To study the prevalence of increased TSH level and its probable cause in children with Down's syndrome treated at Policlínica Antônio Cândido.
MethodsThe data were colleted using medical records of 169 patients. Of these, 46 patients, whose TSH increased at some time during their follow-up, were re-evaluated. In these patients, TSH, free T4, total T4 and thyroid peroxidase autoantibody (anti-TPO) levels were measured. Thyroid ultrasound, iodine-131 scintigraphy, and a perchlorate discharge test were performed.
ResultsIn 169 children, 86 (50.8%) of whom were male, aged between 1-16 years (median 4 years), 67 (39.6%) presented increased TSH levels. Out of these 67 patients, 46 were prospectively studied. In 31 (67.4%) of them serum TSH returned to normal levels; in 11, TSH remained between 5 and 10 U/ml, three (6.5%) had a TSH level over 10 U/ml and one (2.2%) had hyperthyroidism. The diagnoses in 34 patients who were fully studied were: goiter in five (14.7%); Hashimoto's thyroiditis in four (5.9%); hypoplasia in three (8.8%) and iodide organification defect in one (2.9%). The increased TSH levels had a statistically positive relationship with anti-TPO (p = 0.02), but not with gender, abnormal ultrasound or scintigraphy findings. TSH levels did not have any relationship with persistent hyperthyrotropinemia.
ConclusionIn patients with Down's syndrome, slightly elevated and transient TSH levels are frequently detected. Positive anti-TPO antibody test is a key factor in the follow-up of these patients because of its potential risk of progression to manifest thyroid disease.
Analisar a prevalência de hipertirotropinemia e estudar sua possível etiologia em crianças com síndrome de Down atendidas na Policlínica Municipal Antônio Cândido, em Belo Horizonte.
MétodosForam utilizados os dados dos prontuários de todas as crianças com síndrome de Down atendidas na policlínica para o cálculo da prevalência da alteração do hormônio estimulante da tireóide (TSH). As crianças que tiveram TSH elevado (maior que 5 UI/ml) em pelo menos um exame foram convocadas para novas dosagens de TSH, T4livre, T4total e auto-anticorpo antiperoxidase (ATPO), realização de ultra-som da tireóide, tireograma com iodo-131 e teste de descarga do perclorato. As alterações encontradas nos exames das crianças que permaneceram com TSH elevado foram comparadas com as das que normalizaram os valores de TSH.
ResultadosForam encontradas, em 169 crianças com síndrome de Down, 86 (50,8%) masculinas, idade entre 1-6 anos (mediana de 4 anos), 67 (39,6%) com TSH aumentado, as quais foram convocadas para novas avaliações, comparecendo 46. Nesses pacientes, o TSH se normalizou em 31 (67,4%); em 11 (23,9%) permaneceu entre 5-10 µUI/ml; em três (6,5%) ficou acima de 10 µUI/mL; e em uma (2,2%) constatou-se hipertireoidismo. Os diagnósticos realizados nos pacientes com propedêutica completa (n = 34) foram: bócio (14,7%), hipoplasia (8,8%), tireoidite de Hashimoto (5,9%), defeito na organogênese de iodo (2,9%). Não se evidenciou relação entre as amplitudes dos valores de TSH e a persistência da hipertirotropinemia. Crianças com ATPO positivo estavam associadas a TSH elevado (p = 0,02).
ConclusãoNa síndrome de Down, são freqüentes valores de TSH discretamente elevados e instáveis, sendo suas etiologias variáveis. A presença de ATPO mostrou-se importante no seguimento dessas crianças pelo risco potencial de evolução para doença tireoidiana manifesta.