To contribute to the creation of a new theoretical synthesis about the relationship between the biological and social dimensions of breastfeeding, categorizing it as a nature-nurture hybrid.
Sources of dataThe methodological approach of the present article was based on the qualitative health research frame, and data were analyzed on the basis of dialectic-hermeneutic principles. Primary sources, comprising historical documents, books, scientific articles and medical theses written in the 19th and 20th centuries were analyzed.
Summary of the findingsDepending on the moment in history and on the expectations that surround the act of breastfeeding, the aspects related to nature and nurture, i.e., to biology and society, sometimes separate out and sometimes intermingle. A comprehensive approach to breastfeeding makes possible to see that it had to be considered instinctive, natural and biological in order to be assimilated as a cultural habit, and thus, it is not open to any kind of questioning. On other occasions, particularly in the course of the past decade, there has been a steady tendency to supplant traditional biological reductionism, which yielded cultural interpretations that do not reduce the human being to the status of a mammal like any other. Under this point of view, breastfeeding, in addition to being biologically determined, is socially conditioned, and thus constitutes an act embedded in ideologies and determinants resulting from the concrete conditions of life. In real life, however, a process apparently so natural, so loaded with affection and emotion is, in fact, affected by the most aggressive market interests, very often presented as scientific knowledge and decked out as health provisions.
ConclusionBreastfeeding focused as a nature-culture hybrid symbolizes the theoretical and methodological changes in the field, especially in the late 1990s. These changes reflect a renewed appreciation of biology and a more in-depth approach to interdisciplinary processes.
Contribuir para a construção de uma nova síntese teórica das inter-relações entre o biológico e o social no cenário da amamentação, categorizando-a com um híbrido natureza-cultura.
Fontes dos dados: Foram utilizados os referenciais metodológicos da pesquisa qualitativa em saúde, adotando-se os preceitos da hermenêutica-dialética para análise dos dados. A técnica de pesquisa utilizada foi a análise documental de fontes primárias, contemplando documentos históricos, livros, artigos científicos e teses de medicina escritas nos séculos 19 e 20.
Síntese dos dadosDependendo do momento histórico e da intencionalidade atribuída ao ato de amamentar, os aspectos relacionados à natureza e à cultura, ou seja, à biologia e à sociedade, ora se separam, ora se mesclam. A abordagem compreensiva da amamentação permite perceber, por vezes, que um hábito cultural, para ser assimilado, foi tratado como instintivo, natural e biológico, ao qual não cabe nenhum tipo de questionamento. Em outras oportunidades, particularmente no curso da última década, o tradicional reducionismo biológico vem observando uma progressiva tendência de substituição, cedendo lugar a interpretações culturais que não reduzem o ser humano à condição de um mamífero qualquer. Focada sob este prisma, a amamentação, além de biologicamente determinada, é socioculturalmente condicionada, tratando-se, portanto, de um ato impregnado de ideologias e determinantes que resultam das condições concretas de vida. Na configuração real, um processo aparentemente tão natural, tão carregado de afeto e emoção, em verdade congrega os mais agressivos interesses mercadológicos, muitas vezes mascarados de conhecimentos científicos e travestidos de dispositivos para a saúde.
ConclusãoA amamentação focada como um híbrido natureza-cultura simboliza as mudanças teórico-metodológicas ocorridas especialmente no final da década de 90. Essas mudanças correspondem a uma revalorização da biologia e a um aprofundamento nos processos interdisciplinares.