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Vol. 90. Núm. 4.
Páginas 427-428 (julho - agosto 2014)
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Author's reply: Z‐Score: Fenton 2013. Ten‐year update
Resposta do autor: Escore Z: Fenton 2013. Atualização de 10 Anos
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Paola Azara Tabicas Limaa,b,c, Manoel de Carvalhoa,b,c, Ana Carolina Carioca da Costaa,d, Maria Elisabeth Lopes Moreiraa,b,e,
Autor para correspondência
bebeth@iff.fiocruz.br

Autor para correspondência.
a Instituto Fernandes Figueira, Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ), Rio de Janeiro, RJ, Brasil
b Clínica Perinatal Laranjeiras, Rio de Janeiro, RJ, Brasil
c Universidade Federal Fluminense, Rio de Janeiro, RJ, Brasil
d Escola Nacional de Saúde Pública, Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ), Rio de Janeiro, RJ, Brasil
e Universidade de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil
Conteúdo relacionado
J Pediatr (Rio J). 2014;90:42610.1016/j.jpedp.2014.04.002
Alvaro Proaño, Romina E. Aragón, José Leonidas Proaño
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Estatísticas
Tabelas (2)
Tabela 1. Variáveis no modelo final da regressão de Poisson para escore z para PC na alta hospitalar
Tabela 2. Variáveis do modelo final da regressão de Poisson para escore z para peso na alta hospitalar
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Caro Editor,

Gostaríamos de agradecer ao Sr. Proaño et al. por sua revisão e comentários sobre nosso artigo: “Variáveis associadas à restrição do crescimento extrauterino em neonatos com muito baixo peso ao nascer”,1 que certamente contribuiu para um melhor entendimento de nossos resultados.

Utilizamos o gráfico de Fenton 20032 como referência para análise de dados em nosso trabalho anterior,1 pois, no momento, essa era a referência disponível. Incentivados por uma carta de Proaño et al., optamos por recalcular utilizando essa nova referência de Fenton 20133 e refizemos a análise. De fato, encontramos diferentes resultados com essa nova referência.3

Métodos

Utilizando os mesmos dados do estudo anterior,1 fizemos uso da Calculadora de Pesquisa em Massa, disponível em http://www.ucalgary.ca/fenton/2013chart, para calcular os escores z para peso e perímetro cefálico, e observamos os seguintes resultados:

Novos resultados

Da população estudada, 49% eram meninos, 67,4% dos recém‐nascidos foram classificados como adequados para a idade gestacional (AIG) e 32,6% como pequenos para a idade gestacional (PIG). Observamos que, apesar de a média do escore z para perímetro cefálico (PC) ter apresentado ligeira redução durante o período de internação (−0,495 para −0,496), a média do escore z para peso apresentou piora (−0,958 para ‐1,798). Dos 570 recém‐nascidos avaliados, 39,1% apresentaram restrição do crescimento na alta considerando o peso, e 7,5% quando a variável avaliada foi para PC.

Os neonatos AIG apresentaram queda no escore z para peso (−0,52 para −1,46) e escore z para PC (−0,03 para −0,29). Em neonatos PIG, a redução no escore z para peso foi menor (−1,87 para −2,49) em comparação a neonatos AIG, e o escore z para PC apresentou aumento (−1,46 para −0,93). Dos 32,6% de neonatos (186/570) nascidos AIG, 73,7% (137/186) apresentaram restrição do crescimento extrauterino (RCEU) na alta considerando o peso, e 12,9% (24/186) considerando o PC. As taxas de RCEU em neonatos AIG foram de 22,4% (86/384) considerando o peso, e 4,9% (19/384) considerando PC. Essas diferenças foram estatisticamente significativas para peso (valor de p=0,000) e PC (valor de p=0,001). Com relação à restrição do crescimento, foi observado que, no nascimento, 11,4% dos recém‐nascidos estudados apresentaram restrição do crescimento intrauterino (RCIU) considerando o peso. Após alta, essa taxa de restrição do crescimento aumentou para 39,1%. Com relação ao PC, a taxa de restrição do crescimento ao nascer foi de 9,5%, e na alta, foi de 7,5%.

Na análise univariada, as variáveis que mostraram relevância estatística quando a variável de resultado foi escore z para PC na alta foram: AIG (IP=1,08; IC: 1,03‐1,14), uso de oxigênio nas 36 semanas (IP=1,14; IC: 1,04‐1,24), persistência do canal arterial (PCA) (IP=1,06; IC 1,01‐1,11) e tempo de internação (IP=1,01; IC: 1,01‐1,02). Quanto ao escore z para peso na alta hospitalar essas variáveis foram: hipertensão materna (IP=1,26; IC: 1,02‐1,54), uso de oxigênio nas 36 semanas (IP=1,48; IC: 1,18‐1,87), PIG (IP=3,29; IC: 2,68‐4,04), síndrome da angústia respiratória (SAR) (IP=0,79; IC: 0,64‐0,97) e tempo de internação (IP=1,01; IC: 1,1‐1,02). Sepse e enterocolite necrosante (ECN) comprovadas apresentaram baixa frequência na população, 4,6% e 1,2%, respectivamente, e não foram incluídas na análise de regressão.

Na análise de regressão, utilizando como resultado o escore z para PC ≤ −2 corrigido para idade gestacional na alta, as variáveis utilizadas no modelo final apresentaram relevância estatística: tempo de internação e PIG ao nascer (tabela 1).

Tabela 1.

Variáveis no modelo final da regressão de Poisson para escore z para PC na alta hospitalar

Variáveis  IP  IC 95% 
Tempo de internação (dias)  1,01  1,00‐1,01 
VM  1,03  0,76‐1,40 
PCA  1,28  0,99‐1,64 
PIG  3,39  2,75‐4,16 

PC, perímetro cefálico; IC, intervalo de confiança; IP, índice de prevalência; VM, ventilação mecânica; PCA, persistência do canal arterial; PIG, pequeno para a idade gestacional.

Variáveis incluídas na análise: sexo, PIG, uso de esteroides pré‐natais, hipertensão materna, persistência do canal arterial (PCA), síndrome da angústia respiratória (SAR), uso de ventilação mecânica (VM), uso de oxigênio nas 36 semanas, tempo de internação.

Foi observado que um dia a mais no tempo de internação aumentou em 1% a chance de restrição do crescimento na alta, e nascimento PIG aumentou em três vezes esse risco. Quando o resultado foi escore z para peso ≤ −2 para idade corrigida na alta, as variáveis que continuaram no modelo final foram tempo de internação e nascimento PIG (tabela 2). Um dia a mais no tempo de internação resultou em um aumento de 1% na chance de apresentar restrição do crescimento na alta. O fator de risco com o maior impacto foi PIG.

Tabela 2.

Variáveis do modelo final da regressão de Poisson para escore z para peso na alta hospitalar

Variáveis  IP  IC 95% 
Tempo de internação (dias)  1,01  1,01‐1,02 
PIG  3,41  2,79‐4,18 

IP, índice de prevalência; IC, intervalo de confiança; PIG, pequeno para a idade gestacional.

Variáveis incluídas na análise: sexo, PIG, uso de esteroides pré‐natais, hipertensão materna, PCA, SAR, VM, uso de oxigênionas 36 semanas, tempo de internação.

Concluindo, na nova análise dos dados, observamos que os resultados foram piores que a referência utilizada anteriormente e que os fatores mais importantes associados à restrição do crescimento extrauterino foi nascer com desnutrição (PIG) e tempo de internação, que provavelmente reflete a gravidade da doença.

Conflitos de interesse

Os autores declaram não haver conflitos de interesses.

Referências
[1]
P.A. Lima, M. de Carvalho, A.C. da Costa, M.E. Moreira.
Variables associated with extra uterine growth restriction in very low birth weight infants.
J Pediatr (Rio J), 90 (2014), pp. 22-27
[2]
T.R. Fenton.
A new growth chart for preterm babies: Babson and Benda's chart updated with recent data and a new format.
BMC Pediatr, 3 (2003), pp. 13
[3]
T.R. Fenton, J.H. Kim.
A systematic review and meta‐analysis to revise the Fenton growth chart for preterm infants.
BMC Pediatr, 13 (2013), pp. 59

Como citar este artigo: Lima PA, de Carvalho M, da Costa AC, Moreira ME. Author's reply: Z‐Score: Fenton 2013. Ten‐year update. J Pediatr (Rio J). 2014;90:427–8.

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