To study the relationship between breast-feeding, dietary fiber intake and constipation in infants.
MethodsThe study population consisted of 275 infants consecutively enrolled in two Primary Care Clinic in the city of Embu, in the Great São Paulo. The feeding pattern were classified in predominantly breast-feeding, partially breast and cow's milk feeding and artificial feeding. Constipation was defined by the elimination of hard stool associated with one of the following: painful or difficult defecation, hard or round cracked stools and less than three defecations a week. False constipation was defined by the elimination of soft stools without pain or difficulty but with less than three defecations a week.
ResultsConstipation was found in 25.1% (69/275). False constipation was found only in the first semester of life in 5.1% of 159 infants. The prevalence of constipation was higher between 6 and 24 months (38.8%, 45/116) than in the first semester of life (15.1%, p=0.000). A model of logistic regression demonstrated that infants under artificial feeding were 4.53 times more liable to develop constipation than infants who were predominantly breastfed. The daily dietary fiber intake (g/day) was similar (p=0.57) among the constipated (median=9.0 g; 25th and 75th percentiles: 6.9-13.1g) and non-constipated (median = 8.8 g; 25th and 75th percentiles: 6.1-12.9 g).
ConclusionsDietary fiber intake was similar in constipated and non-constipated infants. Breast-feeding serves as a protection factor against the development of constipation in the first semester of life.
estudar a associação entre tipo de aleitamento, consumo de fibra alimentar e ocorrência de constipação em lactentes.
Métodosforam estudados 275 lactentes atendidos consecutivamente em unidade básica de saúde. O tipo de aleitamento foi classificado como predominante, misto e artificial. Constipação foi caracterizada pela eliminação de fezes duras, associada a uma das seguintes características: dor ou dificuldade ao evacuar, fezes em cíbalos ou cilíndrica, com rachaduras, e intervalo entre as evacuações maior ou igual a 3 dias. Pseudoconstipação foi caracterizada quando ocorria a eliminação de fezes amolecidas, sem dor ou dificuldade, em intervalo maior ou igual a 3 dias.
Resultadosconstipação foi observada em 25,1% dos lactentes. Pseudoconstipação ocorreu exclusivamente nos primeiros 6 meses de vida, em 5,1% dos 159 lactentes desta faixa etária. Constipação entre os 6 e 24 meses (38,8%; 45/116) foi mais freqüente do que no primeiro semestre de vida (15,1%, p=0,0000). A análise de regressão logística evidenciou que, no primeiro semestre, os lactentes em aleitamento artificial demonstram chance 4,5 vezes maior de apresentar constipação do que os em aleitamento predominante. Entre os de 6 a 24 meses, a estimativa de consumo de fibra alimentar (gramas/dia) foi semelhante (p=0,57) nos lactentes com constipação (mediana=9,0g; percentis 25 e 75: 6,9-13,1g) e naqueles com hábito intestinal normal (mediana=8,8; percentis 25 e 75: 6,1-12,9g).
Conclusõeso consumo de fibra alimentar por crianças menores de dois anos foi semelhante entre os grupos com e sem constipação intestinal. O aleitamento natural predominante é fator de proteção contra constipação no primeiro semestre de vida.