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Vol. 89. Núm. 4.
Páginas 332-338 (Julho - Agosto 2013)
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Vol. 89. Núm. 4.
Páginas 332-338 (Julho - Agosto 2013)
ARTIGO DE REVISÃO
Open Access
Breastfeeding and postpartum depression: state of the art review
Amamentação e depressão pós-parto: revisão do estado de arte
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Bárbara Figueiredoa,
Autor para correspondência
bbfi@psi.uminho.pt

Corresponding author.
, Cláudia C. Diasb, Sónia Brandãoc, Catarina Canáriod, Rui Nunes-Costad
a Professora Associada com Agregação da Escola de Psicologia, Universidade do Minho, Braga, Portugal
b Pesquisadora da Escola de Psicologia, Universidade do Minho, Braga, Portugal
c Doutoranda do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar, Universidade do Porto, Porto, Portugal
d Doutoranda da Escola de Psicologia, Universidade do Minho, Braga, Portugal
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Abstract
Objective

To review the literature on the association between breastfeeding and postpartum depression.

Sources

A review of literature found on MEDLINE/PubMed database.

Summary of findings

The literature consistently shows that breastfeeding provides a wide range of benefits for both the child and the mother. The psychological benefits for the mother are still in need of further research. Some studies point out that pregnancy depression is one of the factors that may contribute to breastfeeding failure. Others studies also suggest an association between breastfeeding and postpartum depression; the direction of this association is still unclear. Breastfeeding can promote hormonal processes that protect mothers against postpartum depression by attenuating cortisol response to stress. It can also reduce the risk of postpartum depression, by helping the regulation of sleep and wake patterns for mother and child, improving mother's selfefficacy and her emotional involvement with the child, reducing the child's temperamental difficulties, and promoting a better interaction between mother and child.

Conclusions

Studies demonstrate that breastfeeding can protect mothers from postpartum depression, and are starting to clarify which biological and psychological processes may explain this protection. However, there are still equivocal results in the literature that may be explained by the methodological limitations presented by some studies.

Keywords:
Breastfeeding
Pregnancy depression
Postpartum depression
Hormones
Resumo
Objetivo

Revisar a literatura sobre a associação entre a amamentação e a depressão pós-parto.

Fontes

Uma revisão da literatura encontrada na base de dados MEDLINE/Pub-Med.

Resumo dos achados

A literatura mostra, de forma consistente, que a amamentação fornece uma ampla quantidade de benefícios tanto para a criança quanto para a mãe. Ainda são necessárias mais pesquisas sobre os benefícios psicológicos para a mãe. Alguns estudos apontam que a depressão na gravidez é um dos fatores que pode contribuir para a não amamentação. Outros estudos sugerem, também, uma associação entre amamentação e depressão pós-parto, não estando clara ainda a direção dessa associação. A amamentação pode promover processos hormonais que protegem as mães contra a depressão pós-parto por atenuar a resposta do cortisol ao estresse. E isso também pode reduzir o seu risco, por auxiliar na regulação dos padrões do sono e vigília da mãe e do filho, melhorando a autoeficácia e o envolvimento emocional da mãe com a criança, reduzindo as dificuldades de temperamento e promovendo uma melhor interação entre eles.

Conclusões

A pesquisa aponta que a amamentação pode proteger as mães da depressão pós-parto e começa a esclarecer que processos biológicos e psicológicos podem explicar essa proteção. Contudo, ainda existem resultados ambíguos na literatura que poderão ser explicados pelas limitações metodológicas apresentadas por alguns estudos.

Palavras-chave:
Amamentação
Depressão na gravidez
Depressão pós-parto
Hormônios
Texto Completo
1Introdução

A amamentação tem sido associada ao bem-estar tanto da criança quanto da mãe. A amamentação traz benefícios físicos e psicológicos para as crianças, incluindo a redução do risco de doenças infecciosas, obesidade, redução da pressão sanguínea e diminuição dos níveis de colesterol1,2 e aumento do desempenho cognitivo e motor.3,4 Os resultados positivos para a saúde física da mãe incluem a redução da pressão sanguínea e do risco de câncer de mama e de ovário,5–7 e, ao que se refere à saúde psicológica da mãe, a resposta atenuada ao estresse8–12 e uma melhora no sono.13,14 Contudo, os benefícios psicológicos para o bem-estar da mãe precisam de mais evidências empíricas favoráveis.15

A Organização Mundial de Saúde (OMS),16 a Comissão Europeia de Saúde Pública (ECPH)17 e a Academia Americana de Pediatria (AAP)18 recomendam a amamentação exclusiva nos primeiros seis meses de vida. Apesar dos benefícios já comprovados da amamentação, as taxas ainda são baixas e, apesar de aquelas referentes ao início de amamentação serem elevadas, há um declínio significativo durante as primeiras semanas após o nascimento, e a amamentação exclusiva é rara. Em Portugal, apesar da elevada taxa de amamentação no momento da alta hospitalar (91%19 e 98,5%20), uma diminuição acentuada é observada nos meses seguintes, com apenas 54,7%19-55%20 das mães amamentando aos três, e 34,1% 19-36%20 aos seis meses após o parto. Os Inquéritos Nacionais de Saúde estabelecidos pelo Ministério da Saúde português mostraram que as taxas de início da amamentação aumentaram de 81,4% em 1995/1996, e para 84,9% em 1998/1999.21 Em 2010/2011, esse percentual subiu para 98,5%.22 Entretanto, apesar do aumento das taxas de amamentação, todos os inquéritos também mostram uma redução na amamentação ao longo dos meses. Em 2010/2011, entre 65,2% e 72,5% (em hospitais amigos da criança) das mães amamentaram exclusivamente seus bebês no momento da alta hospitalar. Aos três meses após o parto, o percentual de amamentação exclusiva era de 40,3%, e caiu para 14,7% aos cinco meses.22 As taxas europeias de início da amamentação variam de 63% na Bélgica a 99% na Noruega.23 Após a alta do hospital, as taxas começam a cair, e aos seis meses o percentual de mães que continuam a amamentar varia de 10% na Bélgica a 80% na Noruega.23 Os países escandinavos apresentam as taxas mais elevadas de amamentação aos seis meses após o parto (80% na Noruega, 72% na Suécia, 65% na Islândia).23 No Brasil, um inquérito nacional realizado em 2008 mostrou uma taxa de 41% de amamentação exclusiva em bebês de zero a seis meses.24 No mesmo inquérito, o percentual de amamentação em crianças de nove a 12 meses de idade foi de cerca de 58,7%.24

Portanto, a identificação de mulheres em risco de interrupção precoce da amamentação e a implementação de estratégias eficazes de promoção damesma são consideradas prioridades de saúde.

2Amamentação, gravidez e depressão pós-parto

As recentes revisões de literatura sugerem que a amamentação é menos comum entre mães deprimidas, apesar de seus filhos serem beneficiados por esse ato.25,26 Estudos de diferentes contextos socioculturais mostram, quase inequivocamente, que mães deprimidas tendem a amamentar menos ou por menor tempo que as não deprimidas. Entretanto, a associação entre amamentação e depressão pós-parto ainda é ambígua.25,27

Quando deprimidas durante a gravidez, as mulheres têm menos probabilidade de iniciar28,29 ou manter a amamentação30–32 em comparação às que não apresentam sintomas depressivos. Em um recente estudo sobre a associação entre fatores de risco psicossociais no pré-natal e a intenção de amamentar em mulheres latinas, os pesquisadores constataram que mulheres que atingiram maior escore de depressão no meio da gestação (cerca de 25,7 semanas) e mulheres com sintomas depressivos persistentes durante a gravidez apresentaram uma menor intenção de amamentar seus bebês.33 Outros estudos mostraram que 1/5 das mulheres grávidas está deprimida no 3° trimestre de gravidez,34,35 e que metade dessas mulheres grávidas deprimidas não iniciarão a amamentação ou não o farão por três meses ou mais.30 Os escores de depressão no terceiro trimestre foram os melhores preditores da duração da amamentação exclusiva, e quando se considera todas as mães que não amamentam após três meses do parto, 37% podem ser facilmente detectadas devido à depressão durante a gravidez.30 Os resultados também mostraram uma redução significativa nos escores de depressão a partir do parto até os três meses seguintes em mulheres que mantinham amamentação exclusiva por três meses ou mais.30

A amamentação exclusiva parece ser significativamente menor entre mulheres deprimidas.36–39 As mães que não iniciaram ou não mantêm a amamentação estão mais sujeitas à depressão durante o período pós-parto.30,40–43 Ademais, quando as mães estão deprimidas nesse período, elas tendem a não iniciar28,29 ou manter a amamentação.27,36,44–50

Alguns estudos têm demonstrado que a depressão pósparto surge após a interrupção da amamentação ou pode resultar dela,40–43 sugerindo que a descontinuação precoce da amamentação pode estar envolvida entre as causas de depressão pós-parto. Por exemplo, foi encontrada uma associação entre as experiências negativas relacionadas à amamentação precoce e os sintomas depressivos dois meses após o parto.51 Outro estudo, que visou avaliar a associação entre o método de alimentação infantil e os sintomas depressivos, mostrou que o início da amamentação entre mulheres multíparas foi associado à diminuição significativa das chances de depressão pós-parto.43

Outros estudos sugerem que a depressão pós-parto pode estar envolvida na causa da interrupção precoce da amamentação, tendo sido notados sintomas de depressão antes da suspensão da amamentação.27,46,49,52–54 Por exemplo, um estudo recente analisando os níveis de depressão imediatamente após o parto mostrou que as mães com sintomas de depressão em níveis mais elevados apresentam uma probabilidade maior de alimentar seus bebês com mamadeira três meses após o parto.38 Os resultados também mostraram que as chances de amamentar com mamadeira aumenta com a gravidade da depressão da mãe.38 Outro estudo recente indicou uma associação entre a interrupção da amamentação quatro meses após o parto e os sintomas de depressão um mês após o mesmo, mostrando que mães que continuaram amamentando por quatro meses apresentaram escores de depressão menores que aquelas pararam de amamentar com um mês.36

A pesquisa também focou na associação entre amamentação e a depressão na gravidez e pós-parto. Um estudo recente mostrou que os maiores níveis de depressão e ansiedade durante a gravidez foram associados à interrupção da amamentação, e que esta constituiu um fator preditivo do aumento dos níveis de ansiedade e depressão após o nascimento.55 Ademais, os resultados mostraram um efeito de interação entre os níveis de ansiedade e depressão na gravidez e a interrupção da amamentação seis meses após o parto, de forma que os níveis de base de ansiedade e depressão aumentam nesse período pelo efeito da interrupção da amamentação.55 Outro estudo recente sobre a associação entre amamentação e gravidez e depressão pós-parto concluiu que maiores escores de depressão no terceiro trimestre de gravidez foram preditivos de menor duração da amamentação exclusiva.30 Esse estudo também constatou uma redução nos sintomas de depressão em mulheres que iniciaram ou mantiveram uma amamentação exclusiva por três meses ou mais.30

A associação entre amamentação e depressão também tem sido estudada considerando ambos os pais. Um estudo realizado para avaliar a associação entre amamentação e saúde mental de ambos os pais concluiu que a presença simultânea de transtornos mentais na mãe e no pai não estava associada à interrupção precoce da amamentação (antes de quatro meses).56 Contudo, as mães tendiam a amamentar por um período de tempo mais longo quando sentiam que seus parceiros apoiavam ativamente a amamentação.56

3Amamentação e proteção hormonal contra a depressão pós-parto

A pesquisa tem mostrado que a amamentação promove condições e processos hormonais e psicológicos que também são apontados como inversamente associados à depressão pós-parto. Entretanto, o estudo simultâneo dessas dimensões e seu possível peso explicativo na relação entre amamentação e depressão pré e pós-parto ainda não foi realizado.

“Existe a possibilidade de que os efeitos positivos da amamentação possam superar os efeitos positivos dos antidepressivos”.26 Mesmo quando os possíveis efeitos prejudiciais da medicação são levados em consideração, alguns estudos sugerem que mulheres com depressão pósparto que estejam tomando antidepressivos não devem interromper o uso para amamentar.57 Os hormônios lactogênicos – ocitocina e prolactina – estão associados a efeitos antidepressivos e antiansiolíticos.43 Alguns estudos sugerem que a amamentação pode ter um efeito protetor sobre a saúde psicológica materna porque atenua as respostas ao estresse.15,58,59 A lactação tem sido associada a respostas atenuadas ao estresse, principalmente a do cortisol.8–12 As respostas atenuadas do cortisol ao estresse,8–10 bem como as respostas atenuadas ao estresse com cortisol total e respostas ao estresse de cortisol livre,11 foram mostradas em mães lactantes em comparação a mães não lactantes. Esses resultados sugerem que a lactação atenua as respostas neuroendócrinas ao estresse livre,8 uma circunstância que tem sido relacionada a um número menor de sintomas depressivos pós-parto.60–62 Em um estudo recente sobre o padrão de liberação na mãe do hormônio adrenocorticotrófico (ACTH) e do cortisol durante uma sessão de amamentação, os pesquisadores constataram que a amamentação estava associada a uma redução significativa nos níveis de ACTH e do cortisol.63 O contato pele a pele, antes de sugar o seio, mostrou desempenhar um importante papel na diminuição desses níveis, em termos que, quanto maior a duração do contato, menores os níveis de cortisol maternos.63

Além disso, o padrão diurno normal de cortisol, que consiste em níveis matinais elevados e declínio gradual no resto do dia – também associado a um número menor de sintomas de depressão pós-parto,64 foi constatado como sendo mais frequente em mulheres multíparas que estavam amamentando em comparação às que não o estavam.12 Apesar de alguns estudos não relatarem diferenças nos níveis diários de cortisol em mulheres grávidas deprimidas ou com depressão pós-parto,8,65–67 constatou-se também que o nível de cortisol foi menor,10 ao mesmo tempo em que o nível de cortisol em mães deprimidas foi maior em relação às não deprimidas.60,68 Um estudo recente sugeriu que mães deprimidas apresentam eixo HPA (hipotálamopituitária-adrenal) desregulado, com níveis mais baixos de cortisol salivar em comparação a mães não deprimidas.62 Por outro lado, outro estudo recente verificou níveis significativamente maiores de cortisol sérico no grupo de mães deprimidas.69 Um padrão diurno de cortisol diferente, com níveis mais elevados ao acordar e sem aumento nos 30 minutos seguintes – em relação a um aumento significativo nos níveis de cortisol em mulheres não deprimidas 30 minutos após acordarem – foi relatado em mulheres com depressão pós-parto.64

Esses dados sustentam a possibilidade de que a depressão pós-parto poderia estar associada a um eixo HPA desregulado. Contudo, provas empíricas parecem ser ambíguas, provavelmente devido à realização de diversos procedimentos (por exemplo, padrão diurno ou níveis diários de cortisol na saliva, no sangue ou na urina) que medem diferentes funções do eixo HPA.

Os resultados sugerem que a amamentação pode promover uma regulação mais rigorosa da secreção de cortisol basal diurna,8–12 e que a sua estabilidade ao longo dos dias diminui o risco de depressão pós-parto.64 Contudo, a maioria dos estudos sobre depressão pós-parto não faz o controle da amamentação, e a maioria dos estudos sobre amamentação não faz o controle da depressão. De acordo com a alta correlação entre os estudos sobre amamentação e depressão, um possível efeito dessas variáveis ocorre no funcionamento do eixo HPA.

4Amamentação e proteção psicológica contra depressão pós-parto

Outra importante alteração associada durante a amamentação está relacionada à regulação dos padrões do sono e vigília da mãe e do filho, auxiliando a mãe a sentir-se menos cansada, o que também pode evitar os sintomas de depressão. Os pais de neonatos amamentados de forma exclusiva dormiram em média 40 a 45 minutos mais e relataram possuir menos distúrbios do sono que pais de neonatos que receberam alimentação artificial.14 As mulheres com depressão pós-parto apresentaram um sono de pior qualidade que mulheres sem depressão pós-parto, e a qualidade do sono piorou com o aumento da gravidade dos sintomas de depressão pós-parto.61,70,71 Os padrões de sono da mãe melhoram com a amamentação,13 ao passo que essa desregulação pode provocar uma depressão pós- parto.61,70,71

As pesquisas também mostram que a amamentação melhora algumas condições e processos psicológicos que podem impedir que a mãe desenvolva depressão pós-parto. A autoeficácia da mãe, uma condição inversamente associada à depressão pós-parto,72 apresenta melhora em mães que amamentam.45,73 Independentemente da depressão maternal, as mães que amamentavam, em vez de alimentarem seus filhos com mamadeiras, possuíam níveis de confiança mais elevados e classificavam seus filhos como menos alertas e irritados durante as amamentações.45 Entretanto, a autoeficácia da amamentação também parece desempenhar um importante papel na depressão pós-parto, já que as mães que possuem maiores níveis de autoeficácia da amamentação apresentam menores níveis de sintomas de depressão pós-parto.74

O envolvimento emocional da mãe com a criança também é aprimorado pela amamentação,75 sendo negativamente correlacionado com a depressão pós-parto.65,76 De fato, os padrões de alimentação parecem influenciar os laços entre mãe e filho, já que as mães que não amamentam apresentam maior dificuldade em estabelecer um envolvimento emocional com a criança do que as que o fazem.77 Em termos de relacionamento com o parceiro, os estudos parecem relacionar o início da amamentação com vínculos parentais mais fortes.78

As dificuldades de temperamento e os problemas com sono são reduzidos quando a criança é amamentada,79 ao mesmo tempo que a presença desses problemas foi associada à depressão pós-parto.72,80 As mães deprimidas que amamentavam estavam menos suscetíveis a ter bebês com temperamento altamente reativo.45,79 As competências dos bebês são aprimoradas pela amamentação,4,81 apesar de estas serem afetadas negativamente na presença de depressão pós-parto da mãe.80,82

A amamentação também facilita a interação mãebebê,45,83 que é mais pobre nas díades em que a mãe está deprimida.78 A amamentação está associada a uma melhor interação mãe-bebê, com bebês amamentados mostrando um maior contato físico e vocalizações e reações positivas, e as mães demonstrando maior proximidade com o bebê.68,79,83,84 Os dados também sugerem, especificamente, que as mães deprimidas e seus bebês, juntamente com as mães não deprimidas e seus bebês, poderão ser beneficiados pela amamentação: mães deprimidas e seus bebês ficam mais relaxados durante a amamentação em comparação às interações de alimentação com a mamadeira.83 Adicionalmente, os estudos também mostraram que a amamentação poderá agir como um protetor contra os maus tratos da mãe, principalmente a negligência infantil,85 e essa associação dependerá do efeito protetor da amamentação da mãe deprimida, já que a depressão é o melhor preditor dos maus tratos e negligência infantil. O impacto da amamentação sobre a atenção e sensibilidade da mãe com relação a problemas com o bebê também foi recentemente mostrado.86

5Discussão

A literatura mostra, de forma consistente, que a amamentação fornece uma ampla quantidade de benefícios tanto para a criança quanto para a mãe. Ainda são necessárias mais pesquisas sobre os benefícios psicológicos para a mãe.

Apesar da elevada taxa de início da amamentação, observa-se uma grande redução na quantidade de mães que amamentam depois das primeiras semanas pós-parto. Os esforços das autoridades de saúde pública para promover o início da amamentação têm sido bem-sucedidos, contudo, o mesmo não foi observado no que diz respeito à sua manutenção por um período de tempo recomendado, que é de dois anos ou mais, com os primeiros seis meses sendo de amamentação exclusiva.16–18 Encontrar os fatores que poderão ser a base desse evento é uma imposição para a pesquisa nesse campo. A saúde mental da mãe poderá ser um dos motivos por trás dessa realidade. Um estudo empírico recente conduzido em Portugal sugere que a verificação de sintomas da depressão durante a gravidez pode ajudar a identificar mulheres em risco de interrupção precoce da amamentação exclusiva.30 Atualmente, há evidências empíricas de que a depressão na gravidez é um dos fatores que podem contribuir ainda mais para a não amamentação.29,30,32,33,45,56

Os estudos sugerem uma associação entre amamentação e depressão pós-parto, não estando clara ainda a direção dessa associação. Apesar de alguns investigadores sugerirem uma associação negativa entre a amamentação e a depressão pós-parto,40–43 outros apontam uma associação negativa entre a depressão pós-parto e a amamentação.27,46,49,52–54

Resultados de vários estudos fornecem evidências empíricas de que a amamentação pode atuar como um fator de proteção contra a depressão durante o período pós-parto, melhorando o bem-estar psicológico da mãe, regulando os padrões de sono e vigília e aumentando a autoeficácia,45,73 e, por outro lado, promovendo cuidados parentais adequados por meio da melhora do envolvimento emocional com a criança,75,77 da interação mãe-bebê,45,83 a sensibilidade da atenção com relação ao estresse infantil86 e a proteção contra a negligência infantil.85 A amamentação também pode proteger as mulheres de sintomas depressivos, ajudando na regulação do eixo HPA (por meio da regulação da secreção de cortisol basal diurna),8–12 que a pesquisa mostra de forma consistente como desregulado na presença de sintomas depressivos.62,64,69

Outras variáveis relevantes significativamente relacionadas com a amamentação e a depressão pós-parto, e que poderão desempenhar um papel nessa associação, são também mencionadas na literatura: paridade relacionada com a amamentação12,43 e depressão pós-parto,35,70 qualidade do relacionamento com o parceiro relacionada com a amamentação75,87,88 e depressão pós-parto,89,90 e antidepressivos relacionados à amamentação26,91 e depressão pós-parto.92 Também é importante controlar as possíveis variáveis que possam causar confusão, como paridade, qualidade do relacionamento com o parceiro e medicação, o que nem sempre é feito. Ademais, alguns estudos definiram a amamentação de acordo com categorias padronizadas, outros incluíram um diagnóstico clínico da depressão pós-parto e outros foram prospectivos e concluíram uma análise estatística adequada para captar a relação sequencial entre os sintomas depressivos e o início e duração da amamentação. Esses podem ser alguns dos motivos para os resultados ambíguos na literatura.

Os dados, de maneira geral, apontam que a não amamentação está inequivocamente associada à presença de depressão durante a gravidez e o pós-parto. Alguns estudos prospectivos recentes esclarecem que a depressão durante a gravidez é um fator de risco para o insucesso da amamentação, e que a amamentação é um fator de proteção contra a depressão pós-parto. A pesquisa também começa a deixar claro quais processos biológicos e psicológicos podem explicar essa proteção. Contudo, ainda existem resultados ambíguos que poderão ser explicados pelas limitações metodológicas apresentadas por alguns estudos.

Financiamento

Este trabalho foi financiado por fundos nacionais através do FCT/MCTES (PIDDAC) e da Comunidade Europeia (FEDER COMPETE): Breastfeeding and Postpartum Depression (PTDC/SAU-SAP/116738/2010).

Conflitos de interesse

Os autores declaram não haver conflitos de interesse.

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