To describe the demographics and the most important acute clinical complications in patients undergoing bone marrow transplantation in the Pediatric Oncology Unit at Hospital de Clínicas de Porto Alegre, Brazil.
Material and methodsA retrospective analysis was performed including 41 patients treated between August 1997 and June 2002. Twenty patients received allogeneic transplants (AG) and 21 received autologous transplants (AT).
ResultsThe mean age of AG patients was 8.9+5.4 years. Twelve patients were male. Stem cell sources were: bone marrow in 12 patients; peripheral blood in five; and unrelated cord blood in three. The diseases were acute lymphoid leukemia in seven patients; acute myeloid leukemia in four; chronic myeloid leukemia in two; myelodysplastic syndrome in two; Burkitt's lymphoma in one; severe combined immunodeficiency in one; Chediaki-Higashi syndrome in one; Fanconi anemia in one; and aplastic anemia in one. One patient developed grade II acute graft-versus-host-disease (GVHD), and three patients had grade IV GVHD. Three patients developed chronic GVHD. In all of them, the cell source was peripheral blood. Survival in this group was 70.0+10.3%. The main cause of death was GVHD in three patients and sepsis in another three. All deaths occurred before day 100. One of the patients who received unrelated cord blood is alive 3.5 years after the transplantation. In AG patients, mean age was 8.7+4.3 years. Eleven patients were male. The stem cell sources were: peripheral blood in 16; bone marrow in three; and peripheral blood + bone marrow in two. The diseases were: Wilms' tumor in five patients; Ewing's sarcoma family tumors in four; neuroblastoma in three; Hodgkin's disease in three; non-Hodgkin's lymphoma in one; rhabdomyosarcoma in two; neuroectodermic tumor of the central nervous system in two; acute myeloid leukemia in one. Survival in this group was 59.4+11.7%. Five patients died due to tumor relapse, two patients due to sepsis and one patient died in remission 20 months after bone marrow transplantation due to infection. In the whole group, the most common toxicities were vomiting, mucositis, diarrhea and abdominal pain. Infections were recorded in 58.5% of the patients. In 46.9%, at least one pathogen was isolated in the blood culture. The time required for neutrophil and platelet engraftment was correlated to the number of hematopoietic stem cell infused.
ConclusionsThe overall survival in our patients is similar to that reported in the literature. We did not find differences between AT and AG patients regarding acute toxicities and infections.
Descrever o perfil e as complicações agudas mais importantes das crianças que receberam transplante de medula óssea no serviço de oncologia pediátrica do Hospital de Clínicas de Porto Alegre.
Casuística e métodosAnálise retrospectiva de 41 pacientes, menores de 21 anos, transplantados entre agosto de 1997 até junho de 2002. Deste total, 20 pacientes receberam transplante alogênico, e 21 transplante autogênico.
ResultadosNo transplante de medula óssea alogênico, a média de idade foi de 8,9+5,4 anos, sendo 12 pacientes do sexo masculino. As fontes de células foram: medula óssea, 12; sangue periférico, 5; e sangue de cordão umbilical não aparentado, 3. As doenças tratadas foram: leucemia linfóide aguda em 7 pacientes, leucemia mielóide crônica em 2, leucemia mielóide aguda em 4, síndrome mielodisplásica em 2, linfoma de Burkitt em 1, anemia aplástica grave em 1, anemia de Fanconi em 1, síndrome Chediak-Higashi em 1, e imunodeficiência congênita combinada grave em 1. Um paciente desenvolveu doença do enxerto contra hospedeiro aguda grau 2, três pacientes grau 4, e outros três desenvolveram doença do enxerto contra hospedeiro crônica. Todos haviam recebido sangue periférico como fonte de células. A sobrevida global aos 4 anos foi de 70,0+10,3%. A principal causa do óbito foi doença do enxerto contra hospedeiro, em três pacientes, e sepse, em outros três. Todos os óbitos ocorreram antes do centésimo dia. Um dos pacientes que recebeu sangue de cordão umbilical não aparentado está vivo, em bom estado e sem uso de medicações 3 anos e 6 meses pós-transplante. No transplante de medula óssea autogênico, a média de idade foi de 8,7+4,3 anos, sendo 11 pacientes do sexo masculino. As fontes de células foram: sangue periférico, 16; medula óssea, 3; sangue periférico mais medula óssea, 2. As doenças tratadas foram: tumor de Wilms em 5 pacientes, tumores da família do sarcoma de Ewing em 4, neuroblastomas em 3, linfomas de Hodgkin em 3, rabdomiossarcomas em 2, tumor neuroectodérmico primitivo do sistema nervoso central em 2, linfoma não-Hodgkin em 1, e leucemia mielóide aguda em 1 paciente. A sobrevida global aos 4 anos está em 59,4+11,7%. Cinco óbitos tiveram como causa a progressão da doença de base, um óbito ocorreu devido à infecção 20 meses pós-transplante, e dois óbitos foram precoces por sepse. As toxicidades mais comuns em ambos os grupos foram vômitos, mucosite, diarréia e dor abdominal. Infecções foram documentadas em 58,5% dos pacientes, e 46,9% tiveram no mínimo um agente isolado na hemocultura. O tempo de enxertia de neutrófilos e plaquetas correlacionou-se com o número de células progenitoras infundidas.
ConclusãoA sobrevida de nossos pacientes é semelhante à encontrada na literatura de outros serviços nacionais e internacionais. Não encontramos diferença entre os dois tipos de transplante com relação às toxicidades agudas e às infecções.