Artigo Original
Conhecimento e prática de pediatras brasileiros sobre a doença do refluxo gastroesofágico em lactentesKnowledge and practice of Brazilian pediatricians concerning gastroesophageal reflux disease in infants

https://doi.org/10.1016/j.rpped.2014.11.005Get rights and content
Under a Creative Commons license
open access

Resumo

Objetivo

Avaliar o conhecimento e a prática de pediatras brasileiros na assistência ao lactente com refluxo fisiológico e doença do refluxo gastroesofágico.

Métodos

Foram entrevistados 140 médicos pediatras em dois eventos científicos em 2009 e 2010. As perguntas referiam‐se a dois casos clínicos de lactentes, um com quadro compatível com regurgitação do lactente (refluxo fisiológico) e outro com doença do refluxo gastroesofágico.

Resultados

Dos 140 participantes, 11,4% (n=16) e 62,1% (n=87) solicitariam exame para lactentes, respectivamente, com refluxo fisiológico e doença do refluxo gastroesofágico. O primeiro exame solicitado com maior frequência seria a radiografia contrastada de esôfago, estômago e duodeno. Medicação seria prescrita por 18,6% (n=26) para o caso de refluxo fisiológico e 87,1% (n=122) para o caso de doença do refluxo gastroesofágico. Procinéticos seriam prescritos com maior frequência do que os redutores da secreção ácida gástrica. Prescrição de posição para dormir fez parte das recomendações de 94,2% (n=132) e 92,9% (n=130) dos entrevistados, respectivamente, para os casos de refluxo fisiológico e doença do refluxo gastroesofágico. Entretanto, cerca da metade dos entrevistados não recomendaria o decúbito dorsal. Prescrição de dieta de exclusão do leite de vaca para um lactente com quadro de doença do refluxo gastroesofágico seria feita por apenas 10 (7,1%) dos participantes.

Conclusões

Condutas diferentes das diretrizes internacionais são frequentemente consideradas adequadas, especialmente quanto à recomendação de posição diferente do decúbito dorsal e prescrição de medicamentos. As respostas permitem inferir a capacidade de correta diferenciação entre refluxo fisiológico e doença do refluxo gastroesofágico.

Abstract

Objective

To assess the knowledge and practice of pediatricians about infants with physiological reflux and gastroesophageal reflux disease.

Methods

140 pediatricians were interviewed during two scientific events in 2009 and 2010. The questions referred to two clinical cases of infants. One with symptoms of infant regurgitation (physiological reflux) and another with gastroesophageal reflux disease.

Results

Among 140 pediatricians, 11.4% (n=16) and 62.1% (n=87) would require investigation tests, respectively for infant regurgitation (physiological reflux) and gastroesophageal reflux disease. A series of upper gastrointestinal exams would be the first requested with a higher frequency. Medication would be prescribed by 18.6% (n=26) in the case of physiological reflux and 87.1% (n=122) in the case of gastroesophageal reflux disease. Prokinetic drugs would be prescribed more frequently than gastric acid secretion inhibitors. Sleeping position would be recommended by 94.2% (n=132) and 92.9% (n=130) of the respondents, respectively for the case of physiological reflux and gastroesophageal reflux disease; however, about half of the respondents would recommend the prone position. Only 10 (7.1%) of the pediatricians would exclude the cow's milk protein from the infants’ diet.

Conclusions

Approaches different from the international guidelines are often considered appropriate, especially when recommending a different position other than the supine and prescription of medication. In turn, the interviews enable us to infer the right capacity of the pediatricians to distinguish physiologic reflux and gastroesophageal reflux disease correctly.

Palavras‐chave

Refluxo gastroesofágico
Vômito
Lactente
Fórmulas infantis
Prática profissional
Conhecimentos, atitudes e prática em saúde

Keywords

Gastroesophageal reflux
Vomiting
Infant
Infant formula
Professional practice
Health knowledge, attitudes, practice

Cited by (0)