A criança é um ser em constante desenvolvimento, tanto em relação ao desenvolvimento somático, com a diferenciação dos diversos órgãos, como quanto ao desenvolvimento neuropsicomotor, com a diferenciação psicoemocional.
Desenvolvimento e ambiente estão intimamente ligados. De tal forma que hoje se conhecem inúmeros fenômenos epigenéticos que decorrem da modificação da manifestação gênica em função de influência ambiental.
O ambiente em fases muito precoces da vida exerce influência na saúde da criança. Evidências recentes reforçam que não apenas um ambiente enriquecido em estímulos motores e atenção global para com a criança, mas, especificamente, o uso da linguagem expressiva pelos pais com os seus filhos de forma continuada e precoce promove obtenção de melhor desempenho cognitivo, especialmente em populações com maior vulnerabilidade.1,2
O efeito da qualidade nutricional no crescimento é conceitualmente conhecido há muitos anos, mas a influência do ambiente intestinal no cérebro e os mecanismos que envolvem o novo conceito de neuronutrição são recentes. O ambiente intrauterino, o tipo de dieta materna, o tipo de parto, a idade gestacional ao nascer e a presença de aleitamento materno modulam o microbioma intestinal e são determinantes de saúde ou doença.3–5O presente suplemento tem por objetivo mostrar os tópicos importantes da interação ambiente e desenvolvimento na saúde infantil e convidar a comunidade científica a mergulhar na leitura desses artigos.
Conflitos de interesseO autor declara não haver conflitos de interesse.
Como citar este artigo: Procianoy RS. Environment and development. J Pediatr (Rio J). 2016;92(3 Suppl 1):S1.