitação para a aplicabilidade dos seus resultados, pois os fatores de risco ou de proteção da amamentação podem variar conforme as características individuais e ambientais nos diferentes grupos populacionais. As limitações metodológicas de alguns estudos, inclusive o não uso de modelos multivariáveis para a análise dos dados,28,31,38,40 podem também ter prejudicado alguns resultados. Além disso, vários fatores associados à manutenção do AM foram testados em apenas um estudo.

A manutenção da amamentação por 12 meses ou mais sofre forte influência dos fatores contextuais e de algumas características sociodemográficas maternas. Fatores relacionados ao acompanhamento pré‐natal, ao parto e ao período pós‐parto também influenciam no desfecho pesquisado, porém em menor grau. Ficou evidente que os determinantes da manutenção da amamentação por 12 meses ou mais podem diferir entre as populações, bem como a magnitude das associações. Por isso, é preciso conhecer os diversos fatores associados com a amamentação continuada em diferentes contextos socioculturais, para que sejam feitas intervenções nas variáveis modificáveis. Apesar disso, alguns fatores se mostraram associados à manutenção da amamentação em quase todos os locais pesquisados, tais como maior idade, maior número de filhos e maior nível de escolaridade da mãe e uso de chupeta pela criança. Assim, o modelo teórico hierarquizado construído com os resultados desta revisão, que informa os fatores já explorados e os associados com a manutenção do AM, pode nortear futuras investigações que visem a explorar os facilitadores e os obstáculos à amamentação continuada em diferentes contextos.

Conflitos de interesse

Os autores declaram não haver conflitos de interesse.

Referências
[1]
World Health Organization.
Infant and young child feeding: model chapter for textbooks for medical students and allied health professionals.
World Health Organization, (2009),
[2]
N.C. Rollins, N. Bhandari, N. Hajeebhoy, S. Horton, C.K. Lutter, J.C. Martines, et al.
Why invest, and what it will take to improve breastfeeding practices?.
[3]
C.G. Victora, B.L. Horta, C.L. de Mola, L. Quevedo, R.T. Pinheiro, D.P. Gigante, et al.
Association between breastfeeding and intelligence, educational attainment, and income at 30 years of age: a prospective birth cohort study from Brazil.
Lancet Glob Health, 3 (2015), pp. e199-e205
[4]
C.G. Victora, R. Bahl, A.J. Barros, G.V. França, S. Horton, J. Krasevec, et al.
Breastfeeding in the 21st century: epidemiology, mechanisms, and lifelong effect.
[5]
M.J. Sankar, B. Sinha, R. Chowdhury, N. Bhandari, S. Taneja, J. Martines, et al.
Optimal breastfeeding practices and infant and child mortality: a systematic review and meta‐analysis.
Acta Paediatr, 104 (2015), pp. 3-13
[6]
B.L. Horta, C. Loret de Mola, C.G. Victora.
Long‐term consequences of breastfeeding on cholesterol, obesity, systolic blood pressure and type 2 diabetes: a systematic review and meta‐analysis.
Acta Paediatr, 104 (2015), pp. 30-37
[7]
A.D. Liese, T. Hirsch, E. von Mutius, U. Keil, W. Leupold, S.K. Weiland.
Inverse association of overweight and breast feeding in 9–10‐year‐old children in Germany.
Int J Obes Relat Metab Disord, 25 (2001), pp. 1644-1650
[8]
H. Fallahzadeh, M. Golestan, T. Rezvanian, Z. Ghasemian.
Breast‐feeding history and overweight in 11–13‐year‐old children in Iran.
World J Pediatr, 5 (2009), pp. 36-41
[9]
T. Harder, R. Bergmann, G. Kallischnigg, A. Plagemann.
Duration of breastfeeding and risk of overweight: a meta‐analysis.
Am J Epidemiol, 162 (2005), pp. 397-403
[10]
K.G. Peres, A.M. Cascaes, G.G. Nascimento, C.G. Victora.
Effect of breastfeeding on malocclusions: a systematic review and meta‐analysis.
Acta Paediatr, 104 (2015), pp. 54-61
[11]
S.C. Pires, E.R. Giugliani, F. Caramez da Silva.
Influence of the duration of breastfeeding on quality of muscle function during mastication in preschoolers: a cohort study.
BMC Public Health, 12 (2012), pp. 934
[12]
C. Hoefer, M.C. Hardy.
Later development of breast fed and artificially fed infants: comparison of physical and mental growth.
J Am Med Assoc, 92 (1929), pp. 615-619
[13]
B.L. Horta, C. Loret de Mola, C.G. Victora.
Breastfeeding and intelligence: a systematic review and meta‐analysis.
Acta Paediatr Oslo Nor, 104 (2015), pp. 14-19
[14]
M.B. Belfort, S.L. Rifas-Shiman, K.P. Kleinman, L.B. Guthrie, D.C. Bellinger, E.M. Taveras, et al.
Infant feeding and childhood cognition at ages 3 and 7 years: effects of breastfeeding duration and exclusivity.
JAMA Pediatr, 167 (2013), pp. 836-844
[15]
Ministério da Saúde.
Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde da Criança e da Mulher – PNDS 2006: dimensões do processo reprodutivo e da saúde da criança.
Ministério da Saúde, (2009),
[16]
C.S. Boccolini, P. Boccolini, E.R.J. Giugliani, S. Venâncio, F. Monteiro.
Tendência de indicadores do aleitamento materno no Brasil em três décadas.
Rev Saude Publ. No prelo, (2017),
[17]
K. Wijndaele, R. Lakshman, J.R. Landsbaugh, K.K. Ong, D. Ogilvie.
Determinants of early weaning and use of unmodified cow's milk in infants: a systematic review.
J Acad Nutr Diet, 109 (2009), pp. 2017-2028
[18]
A.H. Garcia, T. Voortman, C.P. Baena, R. Chowdhurry, T. Muka, L. Jaspers, et al.
Maternal weight status, diet, and supplement use as determinants of breastfeeding and complementary feeding: a systematic review and meta‐analysis.
Nutr Rev, 74 (2016), pp. 490-516
[19]
R. Turcksin, S. Bel, S. Galjaard, R. Devlieger.
Maternal obesity and breastfeeding intention, initiation, intensity and duration: a systematic review.
Matern Child Nutr, 10 (2014), pp. 166-183
[20]
R.J. Quinlan, M.B. Quinlan, M.V. Flinn.
Parental investment and age at weaning in a Caribbean village.
Evol Hum Behav, 24 (2003), pp. 1-16
[21]
B.A. Langellier, M. Pia Chaparro, S.E. Whaley.
Social and institutional factors that affect breastfeeding duration among WIC participants in Los Angeles County, California.
Matern Child Health J, 16 (2012), pp. 1887-1895
[22]
E.J. Martins, E.R. Giugliani.
Which women breastfeed for 2 years or more?.
J Pediatr (Rio J), 88 (2012), pp. 67-73
[23]
D. Moher, A. Liberati, J. Tetzlaff, D.G. Altman.
Preferred reporting items for systematic reviews and meta‐analyses: the PRISMA Statement.
Ann Intern Med, 151 (2009), pp. 264-269
[24]
L.L. Parry, G. Netuveli, J. Parry, S. Saxena.
A systematic review of parental perception of overweight status in children.
J Ambul Care Manag, 31 (2008), pp. 253-268
[25]
B.J. Taylor, M. Dempster, M. Donnelly.
Grading gems: appraising the quality of research for social work and social care.
Br J Soc Work, 37 (2007), pp. 335-354
[26]
C.S. Boccolini, M.L. de Carvalho, M.I.C. de Oliveira.
Factors associated with exclusive breastfeeding in the first six months of life in Brazil: a systematic review.
Rev Saude Publ, (2015), pp. 49
pii:S0034‐89102015000100409
[27]
F. Demétrio, E.J. Pinto, A.M. Assis.
Factors associated with early breastfeeding cessation: a birth cohort study in two municipalities in the Recôncavo region, Bahia State, Brazil.
Cad Saúde Pública, 28 (2012), pp. 641-650
[28]
K.C. Carrascoza, C. Júnior, Á. Luiz, A.B.A. de Moraes.
The early weaning and extended breastfeeding influent factors.
Estud Psicol Camp, 22 (2005), pp. 433-440
[29]
E.T. dos S Neto, E. Zandonade, A.O. Emmerich.
Analysis models for variables associated with breastfeeding duration.
Rev Paul Pediatr, 31 (2013), pp. 306-314
[30]
G.K. Singh, M.D. Kogan, D.L. Dee.
Nativity/immigrant status, race/ethnicity, and socioeconomic determinants of breastfeeding initiation and duration in the United States, 2003.
Pediatrics, 119 (2007), pp. S38-S46
[31]
R. Li, N. Darling, E. Maurice, L. Barker, L.M. Grummer-Strawn.
Breastfeeding rates in the United States by characteristics of the child, mother, or family: the 2002 National Immunization Survey.
Pediatrics, 115 (2005), pp. e31-e37
[32]
A.L. Kristiansen, B. Lande, N.C. Øverby, L.F. Andersen.
Factors associated with exclusive breast‐feeding and breast‐feeding in Norway.
Public Health Nutr, 13 (2010), pp. 2087-2096
[33]
B. Lande, L.F. Andersen, M.B. Veierød, A. Baerug, L. Johansson, K.U. Trygg, et al.
Breast‐feeding at 12 months of age and dietary habits among breast‐fed and non‐breast‐fed infants.
Public Health Nutr, 7 (2004), pp. 495-503
[34]
E. Bertino, A. Varalda, F. Magnetti, P. Di Nicola, E. Cester, L. Occhi, et al.
Is breastfeeding duration influenced by maternal attitude and knowledge? A longitudinal study during the first year of life.
J Matern Fetal Neonatal Med, 25 (2012), pp. 32-36
[35]
C. Carletti, P. Pani, A. Knowles, L. Monasta, M. Montico, A. Cattaneo.
Breastfeeding to 24 months of age in the northeast of Italy: a cohort study.
Breastfeed Med Off J Acad Breastfeed Med, 6 (2011), pp. 177-182
[36]
U. Senarath, I. Siriwardena, S.S. Godakandage, H. Jayawickrama, D.N. Fernando, M.J. Dibley.
Determinants of breastfeeding practices: an analysis of the Sri Lanka Demographic and Health Survey 2006–2007.
Matern Child Nutr, 8 (2012), pp. 315-329
[37]
T. Wallby, A. Hjern.
Region of birth, income and breastfeeding in a Swedish county.
Acta Paediatr, 98 (2009), pp. 1799-1804
[38]
S. Al-Kohji, H.A. Said, N.A. Selim.
Breastfeeding practice and determinants among Arab mothers in Qatar.
Saudi Med J, 33 (2012), pp. 436-443
[39]
A. Laterra, M.A. Ayoya, J.-M. Beaulière, M. Bienfait, H. Pachón.
Infant and young child feeding in four departments in Haiti: mixed‐method study on prevalence of recommended practices and related attitudes, beliefs, and other determinants.
Rev Panam Salud Publica, 36 (2014), pp. 306-313
[40]
A.J. Hure, J.R. Powers, C.L. Chojenta, J.E. Byles, D. Loxton.
Poor adherence to national and international breastfeeding duration targets in an Australian longitudinal cohort.
[41]
K.O. Hajian-Tilaki.
Factors associated with the pattern of breastfeeding in the north of Iran.
Ann Hum Biol, 32 (2005), pp. 702-713
[42]
S.S. Yalçın, S. Yalçın, E. Kurtuluş-Yiğit.
Determinants of continued breastfeeding beyond 12 months in Turkey: secondary data analysis of the Demographic and Health Survey.
Turk J Pediatr, 56 (2014), pp. 581-591
[43]
U. Senarath, M.J. Dibley, K.E. Agho.
Breastfeeding practices and associated factors among children under 24 months of age in Timor‐Leste.
Eur J Clin Nutr, 61 (2007), pp. 387-397
[44]
T. Shifraw, A. Worku, Y. Berhane.
Factors associated exclusive breastfeeding practices of urban women in Addis Ababa public health centers, Ethiopia: a cross sectional study.
Int Breastfeed J, 10 (2015), pp. 22
[45]
G. Mekuria, M. Edris.
Exclusive breastfeeding and associated factors among mothers in Debre Markos, Northwest Ethiopia: a cross‐sectional study.
Int Breastfeed J, 10 (2015), pp. 1
[46]
F.T. Faleiros, E.M. Trezza, L. Carandina.
Aleitamento materno: fatores de influência na sua decisão e duração.
Rev Nutr, 19 (2006), pp. 623-630
[47]
P. de S. Queiros, L.R. de Oliveira, C.L. Martins.
Rev Salud Pública, (2009), pp. 6-14
[48]
W. Wang, Y. Lau, A. Chow, K.S. Chan.
Breast‐feeding intention, initiation and duration among Hong Kong Chinese women: a prospective longitudinal study.
Midwifery, 30 (2014), pp. 678-687
[49]
T. Tewabe, A. Mandesh, T. Gualu, G. Alem, G. Mekuria, H. Zeleke.
Exclusive breastfeeding practice and associated factors among mothers in Motta town, East Gojjam zone, Amhara Regional State, Ethiopia, 2015: a cross‐sectional study.
Int Breastfeed J, 12 (2016), pp. 12
[50]
C.J. Lodge, D.J. Tan, M.X. Lau, X. Dai, R. Tham, A.J. Lowe, et al.
Breastfeeding and asthma and allergies: a systematic review and meta‐analysis.
Acta Paediatr, 104 (2015), pp. 38-53
[51]
G. Saeed, S. Fakhar, T. Imran, L.K. Abbas.
The effect of modes of delivery on infants’ feeding practices.
Iran J Med Sci, 36 (2011), pp. 128-132
[52]
E. Weiderpass, F.C. Barros, C.G. Victora, E. Tomasi, R. Halpern.
Incidence and duration of breast‐feeding by pattern of delivery: a longitudinal study in Southeastern Brazil.
Rev Saude Publica, 32 (1998), pp. 225-231
[53]
E.R. Giugliani, L.C. do Espírito Santo, L.D. de Oliveira, D. Aerts.
Intake of water, herbal teas and non‐breast milks during the first month of life: associated factors and impact on breastfeeding duration.
Early Hum Dev, 84 (2008), pp. 305-310
[54]
B.L. Horta, M.S. Kramer, R.W. Platt.
Maternal smoking and the risk of early weaning: a meta‐analysis.
Am J Public Health, 91 (2001), pp. 304-307
[55]
G.D. Buccini, R. Pérez-Escamilla, L.M. Paulino, C.L. Araújo, S.I. Venancio.
Pacifier use and interruption of exclusive breastfeeding: systematic review and meta‐analysis.
Matern Child Nutr, 13 (2017), pp. e12384
[56]
M. Sharma, R. Petosa.
Impact of expectant fathers in breast‐feeding decisions.
J Am Diet Assoc, 97 (1997), pp. 1311-1313

Como citar este artigo: Santana GS, Giugliani ER, Vieira TO, Vieira GO. Factors associated with breastfeeding maintenance for 12 months or more: a systematic review. J Pediatr (Rio J). 2018;94:104–122.

Copyright © 2017. Sociedade Brasileira de Pediatria
Baixar PDF
Idiomas
Jornal de Pediatria
Opções de artigo
Ferramentas
en pt
Taxa de publicaçao Publication fee
Os artigos submetidos a partir de 1º de setembro de 2018, que forem aceitos para publicação no Jornal de Pediatria, estarão sujeitos a uma taxa para que tenham sua publicação garantida. O artigo aceito somente será publicado após a comprovação do pagamento da taxa de publicação. Ao submeterem o manuscrito a este jornal, os autores concordam com esses termos. A submissão dos manuscritos continua gratuita. Para mais informações, contate assessoria@jped.com.br. Articles submitted as of September 1, 2018, which are accepted for publication in the Jornal de Pediatria, will be subject to a fee to have their publication guaranteed. The accepted article will only be published after proof of the publication fee payment. By submitting the manuscript to this journal, the authors agree to these terms. Manuscript submission remains free of charge. For more information, contact assessoria@jped.com.br.
Cookies policy Política de cookies
To improve our services and products, we use "cookies" (own or third parties authorized) to show advertising related to client preferences through the analyses of navigation customer behavior. Continuing navigation will be considered as acceptance of this use. You can change the settings or obtain more information by clicking here. Utilizamos cookies próprios e de terceiros para melhorar nossos serviços e mostrar publicidade relacionada às suas preferências, analisando seus hábitos de navegação. Se continuar a navegar, consideramos que aceita o seu uso. Você pode alterar a configuração ou obter mais informações aqui.