Apresentar as consequências das desigualdades sociais sobre a saúde das crianças como um problema global e persistente, demonstrando as suas raízes históricas e estruturais nas diferentes sociedades.
Fontes dos dadosArtigos relevantes na base de dados PubMed/MEDLINE, além dos encontrados em busca manual e nas referências bibliográficas dos estudos selecionados e consulta a sites de organismos internacionais para obter dados e documentos relevantes.
Síntese dos dadosPara entender como as iniquidades afetam a saúde, é necessário conhecer a distribuição desigual dos seus determinantes sociais entre grupos populacionais. No caso das crianças, a via parental de determinação é central. A forma não equânime como muitas famílias ou agrupamentos sociais vivem, determinada por desigualdades sociais e econômicas, produzem resultados desiguais na saúde, em particular das crianças. Isto se observa entre e dentro dos países. Crianças de grupos populacionais mais vulneráveis consistentemente têm piores condições de saúde. Intervenções voltadas para a saúde das crianças devem ir além do cuidado e atuar de forma integrada sobre a pobreza e sobre as desigualdades sociais e econômicas, visando acabar com diferenças sistemáticas e injustas.
ConclusõesApesar dos consideráveis avanços observados na saúde das crianças nas últimas décadas em nível global, as desigualdades medidas por diferentes indicadores mostram que estas se mantêm. Este cenário merece atenção por parte de pesquisadores e tomadores de decisão, ainda mais em contexto de crise sanitária mundial causada pela pandemia de COVID-19, que vem aprofundando ainda mais a situação de vulnerabilidade e as desigualdades sociais em saúde em todo o mundo.