To assess the nutritional status of Suruí Indian children aged less than 10 years by means of anthropometric measurements and determination of hemoglobin concentration levels.
MethodsThe study was carried out from February to March 2005 in the Sete de Setembro Indian Reservation, located on the boundary between the states of Rondônia and Mato Grosso, Amazonia, Brazil. Height and weight were measured according to standard procedures and then compared with the National Center for Health Statistics reference values (n = 284). Hemoglobin concentration was determined by a portable β-hemoglobinometer (Hemocue) (n = 268).
ResultsThe percentages of children ≥ -2 z scores for height for age, weight for age and weight for height were 25.4, 8.1 and 0%, respectively. For children aged less than 5 years, the percentages were 31.4, 12.4 and 0%. Most children had anemia (80.6%), with a rate of up to 84.0% among those aged 6 to 59 months.
ConclusionsThere is a high prevalence of protein-energy undernutrition and anemia among Suruí children. Comparison with a previous survey indicated that the prevalence of height for age deficit significantly decreased between 1987 and 2005 (from 46.3 to 26.7% in children younger than 9 years). On the other hand, 3.9% of the children were overweight in 2005, a finding that had not been reported in 1987. The prevalence of anemia did not change remarkably between these years. Despite the improvement in anthropometric parameters, the prevalence of nutritional deficit has been persistently higher than that observed in the Brazilian population at large. It is therefore necessary that systematic and regular monitoring of indigenous children's growth and development be implemented, focusing mainly on nutritional surveillance.
Analisar o perfil nutricional de crianças indígenas Suruí menores de 10 anos através da antropometria e da dosagem de hemoglobina.
MétodosA pesquisa foi conduzida em fevereiro-março de 2005 na Terra Indígena Sete de Setembro, na fronteira de Rondônia com Mato Grosso. Estatura e peso foram obtidos segundo técnicas padronizadas e comparados à referência do National Center for Health Statistics (n = 284). A concentração da hemoglobina foi determinada utilizando β-hemoglobinômetro portátil (Hemocue) (n = 268).
ResultadosAs porcentagens de crianças com déficit (escore z ≤ -2) nos índices estatura para idade, peso para idade e peso para estatura foram 25,4, 8,1 e 0%, respectivamente. Nas menores de 5 anos, foram 31,4, 12,4 e 0%, respectivamente. A ampla maioria das crianças estava anêmica (80,6%), alcançando 84,0% naquelas de 6 a 59 meses de idade.
ConclusõesOs resultados apontam para um quadro de alta prevalência de desnutrição e anemia nas crianças Suruí. A comparação com resultados de inquérito anterior indica que houve redução expressiva na prevalência de baixa estatura para idade entre 1987 e 2005 (de 46,3 para 26,7% nas crianças menores de 9 anos). Por sua vez, 3,9% das crianças apresentaram sobrepeso em 2005, o que não foi observado em 1987. As prevalências de anemia não se modificaram substancialmente entre os dois períodos. Apesar das melhoras observadas no perfil antropométrico, as prevalências de déficits nutricionais ainda permanecem muito mais elevadas que as observadas na população brasileira em geral. Impõe-se a necessidade da implantação de atividades sistemáticas e regulares de monitoramento do crescimento e desenvolvimento das crianças indígenas, com ênfase na vigilância nutricional.