To describe the clinical characteristics of infants with acute viral bronchiolitis (AVB) and to assess the influence of oxygen desaturation time (DT) as a prognostic test to estimate the evolution of such patients.
MethodsWe performed a cohort study with 111 hospitalized patients diagnosed with AVB receiving oxygen therapy through nasal prong. The outcomes were: length of admission, length of oxygen therapy and time elapsed to read 95% saturation in room air. A severity score was obtained twice a day based on clinical signs during the time when the patient required oxygen supplementation. After the supply of oxygen was interrupted, the time required for transcutaneous oxygen saturation decreased to 90% and 85%. The Χ2 test or Fisher's exact test were used to compare categorical variables. The t test or Mann-Whitney's test were used for numerical variables. Spearman's correlation was used to evaluate associations in continuous variables with asymmetric distribution.
ResultsMost patients (61.3%) were younger than 4 months. Patients with wheezing history (45%) were analyzed separately and had similar results to those of the group with AVB (p < 0.05). Twenty-six patients (23%) had moderate or severe malnutrition. All patients were using bronchodilators; 20% were using systemic corticosteroids; and 47%, antibiotics. The median time of oxygen therapy required for a reading of 95% oxygen saturation in room air was 83 hours (IQI 55-128). The median of length of admission was 7 days (IQI 5-10.5). Little clinical variability was observed in the period studied. No significant correlations were found between the clinical scores, DT and the outcomes.
ConclusionsDT was not useful as an aid to assess AVB patients on oxygen therapy in this study. It is possible that this tool could have been more useful in patients with more clinical variability.
Descrever as características clínicas de lactentes com bronquiolite viral aguda (BVA) e verificar a influência do tempo de dessaturação de oxigênio (TD) como teste preditivo para estimar a evolução desses pacientes.
MétodosEstudo de coorte realizado com 111 lactentes hospitalizados com diagnóstico de BVA e em oxigenoterapia por cateter nasal. Os desfechos foram: tempo de internação, tempo de oxigenoterapia e tempo para saturar 95% em ar ambiente. Foi aplicado, duas vezes ao dia, um escore de gravidade com os sinais clínicos verificados durante o período em que o paciente necessitou de oxigênio suplementar. Após suspender o oxigênio do paciente, foi observado o tempo necessário para a saturação transcutânea de oxigênio decrescer até 90% e 85%. Utilizou-se o teste do qui-quadrado ou teste exato de Fisher, para comparar entre si os grupos de variáveis categóricas, e o teste t ou Mann-Whitney, para as variáveis numéricas. A correlação de Spearman foi utilizada para avaliar associações entre variáveis contínuas de distribuição assimétrica.
ResultadosHouve predominância de idade inferior a quatro meses (61,3%). Os pacientes com história de sibilância prévia (45%) foram analisados separadamente e tiveram resultados semelhantes ao grupo com BVA (p < 0,05). A prevalência de desnutrição moderada e grave foi de 26 pacientes (23%). Todos os pacientes utilizaram broncodilatador; 20% receberam corticosteróides sistêmicos e 42,7%, antibióticos. A mediana do tempo de oxigenoterapia até saturar 95% em ar ambiente foi de 83 horas (IIQ 55-128). A mediana do tempo de internação hospitalar foi de 7 dias (IIQ 5-10,5). Observou-se pouca variabilidade clínica no período estudado. Não se encontraram correlações estatisticamente significantes (p < 0,002) entre os escores clínicos e os TDs com os desfechos.
ConclusõesOs TDs como elementos auxiliares na avaliação de pacientes em oxigenoterapia não foram clinicamente úteis neste estudo. É possível, no entanto, que se verifique melhores resultados utilizando-se esta medida em pacientes com maior variabilidade clínica.